(Pov Enrico)
- Você sabia que você é o único cara que já consegui gozar de verdade? - Mel soltou e eu a encarei surpreso. Ela estendia o vestido dela no cabide e eu passava o meu terno para o dia seguinte.
- É mesmo? - Perguntei me divertindo, ela revirou os olhos divertida. Tirou os acessórios da noite e a roupa, ficando só de lingerie e passou os braços pelo meu pescoço me dando um selinho.
- Uhum. - Ela assentiu me dando outro selinho. Eu sorri. Ela se sentou na ponta da cama enquanto eu terminava. Terminei minha camisa e a encarei quando estendi a calça na tábua de passar roupa. Melissa era carinhosa e romântica, ela gostava de fazer bem lentamente e me dizer o quanto gostava daquilo. - Desde que eu comecei a fazer pra ser sincera. - Revelou também e eu a olhei.
- Você nunca me disse como começou na vida que tinha. - Toquei no assunto relutante. Ela suspirou, desligou o ferro e me puxou pela a mão me levando até a cama. Sempre que eu tocava no assunto, ela se esquivava e não falávamos mais sobre nada, sabia que era um assunto delicado mas eu precisava saber mais sobre ela. Para a entender... Para ela saber que as coisas poderiam ficar no passado e ela era linda, em todos os sentidos, do mesmo jeito, mesmo que ela precisasse praticar pensar o mesmo de si. Principalmente.
- Eu vivi em orfanatos desde que eu era um nenê, pelo o que eu sei a minha mãe era uma adolescente de uma família rica e que engravidou aos 16 anos de um cara que os pais dela odiavam, então ela foi meio que obrigada a me dar pra adoção. - Começou a explicar brincando com uma almofada.
- Por que meio que obrigada?
- Por que depois que ela ficou maior de idade, ela nunca me procurou.
- É, realmente é meio delicado essa parte. Eu sei como é sentir a falta de um pai ou uma mãe, já que o meu pai morreu quando eu era pequeno, mas no seu caso foi bem pior eu acho. - Ela sorriu fracamente.
- Bom cada um sente da sua maneira, não acho que sofri mais que você. - Ela disse carinhosamente. Ela era totalmente compreensível e sensível para entender o outro, não importava a história. - Enfim, eu fui adotada pela primeira vez com seis anos, mas depois de algumas semanas a moça engravidou e eles não tinham um coração bom o suficiente pra ficarem comigo ou não queriam alguém de "fora" se envolvendo com o filho verdadeiro deles... - Ela deu de ombros. - Eu voltei pro orfanato e mais dez anos se passaram, com 16 anos fui adotada de novo, mas naquela época eu já tinha mudado bastante. - Ela disse um pouco incomodada.
- Mudado como?
- Ah, eu me desenvolvi muito rápido. Eu sempre tive um padrão que consideram chamativo... Com 16 anos minhas amigas do orfanato já falavam o quanto tinham inveja do meu corpo, e eu sempre tentava ser vaidosa e me cuidar com as coisas que eles conseguiam nos dar pra cultivar algum amor próprio pra não vegetar lá. - Ela disse como se o corpo dela fosse algo que a tivesse incomodado bastante. Pra ser sincero, Mel não tinha muita confiança em si mesma, ela sempre estava em busca da minha aprovação, sempre me perguntando o que eu gostaria que ela usasse, sempre parecendo se esforçar pra me agradar e nunca entendi direito, mas agora começava... - Enfim, eu fui adotada por um casal que já tinha um filho da minha idade, e nós tínhamos uma boa relação, eu adorava conversar com ele, éramos amigos, mas depois de alguns meses comecei a perceber que eu gostava dele, mas não como irmão. E sabe... Ele também não gostava de mim como irmã. Nós começamos a ter algo escondido e um dia nós fomos pra cama, mesmo que eu gostasse dele, a primeira vez doeu muito e foi mais na emoção sabe? - Ela me olhou e eu assenti a certificando de que eu estava entendendo tudo. - Acabamos nos descuidando e o pai dele nos pegou dormindo juntos no dia seguinte, a mãe dele até tentou conversar com o marido dela, dizer que nós dois nos gostávamos e que eu não merecia ser levada de volta pro orfanato, mas ele não quis ouvir. De acordo com ele, o filho dele tinha um futuro muito brilhante para ficar com alguém como eu. Nunca vou esquecer a Renata... ela foi uma verdadeira mãe pra mim, ela continua me mandando notícias e presentes até hoje. - Ela disse sorrindo.
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Anjo Perdido
Teen FictionLorenna é uma garota de 15 anos, meiga e sensível que tinha muitos sonhos. Benjamin é um garoto de 18 anos, antes frio, mas agora sonhador; graças a Lorenna, o grande amor de sua vida, o anjo que o trouxe luz. Juntos eles viviam um amor escondido...