30. Isto tudo é culpa tua

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Depois os Agentes da Policia fizeram mais algumas perguntas e foram-se embora, deixando apenas o nosso pai ali para falar connosco.

João - (A gritar) Eu não acredito! Deixamos-vos fazer a vossa festa cá em casa, deixamos que tragam todos aqueles que queiram cá para casa. E DEPOIS VOCÊS AINDA DEIXAM ENTRAR CÁ EM CASA UM BANDO DE PSICOPATAS?

Marcos - Nós não sabíamos que eles tinham entrado.

João - Então vocês deviam de ter controlado melhor quem entrava e quem saia. Não acham?

Diana - Mas pai...

João - (A gritar) CALA-TE DIANA! QUE ISTO É TUDO CULPA TUA! AGORA VAI PARA O TEU QUARTO E SÓ DE LÁ SAIS QUANDO EU DEIXAR!

As lágrimas vieram-me aos olhos ao ouvir aquilo e o Marcos tentou defender-me.

Marcos - Pai! Nada disto foi culpa da Diana! Por acaso se não fosse a Diana se calhar a Liliana já cá não estava!

Diana - Não!

Marcos - Como?

Diana - Não Marcos! O pai tem toda a razão isto tudo é minha culpa! Eu só não sei porque é que raios não fui eu a levar o tiro. Pois era isso mesmo que o pai queria. Ver-me morta, para não ter mais trabalho.

Depois de dizer isto sai de lá e fui a correr para o meu quarto a chorar. O meu pai sempre que acontecia coisas destas ele culpava-me e dizia que isto tudo era culpa minha e que isto seria muito melhor se eu não tivesse nascido.

Mas eu naquele dia decidi que seria a ultima vez que o ouviria dizer tais palavras, pois naquele dia iria realizar o maior desejo do meu pai.

Peguei no meu telemóvel e numa pequena lamina que tinha, depois peguei num casaco e saltei pela janela. Como era um segundo andar baixo a queda nunca era muito grande. Sai andando pelas ruas de Lisboa e como a praia não era muito longe fui para lá, sentei-me na areia e fiquei olhando para o mar. Eram exatamente 3 horas da manhã, e por incrível que parece não estava muito frio. Fiquei olhando fixamente para o mar até as 5 horas da manhã, foi quando recebi uma ligação do Marcos, mas eu não atendi, depois recebi mais duas ligações do Tomaz e do Cristiano, e foi assim até que o Marcos dissídio mandar uma mensagem.

Mensagem - Onde estás? Estamos todos preocupados. A Liliana já está em casa, e está super preocupada contigo. O pai e a mãe ainda não pararam de discutir por tu teres fugido.

Eu não queria responder. Mas o Marcos acabou por manda uma outra mensagem.

Mensagem - Já sabemos porque o pai disse aquelas coisas. Ele estava bêbado pois segundo a mãe, eles antes de virem o pai apanhou uma bebedeira das grande, acabando por descarregar e cima de ti.

A desculpa dele não podia ser sempre a mesma. Sempre que apanhava uma bebedeira ele vinha descarregar em cima de mim, e eu já estava farta que sempre fosse assim.

Mas acabei por lhe responder, só para que a minha mãe não ficasse preocupada.

Mensagem de Diana - Está tudo bem! Não se preocupem.

Depois de mandar está mensagem as lágrimas vieram-me mais uma vez aos olhos. E recebi uma ligação do Marcos, que não atendi. Levantei-me da areia e fui andando pela praia, sem destino, sem onde dormir ou comer, sem nada.

Recebi uma ligação da Madalena, que honestamente era a pessoa que eu queria agora ali ao pé de mim.

*Chamada ON*

Diana - (Triste) Estou?

Madalena - (Calma) Oi amiga!

Diana - (Desanimada) Oi!

Madalena - Onde tu estás?

Diana - Num lugar onde não irei ser incómodo de ninguém.

Madalena - Como estás?

Diana - Como é que tu queres que eu esteja depois de o que o meu pai disse?

Madalena - Eu só quero que tu voltes. Vi dois polícias hoje a entrar em tua casa.

Diana - (Sarcasmo) Já devem de ter posto Portugal inteiro a minha procura.

Madalena - É capaz! Mas linda se precisares de alguma coisa diz.

Diana - Eu agora só preciso de ficar sozinha e de pensar.

Madalena - Então irei-te deixar para que possas pensar. Mas se precisares não insiste em me ligar. Ok?

Diana - Ok! Adeus linda.

Madalena - Adeus!

*Chamada OFF*

Depois de desligar o telemóvel sentei-me mais uma vez na areia e fiquei vendo o por do sol nascer. Eu acho que os meus amigos, os meus irmãos, a minha família e os meus pais, são o verdadeiro motivo de eu ainda não me ter suicidado, pois eles são e sempre serão o meu Porque Do Nascer Do Dia.

*Madalena On*

Madalena - Ela está na praia!

XXXX - Como sabes?

Madalena - Ouvi os ondas. E sempre que alguma de nós está triste vai para lá.

XXXX - (Ansiosa) Tens a certeza?

Madalena - Tenho Dona Jéssica. Mas eu acho melhor não irem ter com ela agora!

XXXX - E porquê?

Madalena - Com todo o respeito senhor João. Mas depois do que disse a sua filha, acha mesmo que ir ter com ela agora ajudaria a fazer com que ela o perdoasse?

João - (Desanimado) Não! Não ajudaria. Em especialmente depois do que eu disse.

Custava-me muito estar traindo a minha amiga, mas era o único jeito de fazer ela voltar para casa. Eu sabia que depois ela iria compreender o porquê de eu ter feito isto.

*Madalena OFF*


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