Uma conversa sincera e uma festa.

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Lorenna:

- Vocês dois são umas bestas! Olha só o que fizeram. – Melissa disse brava, olhando para os nossos rostos que já estavam lavados, mas que precisavam de curativos. Barto e eu apenas ficamos sentados na cama, quietos, cabelos molhados e roupa íntima, só esperando ela fazer os curativos. – Vocês têm sorte que já se envolveram em tanta briga que nem ficam tão inchados. – Ela fez um curativo na testa de Barto e quando ela foi fazer na boca, ele se desvencilhou um pouco. Ela o olhou brava e ele voltou sem dizer nada. – Não sei por que vocês ainda fazem isso. Bom, melhor do que vocês terem descontado na Diana e no Benjamim que não merecem o que vocês estão fazendo.

- Eles poderiam ter falado que já tinham feito isso, pelo menos não descobriríamos num jogo. – Barto falou com raiva tirando as palavras da minha boca.

- Cala a boca Bartolomeu! – Melissa mandou e nós a olhamos. – Levanta. – Ele se levantou e ela colocou a faixa com remédio para dor muscular no lado esquerdo da costela, onde começava a se formar um hematoma. – Coloca isso no olho e fica quieto. – Entregou a bolsa de gelo e ele se deitou, colocando no olho direito. – Diferente do que vocês acham, eles não devem satisfação do passado deles, sendo que não iria interferir em nada no futuro de vocês. Eles disseram que nunca fariam isso com vocês, foi só uma aventura. E mesmo assim, não devem explicação. Eles aceitam toda a porcaria do passado ridículo de vocês, e por causa disso, DISSO... - Ela gesticulou puta nos encarando. - Vocês surtam e começam a brigar igual dois retardados. Vocês terão sorte se eles não terminarem. – Ela começou a dizer firme. Era difícil ver Melissa sendo séria, já que ela era um doce de pessoa. – O passado as vezes é necessário ser esquecido, para poder se ter futuro. O Enrico não fica me perguntado de cada cliente e relação que eu tive, por que ele sabe que isso não muda o que eu sinto por ele e sabe que só faria com que nós brigássemos. Estamos poupando um ao outro, coisa que eles estavam fazendo. Precisam entender que estão sendo tóxicos, não só para eles mas também para todos nós que estamos em volta. – Continuamos de cara fechada e Melissa fez um curativo na minha testa, no meu queixo e na minha boca. – Mas, vocês são teimosos demais e possessivos para entenderem isso. – Ela nos olhou e era como se estivéssemos emburrados por causa de uma briga que nossa mãe estava nos dando. – Vocês vão acabar sozinhos se continuarem assim. – Ela disse e eu olhei para Barto que também me olhou. – Levanta Lorenna. – Ela mandou e eu levantei. Ela colocou a mesma faixa com remédio na minha costela direita e outra no abdômen e me entregou outra bolsa de gelo que eu coloquei no olho esquerdo. Ela nos deu remédio para dor também e caminhei em direção ao meu quarto, me encontrando com Diana no meio do caminho e só passando reto. Percebi que ela entrou em um dos banheiros e que o outro já estava ocupado, imaginei que pelo Benjamim.

Tirei o sutiã, colocando a camisola e deitei na cama ainda com a bolsa de gelo no rosto. O remédio que Melissa havia nos dado era forte e já começava a surtir efeito. Respirei fundo algumas vezes, já sentindo os olhos pesados e vi Benjamim entrar pela a porta, fechei os olhos e a última coisa que senti, foi um beijo dele na minha bochecha.

Acordei e tudo ainda estava escuro. Senti um pouco de dor nas costelas e me virei para o lado, dando de cara com Benjamim sentado. Ele estava com o rosto entre os joelhos e não consegui perceber se ele estava acordado ou dormindo. Me levantei um pouco e peguei na sua mão, ele se assustou e me olhou, fungando.

- Você ta chorando? – Perguntei preocupada, percebendo seu rosto molhado e ele deixou cair uma lágrima. – O que foi? – Ele apenas se deitou e me abraçou pela a cintura, colocando a cabeça no meu peito e fungando mais uma vez. Meu coração se partiu e eu passei minha mão pelo seu cabelo. – Shhhhii, ta tudo bem! Não precisa se preocupar, vai ficar tudo bem! – Eu disse para ele, que me apertou um pouquinho. Me senti a pior pessoa do mundo! Eu não merecia ele e toda a sua bondade, tudo o que fazia por mim. Depois de mais ou menos meia hora, ele pareceu cair no sono e depois de mais meia hora, eu também.

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora