Uma briga feia!

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                                                                    Mais algumas semanas depois: 

                                                                                        Lorenna:

 Já fazia quase três semanas que a empresa havia aberto oficialmente, e todos estavam felizes por como as coisas estavam indo. Tínhamos muitos compradores querendo nossa empresa para fazer seus projetos e suas obras, todos os setores estavam tendo um ótimo desempenho, eu tinha uma boa relação com os funcionários e mais um dia tinha acabado. Tínhamos acabado de jantar e estávamos sentados no sofá, minha mãe ao meu lado, Benjamim na poltrona ao lado, Thomas deitado no meu colo, Amanda e Rodrigo no outro sofá e Enrico sentado no chão. Mas algo em relação a empresa estava me incomodando. Ou mais especificadamente, alguém.

- Então Lorenita como meu aniversário já é mês que vem, eu estava pensando em fazer uma festinha e queria contratar um MC. - Thomas me disse e eu ergui uma sobrancelha. 

- Um MC? - Ele assentiu. - Você não acha que ta querendo demais? 

- Lorenita são 23 anos, é uma data importante. - Eu ri. 

- Okay Thomas, mas todos os seus aniversários são datas importantes. - Brinquei e ele mostrou a língua contando ainda seus planos. Me distrai e fiquei pensando ainda nas coisas da empresa. 

- Lorenita? - Thomas me chamou e eu o olhei. - Você ta me ouvindo? - Eu assenti e levantei um dedo pedindo para que ele esperasse um pouco. 

- Benjamim? - Benjamim me olhou. - Onde você encontrou a Mindy? Sua secretária? - Perguntei e Thomas se levantou sentando ao meu lado e olhando para Amanda. Todos olharam para Benjamim esperando sua resposta. Ele pareceu não perceber os olhares e continuou olhando para a televisão quando respondeu. 

- Foi a lista que me passaram de candidatas. - Eu assenti ainda não me satisfazendo com a resposta. Fazia quase uma semana que não transávamos, e aquilo estava me incomodando profundamente. Claro que eu não podia colocar a culpa nela, as semanas tinham sido cansativas apesar de tudo estar correndo bem. Não sabia se era pelo cansaço do trabalho por estar sendo uma rotina tão atual e estressante ou se ele simplesmente estava perdendo o interesse em mim. 

- Por que ela? - Perguntei e ele ainda não olhava para mim. - Olha pra mim Benjamim. 

- O que foi Lorenna? To tentando assistir o jornal. Ela fez curso de secretária... - Ele respondeu grosso dando de ombros como se aquilo fosse uma pergunta sem nexo, e eu ergui uma sobrancelha me irritando. 

- Todas fizeram técnico em secretariado Benjamim, era uma de nossas exigências. - Ele me olhou revirando os olhos. 

- Ela é uma boa secretária Lorenna, passou confiança pra mim na entrevista, e além de tudo precisa do dinheiro do salário pra pagar a faculdade. - Respondeu voltando a olhar para a televisão. 

- Ah então agora você faz caridade? - Perguntei incrédula. Aquela resposta não havia me acalmado. Ele me olhou irritado. 

- Que caridade Lorenna? Estou ajudando, ela me ajuda, eu ajudo ela. Não tem nada demais nisso, todos os setores tem pessoas precisando pagar a faculdade e não fico te questionando por cada um deles. - Enrico colocou a mão na cara com a MERDA que o amigo havia dito e Amanda e Rodrigo se entreolharam engolindo em seco. 

- Filha? - Minha mãe me chamou e eu a olhei, lentamente tirando os meus olhos de Benjamim e a encarando. Tenho certeza que meu olhar estava em chamas pois ela abriu um sorriso amarelo pra mim. - Acho melhor você subir para descansar, foi um dia duro você teve três reuniões seguidas, você teve um pequeno sintoma da abstinência... Suba que eu já vou em seguida junto com Thomas e Amanda. - Eu me levantei movida pelo o ódio e encarei Benjamim que me olhava irritado também, subindo as escadas e indo para o meu quarto. Uma raiva que eu não sabia de onde tinha surgido cresceu dentro de mim e peguei uma caneca que eu tinha deixado junto com os papéis do trabalho e senti vontade de tacar na parede. Minha mãe, Thomas e Amanda entraram no quarto fechando a porta, e Thomas pegou a caneca da minha mão, sorrindo fracamente quando eu o encarei sabendo que ele sabia o que eu queria fazer e passei a mão no rosto irritada. - Lorenna se acalme. - Minha mãe pediu. 

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora