Capítulo 91

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  A marcha nupcial começou a tocar e a porta da igreja abriu, mostrando Lorenna e seu pai ao seu lado. Seu vestido era exatamente como ela detalhava pra mim, mas era mais perfeito ainda em seu corpo. Perdi o fôlego a vendo sorrir e caminhando graciosamente na minha direção, eu sorri não conseguindo conter minha felicidade e ela sorriu mais ainda. Sua maquiagem estava destacando seu olhos azuis com um tom creme com marrom, e na boca um batom rosinha que a deixava delicada. Seu buquê era de rodas brancas, vermelhas e tulipas azuis, as mesmas flores que faziam parte da decoração e carregava um terso branco. 

 Seu cabelo estava solto, mas com uma parte preta e cacheado e ela usava uma tiara de cristais simples e pequena, que lhe dava sofisticação. Lorenna também usava o colar com a inicial do meu nome que eu havia pedido para fazerem de brilhante. Não tinha como ela estar ou ser mais perfeita do que aquilo, era tanta beleza que eu não conseguia descrever. Quando sai do transe, ela já estava na minha frente e seu pai beijava o topo de sua cabeça, ele segurou a mão dela e me olhou sorrindo. 

- Cuide bem da minha filha... Bem melhor do que eu cuidei. - Pediu e eu assenti apertando sua mão, e pegando a mão de Lorenna a beijando em seguida. Seu pai se sentou ao lado de Leyla e encarei Lorenna, ela sorria sem parar. 

- Você está tão linda! - Eu disse e ela agradeceu, nos posicionamos em frente ao padre e ele sorriu para nós felizes. 

- Sejam todos muitos bem-vindos a essa tarde especial, hoje estamos aqui unidos para testemunhar o sagrado matrimônio entre Lorenna Ribeiro e Benjamim Lucas. - O padre começou falando calmamente no microfone. - Agora iremos fazer a oração abençoando os noivos. - O padre fez a oração enquanto eu e Lorenna abaixamos a cabeça recebendo a benção, e apertei sua mão. Em seguida, ele fez a liturgia da palavra, o qual todos nós nos ajoelhamos em frente ao altar e ouvimos atentamente alguns minutos a liturgia e a reflexão, o salmo veio em seguida e levantamos, cantando o canto de aclamação. - Agora é o momento em que os noivos dizem seus votos e proclamam aquilo que amam um no outro. - O padre deu o microfone para Lorenna, e nos viramos de frente um para o outro. Ela pegou e percebi que tremia um pouco, o que era fofo, pois nada conseguia fazer Lorenna duvidar de sua capacidade. 

- Nem acredito que isso ta acontecendo... - Ela começou e meu coração que já estava a milhão por hora, pareceu acelerar mais ainda. - Parece tudo um sonho, estar aqui nesse altar de frente pra você e com nosso filho aqui dentro de mim... - Disse colocando a mão livre na barriga e eu sorri feliz. - Quando eu era uma adolescente com alguns problemas você estava ali por mim, me apoiando, me dando forças, me dando todo o carinho e amor que você conseguia dar e mais. Quando eu te perdi... - Ela parou um tempinho e respirou fundo. - Quando eu te perdi, senti que perdi uma parte de mim. - Meu coração doeu e eu senti lágrimas nos meus olhos. - Parecia que uma parte de mim havia morrido e uns anos depois a outra parte morreu também, com o falecimento do Léo. Mas depois você voltou e aos poucos foi me iluminando de novo como havia feito antes e me fez superar tantas coisas que eu nunca imaginei que poderia superar. - Uma lágrima escorreu pela a bochecha de Lorenna e eu senti meus olhos arderem. - Você trouxe de volta os meus amigos, a minha relação com a minha família, minha saúde, minha felicidade, minha vontade de viver... - Senti lágrimas escorrerem dos meus olhos e respirei fundo. - Me salvou da depressão... Me salvou de mim mesma... Você me salvou! - Ela sorriu chorando fracamente e eu senti mais lágrimas escorrerem. - E a cada dia que passa você me salva de coisas que nem percebe fazer e eu amo isso em você... você não ter que se esforçar pra me fazer feliz e me amar, por que você é assim e eu não poderia ter tido sorte melhor em te amar e você me amar. Obrigada por me salvar, me amar, me fazer a mulher mais feliz desse mundo e obrigada... por escolher passar o resto da vida ao meu lado. - Terminou devolvendo o microfone para o padre e eu a abracei chorando emocionado em seu ombro, ela me abraçou chorando também nos meus braços. As palavras dela ecoavam e se repetiam na minha cabeça, e me faziam chorar mais ainda por eu conseguir sentir dentro do peito. Eu a olhei e ela sorriu. 

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora