O verdadeiro arrependimento

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 Quando eu acordei, Diana e nem Rodrigo estavam na cama. Eu sentia que tinha treinado como um louco na academia, ou até mesmo atropelado pois o meu corpo estava todo dolorido. Fui ao banheiro tomando um banho e relaxando os músculos, respirando fundo aliviado por saber que se eu tinha apagado de cansado e ninguém havia me acordado, era por que Lorenna estava bem! Coloquei um moletom e uma calça qualquer, descendo as escadas. 

- Ei olha quem acordou. - Diana disse assim que cheguei na sala onde todos estavam sentados comendo e conversando e todos me olharam.

- Bom dia bela adormecida. - Thomas desejou.

- Por que todo mundo sempre fala isso quando eu sou o último a acordar? - Perguntei tendo um dejavú e eles riram. 

- É que cara... já passa do meio dia. - Lucas falou rindo.

- Já fomos até no hospital. Lorenna ainda estava dormindo, os médicos falaram que ela passou a noite bem. - Richard falou.

- Relaxa, nos asseguramos que ela estava respirando. - Aline brincou e eu ri. Leyla veio até mim e me deu um beijo carinhoso na bochecha e me entregou um sanduíche.

- O médico disse que ela acordou no meio da madrugada, ele disse que ela estava bem. Se recuperando rápido, dentro de alguns dias pode sair se tudo correr bem. - Isabela completou e eu assenti agradecido sentando no sofá. Enrico me entregou um copo com café e Diana uma cartelinha com aspirina, eu os olhei. 

- Mesmo se não fosse claro na sua cara acabada, imaginamos que você estaria destruído. - Enrico explicou e peguei os dois das mãos deles. 

- Eu não sei se fico lisonjeado ou indignado. - Os dois riram e Enrico bateu no meu ombro me dando um beijo rápido na cabeça. 

- Agora é que vem a parte mais difícil. Ela vai para a clínica de reabilitação ou não? - Richard indagou e todos olharam para mim e Leyla, eu olhei para Leyla mordendo o sanduíche. 

- Ela vai botar fogo naquele lugar se a deixarmos lá. - Todos começaram a rir mas parando aos poucos percebendo que naquele ponto, ela seria realmente capaz daquilo. - Vamos discutir isso com ela, não tomaremos nenhuma providência sem a consultar, vocês conhecem ela... - Leyla decretou e voltou para a cozinha. - Se puder ela passa uma corda no pescoço de cada um que a contradiz. - Nós rimos de novo. Quando terminei de comer, subi colocando um tênis, pegando alguns documentos e a chave do carro, com o objetivo de ir para o hospital. 

- Benjamim... - Ouvi a voz de Leyla antes de sair e a olhei. - Preciso ir trabalhar, você me deixa no caminho?

- É claro Leyla! - Respondo e nos despedimos do pessoal, entrando no carro e dou partida. - Escuta, eu vou precisar ficar lá o dia todo e gostaria de adiantar a questão do tratamento da Lorenna. Você pode conversar com ela sobre isso? Quanto mais rápido decidirmos, melhor! Se ela quiser pode me ligar para falar sobre isso, é que se eu deixar de ir mais um dia, o pessoal lá vai ficar louco, eu já estou atrasada com os pagamentos deles. - Ela pede e eu a olho rapidamente. 

- Tem certeza? - Pergunto sem certeza e ela assenti que sim com firmeza. 

- É claro, não teria nem como eu não confiar em você sobre isso. E bom, como falamos antes, ninguém mais obriga a Lorenna a fazer nada e sei que você não quer ela numa clínica... - Ela fala de jeito preocupado. - É aqui... - Paro o carro para que ela desça e ela pega sua bolsa saindo. - Qualquer coisa me ligue, até mais tarde querido. - Me despeço e ela fecha o carro, me deixando sozinho com os meus pensamentos. 

- Okay... hora de visitar a ferinha. - E dou partida novamente. 

...

 Chego no hospital e faço todos os trâmbites de visitação e sou orientado a seguir por um corredor e virar a direita, encontrando vários quartos. O dela era o 405, e faço isso, levando a pelúcia que eu havia comprado no caminho, achando ridículo já que todos disseram que tinham levado presentes pra ela, então o meu não seria nada especial. Na realidade, meu coração batia rápido e eu conseguia o sentir quase como se saindo do meu corpo, e eu tremia... estava nervoso... Quando a vi encostada na cama e olhando para a televisão, com o acesso, o rosto com expressão de dor e tão pálida, eu senti meus olhos marejarem e minha garganta secar, apesar disso ela estava viva... viva! 

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora