Briga entre colegas

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                                                                                          Lorenna:

- Zac, não acredito que finalmente conseguiu transferência. - Falei feliz o recebendo na minha sala e o abraçando forte. 

- Demorou alguns meses, mas eu consegui. Que saudade que eu senti de você Lô. - Disse me abraçando mais uma vez. 

- Senta aqui. Me conte como vão as coisas. 

- Bom, consegui minha transferência e alguns outros policiais também, eu estou hospedado num hotel e procurando uma casa, mas como você disse que vagou um quarto na casa do pessoal...

- Sim sim, Isabela e Lucas disseram que seria ótimo mais uma ajuda com o aluguel. Eles preferiram não comprar a casa, daqui a pouco cada um acaba indo pra um lado. 

- Sim, e você também daqui um tempo se muda da casa da sua mãe. Seu pedido de casamento foi lindo. - Zac disse lembrando da véspera do natal e de como estava bêbado para lembrar que pulou na piscina depois daquilo. Eu ri tristemente olhando para o meu anel. - O que foi Lô? Você parece abatida, não te vejo assim desde... - Parou a frase. 

- Desde antes da volta do Benjamim, é eu sei. Nós não estamos em uma época boa. Acho que ele ta tendo um caso ou sei lá... só perdendo o interesse em mim. Ou sei lá... talvez só seja uma fase ruim. - Ele me olhou perplexo. 

- Benjamim? Tendo um caso? - Ele gargalhou mas quando viu que eu assenti e não ri, ele fechou a expressão. - Não! Isso não é possível. 

- Eu também achava que não, até ver que era possível. 

- Me conta isso direito. - Me pediu e eu contei o que acontecia, ao final ele pensou um pouco. - Acho que eu posso te ajudar. - Ele me contou seu plano e eu assenti feliz, mas sentindo meu estômago revirar. Zac foi embora cedo, e não sai para almoçar. Horas depois, estava na minha sala lendo alguns documentos quando recebo uma ligação do Zac. - Eu mandei umas fotos no seu WhatsApp, não são ruins, mas também não são boas. Por favor Lorenna, não faça burrada quando as vir. - Eu respondi que tudo bem e olhei as fotos sentindo um aperto no coração. Faltava uma hora para o expediente acabar, mas eu me sentia sufocada ali dentro. Peguei meu capacete e sai pela porta da minha sala. 

- Celeste avisa o Barto que estou indo embora, não posso ficar aqui mais um minuto. - Não esperei sua resposta e desci pelo o elevador sem paradas. Cheguei no estacionamento colocando meu capacete e dirigindo rápido para casa. Chegando minha mãe já estava lá, eu disse que precisava ficar sozinha e subi para o meu quarto, fechei a porta sem a trancar e ela respeitou minha decisão. Comecei a andar pelo quarto e pensar e pensar e pensar mais. Estava enlouquecendo e precisava de alguma coisa. Abri meu guarda roupa achando uma garrafa de Whisky que eu tinha comprado em Miami para alguma ocasião especial e quem sabe, futuramente bem longe, eu poderia beber, mas a abri, colocando um pouco no copo e ficando o olhando um tempo. Lutei contra aquela vontade, mas a mágoa era maior dentro de mim. Peguei e coloquei na boca sentindo o gosto. Virei mais um gole e coloquei mais no copo, ouvindo quando o pessoal chegou. Eu sabia que era errado! Sabia que eu precisava ter fortalecido minhas emoções em relação ao Benjamim, que não poderia ser tão vulnerável, que eu NÃO PODIA ME ABALAR TÃO PROFUNDAMENTE POR CAUSA DELE. Tomei mais alguns goles sentindo o líquido descer rasgando pela minha garganta e deixei um pouco dentro, saindo do meu quarto e descendo as escadas já sem o salto e com o copo na mão. Além de minha mãe, Amanda, Enrico, Rodrigo, Thomas e Benjamim estarem ali, Isabela, Lucas, Barto, Melissa, Vini e Ricardo também estavam. 

- Você saiu pra almoçar com ela? - Perguntei ríspida e todos se viraram pra mim. 

- Lorenna... - Benjamim falou meu nome vindo até mim, levantei a mão o que o fez parar. 

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora