Um dia tranquilo e a noite agitada

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 Acordei com dificuldade e do momento em que me mexi, me arrependi profundamente. Uma dor nas costas me impediu de me mexer mais e um torcicolo terrível a mesma coisa. Cutuquei Lorenna que ainda estava no meu colo e numa posição terrível.

- Lorenna acorda! – Falei e ela abriu os olhos devagar.

- Eu to com dor no corpo. – Disse assim que acordou totalmente e se mexeu um pouco.

- Eu também to, então... – A empurrei sutilmente para o lado e ela deitou no chão. Ela me olhou brava e eu levantei me espreguiçando. Eu ri e estiquei a mão para ajuda – lá a levantar, ela me mostrou o dedo do meio se levantando sozinha e indo em direção ao banheiro sem nem me olhar. – Alguém acordou de mal humor! – Falei alto para que ela ouvisse e ela nada disse.

Olhei para as roupinhas que continuavam no chão e as peguei guardando de volta nas sacolas. Vi Lorenna prender o cabelo em frente ao espelho enquanto a banheira enchia, ela tirou a roupa e foi em direção a banheira. Fui até o banheiro também e observei ela entrar, se encostando, respirado fundo e fechando os olhos.

Lorenna continuava ganhando corpo a cada dia que passava, seu cabelo ganhava mais vida ainda, assim como sua pele. Ela estava linda, mas ainda faltava aquele brilho todo que eu havia visto na Lorenna de quinze anos. Tirei o resto da minha roupa e entrei do outro lado da banheira.

Ela nem abriu um olho sequer. Peguei seu pé e cutuquei, ela recuou e respirou fundo mais uma vez. Seu temperamento não estava bom, o problema era descobrir se era por causa das mudanças de humor ou se ela estava sozinha com seus próprios pensamentos que poderiam ser horríveis.

- Ta brava comigo? – Ela abriu os olhos, me encarando.

- Não estou brava. – Respondeu baixinho.

- Então por que parece que está me evitando?

- Não estou te evitando Benjamim, só acordei com dor e você me jogou de lado. Só isso, para de ser sensível também! – Lorenna disse começando a ser grossa e parou quando terminou a frase.  Peguei sua mão e a trouxe pra mim, ela se apoiou no meu peito e passei meus braços por ela protetoramente.

- Eu também acordei com dor meu anjo, me desculpa ter feito aquilo. – Pedi.

- Não precisa pedir desculpa. Eu exagerei! – Ela falou. Sorri beijando seu ombro.

- O que você acha de ficarmos só nós dois aqui hoje? Descansamos para mais tarde irmos para Las Vegas e aproveitamos um tempinho sozinhos.

- Eu quero! – Ela disse manhosa e eu a apertei contra mim, beijando sua cabeça.

- Então combinado. – Ficamos um tempo deixando a água quente relaxar nossos corpos e depois terminamos de tomar banho. Em seguida descendo as escadas em direção a cozinha, para encontrar com o pessoal.

- Mentira? Ela tentou fazer isso mesmo? – Thomas falava alto para Aline.

- Tentou, e ainda teve a cara de pau de sorrir depois. – Isabela respondeu e ele olhou indignado.

- Que ridícula! Acordaram, finalmente! – Se animou nos olhando. Mas, logo estranhou quando olhou para Lorenna.

- Que roupas são essas? – Isabela perguntou, indagando nossas camisetas e moletons.

- Eu e a Lorenna acordamos um pouco indispostos, vamos ficar por aqui pra poder ficar melhor para Vegas mais tarde. – Respondi já que Lorenna permaneceu calada, sentando no sofá.

- Vocês estão com febre? Estão sentindo o que? – Diana perguntou já colocando a mão na testa de Lorenna. Ela abriu um sorriso despreocupante.

- Só dormimos de mau jeito... – Ela respondeu e Diana sorriu entendendo.

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora