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|JEON YOONGI|

Ás oito da manhã, sem Jungkook no Palácio, havia me chegado um comunicado do Tribunal Real, assim como uma carta escrita á mão por Jung Hoseok. Assim que Jaemin me entregou o papel, o vampiro ficou com os olhos frisados em cada aspecto meu. Sentei-me no sofá estufado abrindo o envelope, lendo cada palavra com um pesar em meu peito.

É através dessa carta que o Conselho (Irmandade) comunica com pesar vossa majestade, que pela manhã, seu pai (que não pode ser dito o nome, pois é maldito em todas as nações) foi julgado e sentenciado á perpétua por se aliar á inimigos que insistiram á ir contra seu rei, Jeon Jungkook.

Sua condenação foi julgada como pena de morte por decapitação, que será pública
e contemplada para que todos vejam tamanho poder de sua alteza sobre o país e IGNIS. O conselho lamenta esta horrível notícia, porém as leis devem ser seguidas e não toleramos corrupção, aonde até os nobres são devidamente julgados. Atrás de uma sepultura somos todos iguais, apenas ossos e uma carcaça que algum dia houve vida.

O primeiro Ministro lhe oferece e manda conforto á sua perda. A carta da sentença foi assinada pelo Rei Jeon Jungkook, que concordou com todos os termos e a execução pública.

ㅡ Primeiro Ministro, Jung Hoseok.

Coloquei a mão no peito ainda em choque. Minha alma havia saído do meu corpo, tudo que havia de bom em mim eu sentia que estava indo á cada dia que se passava. Aquele que era maldito em todas as nações um dia chamei de pai, e que agora apenas me dói ter que vê-lo morrer pelas mãos do governo.

Meditei sobre minha vida mais uma vez e pensei nas tantas coisas que tive que enfrentar. As lágrimas já caíam do meu rosto e tudo parecia estar em meus pés novamente, porém isso era o de menor. Eu já sabia o destino do meu pai, porém distraído com as tragédias em IGNIS minha mente se esqueceu que ele existia, e que tudo isso iria acontecer.

Me levantei indo até a janela do Palácio observando o dia ser um pouco nublado. Encostei-me, ainda encarando aquela carta horrenda e imaginando como seria daqui pra frente. Em baixo, encarei as pessoas trabalhando e tentei não pensar tanto naquilo, mesmo sabendo que daqui á algumas horas a execução aconteceria.

ㅡ Jaemin.ㅡ Chamei-o com a voz trêmula.

ㅡ Sim, majestade?

O olhei.

ㅡ Livre-se dessa carta.ㅡ Entreguei-o.ㅡ Mantenha longe de onde meus olhos não possam ver. Faça isso por mim por favor.

ㅡ Com sua licença.

Deu-me as costas enquanto eu escutava os sapatos fazerem barulho no piso do salão. O último rangido foi da grande porta enquanto eu estava sentado, me questionando como sempre.

Até sentir aquela presença.

Mantive meus olhos fechados, tentando não aceitar que eu estava sendo atormentado novamente. Mas era inegável ignorar aquilo, então encarei-o.

Taehyung devagar encostou em minha mão, como se tivesse alma tentando me consolar. Não disse nada, eu nem poderia se quisesse, apenas fiquei quieto sentindo o nó enrolar-se cada vez mais em minha garganta e o frio na espinha por aquele monstro estar ali.

ㅡ Ele não é justo com você.ㅡ Disse ele após um tempo.

ㅡ A vida... Não é justa, Taehyung.ㅡ Respondi sem ânimo.

ㅡ Seu pai não era boa pessoa.

ㅡ Eu sei. Não precisa dizer nada. Eu não quero que diga. Eu quero ficar sozinho. ㅡ Me levantei, afastando-me.

EMBER EYES (JJK+MYG) ㅡ EM REVISÃO (1ª TEMPORADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora