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Marcela Narrando:

A noite chegou. Eu percebi pela janela que havia no alto, e olhar aquele corpo durante a noite, é muito pior que olhar de dia, isso posso garantir. Esse negócio de que mortos não fazem mal à ninguém, não tá colando aqui, só de olhar, meu corpo se arrepia por inteiro. Sei que na madrugada, quando tudo tiver no modo silencioso, vai ser ainda pior.

Estou com sede, muita sede, minha boca está seca e com gosto horrível, descobri que a fome também da um mal hálito do caralho. Minha barriga ronca de dois em dois  minutos. Já estou quase mijando na roupa e meu corpo está todo melado de suor, preciso de um banho.

Ouvi conversas lá fora, e logo em seguida a porta se abriu. Era DN e mais alguém. Eles acederam as luzes e o outro ficou esperando lá fora, enquanto DN me olhava friamente.
_ Como passou o dia em ? - Disse em tom de deboche e eu me recusei a responder. Fiz a egípcia de que nem comigo ele estava falando.

_ to falando com você Cachorra - Me lançou um tapa na cara e eu apenas ignorei, engoli seco e continue fitando o nada. A minha vontade era de levantar e entra de retão na cara dele.
_ Marcela, não me desafia - Gritou.
_ Incrível como calada eu ainda consigo ter posse sobre seu humor. - Falei.
_ Tu é uma piranha mesmo. - Balançou a cabeça negativamente e riu. - Acha que eu iria larga minha mulher pra fica contigo ?

Pensando bem, eu nem queria mesmo. Viver ao lado de alguém como você. Prefiro morrer sozinha. Que pena que demorei tanto pra descobri quem realmente era DN. Que repulsa de mim, que odio.

_ Vai tomar no seu cu - Soletrei.
Em um movimento repentino DN me agarrou pelo pescoço e deferiu um soco na minha boca. Eu senti dor, muita dor, mas a cada agressão eu sentia mais nojo de mim, por ter vivido tanto tempo ao lado dele. Minha boca que mais cedo sangrava pelo corte do tapa, agora voltou a sangrar, pelo soco.

_ Eu prefiro morrer, ao ter que viver toda minha vida, lembrando de você. - Sussurrei.
_ Cala a porra da boca Marcela - Ele segurou meu cabelo e chocou minha cabeça contra a  parede. Naquele momento minhas vistas embaçaram, cheguei a ver dois Denis, eu estava literalmente no inferno. Tudo começou a ficar escuro, a minha pressão já estava baixa pela fome. Meu corpo foi ficando pesado, e eu ouvia uma voz longe, bem longe, como se tivesse em outro lugar.

Sentir minha calça sendo molhada, com certeza não aguentei segurar o xixi, mas não consigo saber se é realmente isso, minha vista está embasada. Lembro do meu filho e forço os olhos piscando várias vezes, pra tentar ver o que molha minha roupa, mas era mais forte que minha vontade, era como se eu tivesse com sono e tivesse lutando contra ele. Tentei mais um pouco, minha cabeça latejava, e eu acabei apagando.

Ananda Narrando:

Alex está muito nervoso. Passou o dia inteiro cheirando. Nem, tenta segurar a onda dele, mas tá difícil.
Tentei falar com ele sobre Marcela, mas ele não me escuta, e depois daquela ligação, ele ainda fechou mais sua mente. Alex acha que Marcela está lá por vontade própria, mas eu penso diferente.

_ Coitada da Marcela - Suspirei.
_ Ih Ana, para de viagem. Tu e ela nem se bicavam - 22 retrucou.
_ Ela que não falava comigo. Mas também ela não sabe da história toda. Ela acha que foi eu que falei - Respondi.
_ Então, deixa isso pra lá fia - Deu de ombros.
_ to preocupada - Me joguei cama.
_ Quem traiu vai pagar - Ele bateu palma.

Fico impressionada com a frieza dos meninos. Eles não ligam, não se importam. Alex devia entender que ela começou a criar um  sentimento, tanto que até alertou o mesmo.
Agora ela tá lá, só Deus sabe como e em quem condições.

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Boa madrugada. Ahh, nossa amiga Nadine, falou que  eu tenho uma vibe boa. Masss pra que ela fez isso gente, deu asas pra cobra. Já tô me sentindo parente do Bob marley, god vibes do reggae kkkkkkk
Mudei até a foto do perfil 😂😂😂😂😂.

Amor Inimigo 🎶 ( CONCLUIDA )Onde histórias criam vida. Descubra agora