Capítulo 30

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Emanuelle 💗

Todo mundo já estava de boa, tudo estava resolvido.

Meu avô ficou meu pá em relação das meninas ficarem aqui.

Não por elas em si, mas, por serem filhas do Caio.

A parte mais legal é que todo mundo tá feliz.

Até o semblante de mãe mudou.

Ela e vó sempre trocam umas farpas, mas nada fora do normal.

Luiza tá sendo um amor com a gente, sério.

Fazia mó tempão que não nos víamos, nem contato uma da outra a gente tinha.

Bia: O Juca sumiu, não dar nenhum sinal de notícia desde ontem. - Deitou do meu lado.

O quarto tinha duas camas de solteiro, uma estava Duda e Luiza e a outra estava eu e Bia.

Luiza: Quem é esse?

Bia: Meu namorado. - Duda riu.

Duda: Conta essa história direito, Bia. - Deu um tapa de leve na coxa de Luiza. - Eles nem eram assumidos.

Bia: Claro que era, geral do morro sabia. - Cruzou os braços.

Duda: Para de ser emocionada, ele nunca quis te assumir. Se quisesse, já teria assumido há muito tempo. - Estralou os dedos.

Bia: Ah, tá bom, Maria Eduarda, só você tá certa, só você que os cara quer assumir. - Se levantou e saiu do quarto, batendo a porta.

Manu: Pegou pesado. - Encostei a minha cabeça na cabeceira da cama.

Duda: Claro que não, só falei a verdade. - Falou grossa.

Manu: Tá bom, precisa me bater não. - Levantei a mão em forma de rendição.

Duda: Você tá igual a Ana Beatriz, Emanuelle. - Se levantou toda puta e saiu também.

Luiza: Suas irmãs tem um gênio forte. - Brincou.

Manu: Isso não é gênio, é só falta de maturidade mesmo. - Neguei com a cabeça.

Luiza: Vai comprar roupa pro natal? - Neguei. - Por que?

Manu: Quero passar o natal vestida num pijama, deitada na minha cama.

Luiza: Você sabe que vó e vô vai te derrubar da cama, né? - Ignorei o que ela falou. - Vou pra uma festa hoje, quer ir? - Neguei.

Luiza ficou me encarando entranha, comecei a não entender legal.

Manu: Qual foi dessa cara? - Arqueei a sobrancelha.

Luiza: Você sente falta do Rio? - Perguntou curiosa.

Manu: Do Rio em si, sim. Mas do morro, não.

Luiza: E do pai do bebê? - Perguntou desconfiada.

Fiquei paralisada, sem reação.

Luiza: Desculpa. - Percebeu o meu constrangimento.

Manu: Tento não lembrar dele. - Ela me encarava atenta. - A gente só teve uma transa e eu engravidei. - Comecei a encarar a porta do quarto.

Luiza: Você gostava dele? Se não quiser responder, tudo bem.

Manu: Não sei, acho que não. É que foi tudo muito rápido... quando eu achava que o Lobato tava morto, eu só pensava em vingança, sabe? - Ela assentiu. - Mas quando eu vi ele no baile, por uns minutos, eu esquecia de quem ele era.

Luiza: Ele é muito mau assim, é?

Manu: Ele fazia os trabalhos sujos do Caio, e quando o pai dele morreu, ele ficou no comando da Rocinha. Bandido é tudo igual, Luiza, matam sem motivo. - Ela deitou na cama, colocou a mão em cima da barriga e encarava o teto. - Que foi, doida? - Comecei a rir.

Luiza: Sua vida é cheia de adrenalina, enquanto eu só vegeto. - Falou desanimada.

Manu: É melhor viver uma vida tranquila de quê uma cheia de arrependimentos. Não ache que a vida é sobre essas aventuras. Se eu pudesse voltar atrás, eu teria fugido daquele morro na primeira oportunidade que eu tivesse, e nunca me relacionaria com nenhum desses caras.

Luiza: Vamos pra festa, vai. - Neguei. - Chata.

Manu: Eu sou péssima em conselho, mas escuta esse, toma cuidado.

A FILHA DO CHEFE - Complexo do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora