Um ano antes...

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- E como foi o primeiro dia de faculdade? – Minha mãe perguntou enquanto estávamos jantando na mesa.

- Foi muito legal! As pessoas são ótimas, todos muito divertidos e animados. É engraçado e humilhante ser bixo. - Minha mãe riu e levantou pegando nossos pratos. 

- Que ótimo! E as aulas começam quando?

- Já na segunda. Eu estou muito animada. Já passaram uma lista gigante de material para nós comprarmos, mas é tão empolgante que nem consigo pensar no gasto. - Ela riu de novo, mas dessa vez não desmanchou o sorriso em seguida. Sorri feliz por saber que ela estava feliz, e me levantei em um pulo. - Mas, eu vou tomar um banho por que o pessoal que eu conheci hoje vão vir me buscar para irmos na nossa primeira festa como universitários. – Cantarolei e ela comemorou. Subi para o meu quarto e apreciei a decoração que havia feito. A cama de solteiro ficava bem no meio do quarto, em uma parede com papel de parede rosinha, havia várias lanterninhas acima da enorme janela, embaixo da janela um sofá que eu amava para ler livros ali e estudar. Meu guarda roupa branco ficava na parede da porta, meu banheiro era todo em rosa claro e eu tinha vários bichos de pelúcia e objetos fofos espalhados pelo o quarto, além de fotos e medalhas dos anos no colégio militar. 

Tomei um banho e me troquei. Os anos no colégio militar haviam me dado um ótimo físico e uma ótima saúde. Sem contar a autorregularão de emoções e sentimentos, sem dúvidas as sessões de terapia lá me ajudaram muitos. 

Fiquei pronta logo e desci encontrando o pessoal sendo recepcionado com empolgação pela minha mãe na sala. Consegui localizar alguns amigos da escola antiga quando ganhei um novo celular no meu aniversário daquele ano fatídico, é claro que tinha sido presente dos meus padrinhos, já que pelo meu pai, eu ficaria sem pelo resto da vida. Apesar disso,  nunca consegui encontrar Benjamim e só o que eles sabiam sobre ele quando eu perguntava, era que dois meses depois de eu ter ido embora, ele também foi. Tentei não procura – lo mais e seguir em frente, principalmente depois de ligar para seu número e receber a mensagem de já não estava mais ativo. 

[...]

Os meses foram se passando e a faculdade estava ótima. Designer era a minha paixão e eu não poderia ter feito escolha melhor. Em menos de dois meses eu iria completar 19 anos e estava pensando em abrir meu próprio negócio, com planos e metas que modéstia a parte, eu considerava promissores. 

- Lorenita você vai na festa hoje à noite né?! – Amanda me perguntou assim que nos esbarramos no campos.

- Ah eu não sei. Não estou com muita vontade! – Respondi um pouco sem graça.

- Vamos amiga, vai ser divertido! – Pensei um pouco e decidi me render já que era fim de semestre e eu precisava distrair um pouco, então confirmei com a cabeça. Ela me deu um abraço e disse que passaria na minha casa assim que terminasse de se arrumar.

Chegando em casa, terminei alguns projetos que eu precisava entregar para compor nota e enviei me sentindo aliviada. Desci para comer um lanchinho e apreciei a companhia dos meus cachorros. Minha mãe estava trabalhando na Pet Shop da rua, no qual ela era dona e a clientela até que era boa e estava indo bem! Decidi começar a me arrumar logo apesar de um sentimento sufocante que eu sentia, mas decidi associar aquilo apenas à ansiedade de fim de semestre. 

- Lorenna cheguei. – Ouvi minha mãe dizer do andar de baixo.

- Tudo bem mãe. Já vou descer. – Gritei de volta e terminei de me arrumar, colocando um vestido e tênis, além de passar um batom na boca e deixar os cabelos soltos. Passei lápis de olho para destacar meus olhos azuis acizentados e ajeitei o vestido florido. – A Amanda está vindo para cá para irmos na festa da república do Thomas.

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora