Capítulo 65

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Kant 🚀

Emanuelle entrou no carro com mó cara de cú.

Kant: Colfoi, pirralha? Tá feliz não? - Liguei o carro e ela ficou calada. - Se quiser um conselho, esquece o Veiga. Namoral mermo, nem sei porque tu insistiu em ficar aqui. - Ela me olhou. - Emanuelle, no fundo, todo filho herda o gênio do pai.

Manu: Eu sei. - Disse baixo.

Kant: Tu deveria tá feliz, vai voltar pra sua mãe, pra sua vida, da qual tu não deveria ter saído. - Sorrir e ela continuou emburrada.

Manu: Mas... - Ficou mexendo nos dedos da mão. - O que adianta essa porra toda, se eu não posso mais ser livre?

Kant: O seu pai vai dar um jeito. - Fiquei olhando pra ela, que estava se segurando pra não chorar.

Manu: Tu realmente vai voltar? - Confirmei. - Por que?

Kant: Eu dei minha palavra pro Veiga.

Manu: Hum, grande coisa. - Sorrir de lado.

Kant: Se emociona não, Emanuelle. - Era perceptível que ela tava puta com o cara. - Esse lance do aborto, já está pra tu ter pego como aprendizado. - Ela me fuzilou com os olhos. - Mano, até eu que conheci ele agora, já sei quem o Veiga é; imagina você.

Manu: Para de falar sobre ele. - Fiquei calado ao ver que ela se sentiu incomodada.

Kant: Mas não é só sobre ele não... - Ela me olhou. - Minha mãe não quer sair de lá, e, também tem a Camile.

Ela ficou olhando a vista pensativa.

Kant: Posso só fazer uma pergunta? - Ela me olhou de lado. - Tá bom, então. - Fiquei na minha.

Estávamos na metade do caminho e a Emanuelle ficou o tempo todo quieta, sem falar nada.

Percebi que ela me olhava várias vezes, como se quisesse falar alguma coisa, mas desistia.

Kant: O que é que tu quer falar? - Virou pra mim e sorriu.

Manu: O que você sentiu quando soube que era filho do Coringa? - Fiquei desconfortável com a pergunta. - Tá, já entendi. - Olhei pra ela.

Kant: Não sentir nada. - Ela me olhou com uma cara de quem estava pensando "só isso?" e eu rir. - Quando mãe falou que ele era um cara massa, me deu até vontade de conhecer ele, mas sei lá, é o Coringa.

Manu: Também me sentir assim, tirando a parte que ele era um cara massa. - Sorrir de lado.

Kant: Mas, e como pai, como ele é? - Ela fez cara de nojo.

Manu: Podre. - Dei uma gargalhada pela a forma que ela falou. - É sério, quando ela mandou minha mãe não sei pra onde, que até hoje eu não sei, ele mal olhava na minha cara.

Kant: Por que? - Ela fez movimento de sobe e desce. - Tá vendo, mais um motivo pra eu ficar na Rocinha.

Manu: Não tá com medo do Veiga te matar? - Neguei. - Eu que não confiava.

Kant: O Veiga entrou pro crime agora, como tu fala, ele tá mais pra creme. - Ela ficou me encarando seria. - Ele não mata alguém sem motivos. O Lobato não, ele é cria de morro. - Fez expressão de surpresa.

Manu: Conheceu ele? - Assenti.

Kant: Tu acha mermo que o Veiga me colocou como braço direito de cara? Eu fiquei como vapor, até que o Lobato morreu.

Manu: O Lobato era braço direito dele?

Kant: Sim. - Falei normal.

Manu: Mas, parando pra pensar aqui... e o braço direito do Tubarão? Ele não tinha direito de assumir o comando?

Kant: Que braço direito? O Tubarão tinha uns vapor apulso. - Ela assentiu.

Ficamos calado até chegar no Alemão.

A FILHA DO CHEFE - Complexo do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora