Amor Inimigo 🎶 ( CONCLUIDA )

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( Escute a música enquanto lê )

Acordei assustada. Mais uma vez, duas vezes seguidas, acordei de madrugada assutada. Devo estar psicopata de tanto pensar nessa invasão, que já é depois de amanhã.

Olhei pro lado e Alex dormia, tranquilo e sereno, sua respiração estava normal e ele nem se mexia.
Fui até a cozinha e bebi um copo de água. Algo me incomodava profundamente, minha mente estava barulhenta. E diferente da tranquilidade de Alex, eu estava tensa, muito tensa e ontem quando acordei, pensei coisas estranhas, na verdade coisas bem loucas.

Voltei pro quarto e Alex ainda dormia, enrolada naquele edredom branco, parecia um anjo. Na verdade, na verdade, na verdade...

_ Porra Marcela - Falei como um sussurro.
Oque estou fazendo? A que ponto cheguei ? Pra que tudo isso Marcela ? Fechei meus olhos querendo abrir novamente e ter apenas nove anos, mas quando abri, ainda estava ali, de frente pra Alex.

Alex... Ele realmente é um anjo, não só se parece um. A única pessoa no mundo que realmente se importa comigo, Alex, ele largou a mulher dele pra ficar comigo, sem nenhum sacrifício, sem colocar a minha vida em risco. Eu sou muito tola. Onde eu estou ?

Minha mente ficava cada vez mais barulhenta e um sentimento de culpa tomou conta a de mim, fui me afastando e cada lembrança ruim que tinha de DN, cheguei perto da porta, fechei os olhos novamente e sentir repulsa, ao lembrar de como eu sou um objeto de DN.

Respirei fundo como quem está tomando coragem, fui até o guarda roupa, peguei um conjunto de tectel masculino que eu tenho, violeta e preto, me troquei, calcei meu Kenner, peguei uma bolsa de lado e coloque duas peças de roupa, duas  lingeries, peguei meu celular e papel e caneta.

Escrevi um carta pro Alex, e a cada parte que eu escrevia meu coração  doía mais e mais. Deixei na cabeceira e liguei pro Ramon, preciso sair daqui no dechavado e só ele pode fazer isso por mim. Só ele sabe.
Fui em direção a sala enquanto o celular chamava.

Início da ligação:
_ Da o papo - Ele atendeu.
_ Ramon, o DN tá querendo me ver  agora. Preciso sair no dechavado, me ajuda - Sussurro.
_ Agora ? - Perguntou.
_ É ue. DN é doido. Vai me ajudar ? - Ainda sussurrava.
_ Vou, não demora, colo aí agora - Dito isso ele  desligou.
Fim da ligação.

Fui no banheiro correndo, escovei os dentes, coloquei a escova na bolsa, dinheiro, fiz um coque no cabelo e sai pé por pé.

O carro de Ramon já estava estacionado, olhei pros lados e entrei.
_ tu salva em Ramon. - Falei tentando disfarça o nervosismo.
_ Vai custar caro depois em - Gargalhou.
_ Pode deixar, pago com juros e correção monetária - Debochei.

Ele dirigia rápido pelo asfalto.
_ DN é louco, sabe que é arriscado - Ele Balançou a cabeça negativamente.
_ Eu já tô cansada de falar com ele, mas ele não pensa em nada, só no próprio umbigo - Reclamei.
_ Nem fala, ele é osso - Riu.
_ Eu quero só ver que desculpa vou dar pro Alex - Virei os olhos.
_ Fala que tu tava passando mal e foi pro hospital - Deu de ombros.
_ Mas ele vai querer saber porque não chamei ele - Fiz bico.
_ Fala que tu tava puta com ele, inventa que descobriu algum b.o dele - Falou.
_ Olha, tu é bom com desculpa - Gargalhei.
_ Tive que aprender ne, também vivo dando desculpas pra ele - Respondeu.

Depois de um tempo chegamos em frente ao morro de DN.
_ Valeu aí - fiz um toque.
_ Demorô, na hora de volta, se precisar. Só ligar - Falou.

Esperei ele se afastou e eu fui pra longe do morro e liguei pra um táxi. Me sentei em um banco e logo o táxi chegou.
Entrei no mesmo.
_ Pra onde vamos ? - O Taxista perguntou.
_ Pra uma pensão bem, bem longe daqui - Respirei aliviada.

Ele tocou pra vira o carro e seguiu pelo asfalto. Minha mente ainda estava a mil. Alex precisa se preparar pra essa invasão. Mas acabei esquecendo de alerta sobre o Ramon na carta, então certamente, assim que Alex ler a carta, o DN já vai saber, e vai me procurar até o inferno, por isso preciso ir pra longe.

Preciso de tempo, pra ir embora do Rio. Preciso recomeçar minha vida. Quanto tempo perdido, por um filha da puta, quanta merda feita.

E agora, o que será de mim?