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Acordei com 22 abrindo a porta numa velocidade luz.

_ Porra, me deixa dormi - Gritei cobrindo a cabeça.
_ Se fecha fia, já é meio dia, o sol tá no meio do céu - Falou abrindo as janelas.
_ Caralho sai daqui, fecha essa janela - Continuei gritando.
_ Alex tá querendo falar contigo - Me olhou.

Peguei meu celular em cima da cômoda, e tava dando oito e quinze.
_ Filho de uma pura mãe, ainda tá de madrugada - Esfreguei os olhos.
_ Anda Ana, anda - Bateu palma.

Vesti um short jeans, uma regata branca, fiz um coque no cabelo e fui no banheiro, fiz minhas higienes e fui até onde os meninos estavam.
_ Oi Alex - Sorri de canto.
_ Eai Ana, bom ? - Assentiu.
_ To de boa - Respondi.
_ Então, queria pedir um favorzão seu - Coçou a nuca.

_ Pode falar. - Arqueei a sobrancelha.
_ Tem umas coisas lá em casa que são da vagabunda, tu podia pegar aquilo lá, queimar, doar, sei lá, faz qualquer  coisa. - Deu de ombros.
_ Da Marcela né ? - Cruzei os braços e ele Assentiu. - Pode pá, só vou comer alguma coisa e vou lá.

_ Demorô, valeu ai. - Tocou na mão de 22 e saiu.
_ Coitada. - Suspirei.
_ Vai lá comer, pra nós ir rápido, tenho um monte de parada pra fazer ainda - 22 falou.

Preparei um lanche, comi, lavei o que sujei, escovei os dentes e nós fomos.
A chave estava com 22. Ele conversou algumas coisas com um contenção e nós entramos.
Estava tudo bem organizado, limpinho.

_ Pega um saco preto pra mim - Falei indo em direção ao quarto.
_ Onde tem ? - Me olhou.
_ Sei lá ué. - Ri. - Liga pro Alex.

No quarto havia umas bolsas dela, caixas de sapatos, bolsinhas de maquiagem. Juntei tudo num canto e logo 22 apareceu com um saco preto.
Fui colocando tudo dentro com cuidado. Abri o guarda roupas e fui tirando as roupas dela, que estavam bem dobradas, diferente das minhas, que quando abro a porta, as roupas vem caindo igual avalanche.

Separei todas e coloquei na saco preto, perfume, secador de cabelo, chapinha, cremes, esmaltes, dexavadores, isqueiros. Abri a gaveta e peguei as roupas íntimas, e roupas com etiqueta.
_ Olha, ela faz igual eu - Mostrei pra 22.
_ O que ? - Olhou confuso.
_ Guarda roupa nova na gaveta. - Apontei.
_ Não sei pra que tanta roupa - Ele Balançou a cabeça negativamente.
_ Você nunca vai entender, as inimigas invejando você num baile, porque você não tem as inimigas - Fiz bico.

_ Mulheres. - Virou os olhos.
Peguei os biquínis, cangas, meia calça que ela adora. No fundo da gaveta, tinha uma sacola branca, com várias caixinhas.
_ Que isso ? - 22 me olhou.
_ Vou ver agora. - Abri as mesma.

Pisquei os olhos umas trinta vezes. Eram testes de gravidez, minha boca se abriu sem que eu conseguísse perceber. Fui afastando pra trás e me sentei na cama com os testes na mão.
_ Fala logo Ana - 22 chamou minha atenção.
_ São testes, de gravidez. - Peguei um deles.
_ Abre e vê o que tem né - Me apressou.

Tirei a fitinha de dentro e lá estavam, os dois riscos. Acho que a minha reação, foi a mesma que a dela, precisei abrir todos 5 testes pra confirmar que eu estava de fato vendo isso. Marcela está grávida.
Apenas entreguei a 22 e a gente se olhou.

Marcela Narrando:

Abri os olhos lentamente, com a luz forte do sol iluminando aquele quarto. Minha cabeça doía muito, latejava, coloquei a mão na mesma e olhei pros lados procurando o corpo, mas ele não estava mais ali, apenas um cheiro forte de carniça podre.

Na mesma hora fui me recordando aos poucos do que aconteceu ontem, me lembrei do xixi, ou sangue... Não sei.
Olhei desesperada pra minha calça e meu coração desacelerou, minha respiração foi se estabilizando. Não era sangue o que eu tinha sentindo.

_ Graças a  Deus. - Juntei as mãos.
Minha boca está com um gosto amargo.
Ouvi barulho de cadeado, meu corpo se arrepiou dos pés a cabeça.
Fitei o chão, apenas esperando mais um momento de tortura.

_  Marcela. - Reconheçi aquela voz, hoje é meu dia, Obrigada Senhor, obrigada. Meus olhos já se encheram de lágrimas.
_ Guri, me ajuda por favor. - Implorei. Guri se ajoelhou do meu lado e me mediu de cima a baixo.
_ Marcela, tu é doida, deu mole demais menina - Ele balançava a cabeça negativamente.
_ Eu sei Guri, mas agora já foi - Dei de ombros.

Ele tirou a mochila de suas costas.
_ Trouxe umas coisas pra tu aí. - Falou e abriu uma garrafa de água.
Aquilo era como se eu tivesse no deserto, em um calor de 50°. Abri a garrafa e bebi no gargalo mesmo.

_ Guri, eu tô grávida. - O entreguei o litro.
_ O que? De quem ? - Me olhou assustado.
_ Alex - Suspirei.
_ DN sabe ?
_ Não, e nem pode - Balancei a cabeça negativamente.
_ Não mesmo, se não ele usa isso pra acabar com o Alex. - Me entregou uma marmita de feijão tropeiro, com batata frita, ovo e bife de boi.

_ Tu é um anjo mesmo cara - Falei enquanto comia.
_ Não posso ficar dando essas moral sempre, se não DN me mata - Sentou do meu lado.
Ele ficou ali mais um tempo, terminei de comer e ele teve que ir embora.

Amor Inimigo 🎶 ( CONCLUIDA )Onde histórias criam vida. Descubra agora