Capítulo 79 - S.O.S

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Ao acordar com os raios do sol iluminando o cômodo, só pude me vislumbrar no meio de uma cama e por algum motivo meu cabelo estava solto cobrindo parcialmente minha visão.

Removo algumas mechas em frente ao rosto me deparando com um par de olhos próximo a mim.

Voz: Oooi.

Movida pelo susto só vejo minha mão "voar" no rosto do indivíduo, em seguida pegar o primeiro travesseiro batendo nele.

— Infeliz, quero ver ir assustar outra pessoa.. depois dessa.

Bruno: P-Piedade, essa é sua gratidão depois do que fiz por ti!?

Deixo de dar travesseirada soprando os fios que haviam caído outra vez, passo a mão pelos olhos voltando a deitar.

Bruno: Ei!! Não te carreguei pela madrugada atoa, pode levantar.

— O que planeja? Em momento algum pedi que o fizesse.

Ele pareceu ignorar minha provocação deixando a cama, se dirigiu a uma direção qualquer.

Bruno: Um passeio antes de voltarmos a rotina de sempre.

— Afinal, onde estamos?

Me levanto quase batendo o dedo mindinho na cômoda ao lado, seguindo ao banheiro vejo a bagunça em meu cabelo indo fazer como sempre minha higiene matinal.

Tendo deixado o banheiro dou uma olhada pelos cômodos chegando a cozinha, vejo que ele estava sentado com sua postura de corcunda me aproximo sorrateiramente olhando por cima de seu ombro.

— Traíra!!

Em um golpe pego o celular de sua pose dando as costas pro mesmo dou uma volta pela mini-cozinha procurando um copo.

Bruno: Não é o que esta pensando! Eu s-.. devolve o celular, ainda estou dando segmento ao plano.

Bufo, indo tomar um pouco d'água dou uma explorada em seu celular procurando pista de o que faríamos, mesmo que ele não aparente ser o tipo de cara que trabalha com planejamento e sim com improviso.

Bruno: Não me ignore o que esta fazendo?

— Um pedido de S.O.S, sua internet não para de cair assim não me ajuda com a localização.

Em segundos o vejo se levantar correndo até mim, largo o copo na mesa correndo pego as chaves pelo caminho lutando contra a fechadura sem nem saber qual seria, passo o cartão de vez deixado o dormitório.

— Cadê? Cadê?!

Por fim vejo o elevador suas portas estavam a poucos minutos de se fechar no último minuto adentro me girando dou um tchauzinho para Bruno que observava do meio do corredor incrédulo.

Tendo as portas se fechado selecionei o andar, dou uma olhada no espelho com a mão disponível tento dar uma arrumada em minha roupa.

— Vamos ver.. o que posso fazer? Faltam poucos andares.

Na pressa procuro por algo mas não encontro nenhuma pista então saio mandando mensagens pra todos os contatos dele, estava me divertindo em zoar o pessoal que nem percebi quando o elevador parou.

Voz: Senhora, acredito que mais gostaria de usar o elevador.

Levanto meu olhar vendo alguns idosos vendo que estava na passagem saio com um sorriso amarelo em desculpas.

Caminho tranquilamente pela recepção deixando o hotel me sentindo energética observo as ruas ao redor, era uma cidade bem movimentada o que era de se esperar embora não soubesse exatamente aonde estava.

No instante em que ia dar dois passos e mais outros sinto uma mirada sobre mim, temerosa me viro lentamente vendo Bruno à dois passos de distância.

Bruno: Devolva-o.

— O-Olá, o que acha de um bom café-da-manhã? Viajamos a madrugada toda, seguro que estará faminto.

Uni as mãos atrás de mim soltando um leve sorriso, enquanto via os raios do sol chegarem até nós batendo em seus olhos havia um belo contraste, o deixando com uma expressão amigável.

Bruno: O celular.. agora.

Rude, acabou com o momento de paz. De má vontade me dei por vencida devolvendo o celular, então o agarrei pelo braço forçando a caminhar ao meu lado.

— Desfaz essa carita, viemos pra nos divertir. E como responsável por minha felicidade hoje, deve ser o mais animado entre nós dois!

Bruno: Está falando isso, depois de ter me feito descer as escadas correndo.

Ele passou a caminhar apressado praticamente me arrastando a cada minuto sentia a fome aumentar ainda mais vendo passarmos em frente a vários comércios englobado a alimentação.

— Sorry, não pensei que tomaria tal atitude. Aliás, certamente tinha outro elevador no outro lado do corredor.

Bruno: Quis esticar as pernas. Andando.

— Já pedi desculpas, desacelere temos uma longa manhã ainda, a cidade não irá fugir de nós.

Ele até então havia diminuído o ritmo, ainda mantendo seu olhar concentrado a frente.

— Calma ae, preciso comer algo urgentemente ou ficarei sem energia rapidamente.

Bruno: Tsk. Não pode deixar de encher com isso?

— Não quando estou vendo passar reto por várias lojas de alimentação.

Bruno: Só estou indo a uma das melhores.

— Porque? Qualquer uma serve.

Passamos mais alguns minutos enquanto eu reclamava de fome, até que um ronco de fome pode ser ouvido sendo uma mistura da fome dos dois.

O vejo parar em frente a uma loja abrindo a porta me deu passagem. Não havia notado que era uma espécie de-

Bruno: Só evitando que fuja, tenha em mente.

Grosso. Adentro sendo recebida por um aroma gostoso era uma lanchonete, seguimos a uma mesa. Tendo feito o pedido ficamos a espera enquanto isso pude ouvir seu celular apitar sem parar, me segurei para não soltar um riso olhando pelo vidro as pessoas passando.

Bruno: Bela, você não fez o que estou pensando.

— Não fiz nada, amigo.

Bruno: Vou levar horas pra organizar a bagunça que você fez.

— Não exagere, você tem poucos contatos e ainda acha muito.

Bruno: Poucos mas são os melhores, estão me xingando todo, esses dois grupos não existiam..

Os pedidos chegaram e ele continuou reclamando. Tendo terminando o convenci a ir pra rua caminhar pelas calçadas antes que passasse a me dar bronca.

Bruno: Sabe que tenho o controle de seu celular, eh?

— Sim, mas você não é como eu, é um cara legal que jamais vingaria. Aliás, a tia não gostaria de ter seu menino assim.

Bruno: Tem certeza que não fez nenhum curso de manipulação?

Apenas dou um sorriso de canto, o levando a uma das lojas que chamou minha atenção.

— Vamos dar uma olhada.

Lysandre e DoceteOnde histórias criam vida. Descubra agora