Capítulo 83 - Suspeitas

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Passo a mão no rosto sem saber o que estava sentindo ou como deveria reagir agora.

— Estava com vergonha de me dizer que deixou se enganar e caiu na armadilha dela? Por isso inventou uma desculpa de ter ajudado ela.

Lysandre — Achei que você não merece alguém que não sabe reconhecer as armadilhas e que poderá te magoar por isso, ao seu lado.

— É você quem não merece alguém que não soube te ouvir e acreditar em você.

Me levanto e caminho até ele.

— Sou eu quem está envergonhada, por eu ter fugido por nada. Por ter me negado a ouvir o que você tinha a dizer e confiei em uma fração de segundos no que vi.

Paro atrás dele, mesmo sabendo que eu não tinha o direito o abracei por trás, envolvendo sua cintura com os meus braços.

— Desculpa, pela péssima primeira experiência amorosa e por agora como se nada, te obrigar a me contar o que aconteceu.

Vendo ele se virar ia afrouxar o abraço, quando ouvimos o celular dele apitar em seguida com mais de uma mensagem chegando. Por um momento ao ver ele abri a mensagem pude ver o nome da pessoa em questão.

Lysandre — Desculpa, preciso responder isso. Podemos conversar outra hora?

Confusa e incrédula, me afasto lutando contra a vontade de perguntar mais sobre isso. Sem dar uma resposta vi ele deixar a sala enquanto ia para o quarto dele. Caio sentada no sofá enquanto minha mente fica a mil. Por que ele receberia mensagem de Pamela? Pela foto, era a mesma.

Deixo meus pensamentos quando meu celular vibra com as mensagens chegando, era Bruno. Sem mais perder tempo ali, achando melhor dar uma esfriada na mente sem aviso deixei o hotel. Pelas ruas, embora distraída, cheguei próximo a balada onde encontrei Bruno em frente.

Bruno — Onde estava? Estive te procurando quando uma confusão aconteceu lá. Que medo, de você ter acabado envolvida.

— Fui dar uma volta, quando comecei a me sentir deslocada lá dentro. Acabei perdendo a noção do tempo, mas estava próxima. Vamos embora?

No caminho de volta a casa, estive pensando mais sobre o assunto, tentando encontrar um motivo para que o Lysandre ainda tivesse contato com Pamela.

Bruno — Você parece incomodada, algo aconteceu?

— Apenas dividida, algo em meu passado voltou a me atormentar, achei que havia resolvido mas parece que tem uma situação que está em oculto.

Bruno — Se você realmente quer chegar ao fundo disso, então vá. Peça ajuda se necessário mas não deixe terminar dessa forma.

No dia seguinte, após ter mandado uma mensagem para Viktor me desculpando por não passar a véspera do ano novo com ele, como ele havia prometido me levar ao parque. Enviei mensagem para Rosalya e alguns amigos, agora nos encontrávamos em um chat em grupo.

— Antes de mais nada, vou apresentar vocês. Mas já saibam que todos são meus amigos.

Depois da rápida apresentação, contei a situação com a qual precisava da ajuda deles.

Morgana — Então, o cara que você gosta anda trocando mensagens com quem tentou separar vocês?

Bruno — Onde ele mora? Por curiosidade, qual é o endereço dele?

— Calma, calma. Só quero descobrir porquê ainda mantém contato, ele não é do tipo que faria isso. Então, acho que algo mais está acontecendo.

Morgana — Só por curiosidade mesmo ou você ainda tem interesse nele?

— ...Sim.

Morgana — Sim o quê? Fiz duas perguntas.

— Rosalya, ainda tá aí? Ficou quieta.

Espero mais um momento até que Rosalya dê um sinal de vida.

Rosalya — Foi mal a demora, consegui algo que pode nos ajudar.

Em seguida, um print de uma conversa é enviado por Rosalya.

Bruno — Imagino que seja uma conversa desse cara que ela gosta, certo?

Rosalya — E mais, com a justa pessoa que queremos pegar. Pena que não consegui mais, parece que foram excluindo as mensagens antigas ou trocaram de número.

— Rosa, como conseguiu isso? Hackeou o celular dele?

Rosalya — Nada disso, quando ele entrou para o banho, entrei furtiva no quarto dele e peguei o celular. Não me orgulho, mas foi o jeito mais rápido.

Morgana — Cara, amei. Depois conversamos no privado, quero aprender algumas coisinhas.

Bruno — Voltando aqui, essa pessoa parece estar procurando algo pra ele. Será que ela consegue descobrir algo que ele precisa?

Pamela — Olá, fofura. Lembra do nosso acordo? Sei que está em uma viagem, mas sigo cumprindo minha parte. Na verdade, já descobri algumas coisas, o que acha de ir ao restaurante local?

Rosalya — O inacreditável é que não há nada pelo qual ele iria querer para precisar fazer algum acordo, ainda mais com ela.

Morgana — Bem, parece que ele está mantendo algo em segredo até mesmo de vocês. Me parece ainda ser algo importante.

Bruno — Realmente, se não, por quê ele deixaria ela ciente que ele viajou? Para que ela também não quebre o acordo entre eles, achando que ele desistiu.

— Independente se ele avisou ou não, ela não parece ter concordado em ficar para trás. Está claramente falando sobre encontrar ele agora.

Bruno — Ela veio atrás dele? O que garante que ela não veio junto com ele e ao chegar aqui se separaram, para que ela procurasse a coisa por ele?

Morgana — Rosa, por que vocês vieram afinal?

Rosalya — Só vim com o irmão dele, para conhecer o mesmo lugar, passar um tempo juntos em nossas férias. Sei que Lysandre veio com alguns colegas para tocar no lugar do Castiel, já que ficou doente.

Morgana — E você _____, como encontrou ele aqui?

— Encontrei ele em uma balada, a banda estava por se apresentar mas não o fizeram, parece que um dos membros passou mal.

Bruno — Minha ideia sobre os dois terem vindo atrás do que ele procura permanece. Ele ter vindo tocar pra mim é só uma desculpa.

Rosalya — O que me preocupa é... o que ele topou fazer pra ela em troca disso?

Deitada em minha cama, me viro enquanto penso. Bruno e eu, não havíamos retornado a cidade onde morávamos a pedido meu, havia dado a desculpa de estarmos cansados e com álcool no organismo. Mas a verdade é que não queria perder essa oportunidade de descobrir mais.

Morgana — Pra descobrir isso, vamos precisar falar com um deles diretamente. Mas antes, precisamos descobrir mais e não dá pra ir de mãos vazias.

Enquanto eles continuam pensando e contando suas teorias, entrei em outro chat.

— E aí, quanto tempo? Como andam as coisas?

Castiel — Olha só, quem se dignou a mandar uma mensagem decente. Estou bem, como tá o filhote?

— Também estou bem, obrigada por perguntar. O filhote, que não é mais filhote pois cresceu, está bem. 

Castiel — Fala, corta o papo furado. O que quer?

— Queria dizer que nada, mas estaria mentindo.

Lysandre e DoceteOnde histórias criam vida. Descubra agora