Inseguranças.

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Lorenna:

- Eu não tenho nenhum biquíni decente. - Olhei para Melissa que se jogou na cama frustrada, em cima de DEZENAS de bíquinis e maiôs. 

- E o que seria tudo isso ai em cima? - Perguntei indignada.

- Eu só tenho coisas chamativas demais, não tenho nenhum simples. O Enrico é o tipo de cara que não se interessa pelo o meu outro lado, ele gosta da minha personalidade. Se eu aparecer com um desses biquínis, vou parecer uma vagabunda, não que seja ruim... - A olhei entendendo o porquê de toda a agitação, mas revirei os olhos o que fez ela jogar uma almofada em mim e ri, me jogando ao lado dela. 

- Mel, ele não vai se importar. O Enrico é carinhoso e com certeza vai gostar de qualquer coisa que você vestir e como você disse, não que seja ruim... ele sabe do seu passado. PASSADO! - Afirmei e ela me olhou ainda chateada e em dúvida. 

- É que sabe... nós já transamos antes mesmo de ele me conhecer. Será que isso não me torna fácil? - Eu neguei rápido. 

- Ele não é assim, se quisesse só transa não investiria tanto, seria sincero. Conheço ele a pouco tempo, mas sei que ele seria sincero no que quer com você. - Respondi sincera e ela refletiu. 

- Então devo arriscar um dos meus? - Ela ainda perguntou em dúvida. 

- Mulher você vai deixar ele babando! Arrasa! - Respondo me levantando e ela ri, se levantando também. Ela escolhe um verde com várias faixas e arruma pelo corpo esbelto que tem e a ajudo a fazer algumas trancinhas em seu cabelo. Pego um bíquini simples azul e coloco, olhando rapidamente para o meu corpo e colocando o vestido por cima. Eu tinha engordado bem até e ganhado forma onde deveria, mas eu ainda não gostava tanto do que via pra ficar confortável. Melissa pegou minha mão apertando e passando um dedo por cima das minhas cicatrizes. 

- Sabe que quando eu vi isso aqui em você pela primeira vez quis te matar, né?! - Ela confessou baixinho e eu senti um aperto no peito. 

- Você não seria a primeira! Barto me agarrou tanto no dia que viu a primeira vez que achei que ele não fosse me soltar nunca mais. Ele me implorou de joelhos pra nunca mais fazer isso mas não consegui prometer por que eu sabia que faria. - Respondi e ela me encarou suspirando, e sorrindo. 

- Mas você está melhorando e é isso que importa! Um dia de cada vez. - Eu sorri a abraçando e ela fez o mesmo. - Você está linda, não deixa suas inseguranças monopolizar seus dias.

- Vou tirar em algum momento, confia! 

- Eu vou cobrar. - Brincou e rimos descendo as escadas. 

- Eu vou passar aí você vê se ele me olha tá? - Ela disse assim que chegamos na sala, indo em direção a área externa. Assenti rindo e ela saiu para a área sem olhar para Enrico, indo até onde as meninas estavam.

Como eu imaginei, Enrico a encarou do momento em que ela apareceu na porta até o momento em que ela sentou, olhando de cima a baixo. Eu mandei um joinha pra ela que sorriu. Vi Benjamim na piscina, do outro lado de costas para onde eu estava e suspirei. Fui até Barto e ele sorriu para mim.

- Como vai meu doce? - Sentei ao seu lado, sendo servida por suco.

- Vou bem. E aquele esquema que você me disse mais cedo? Vai rolar? - Perguntei e ele sorriu.

- Com toda certeza. Amanhã de manhã nós vamos sair e você irá ficar boa parte do dia fora comigo. Digo que iremos tratar de negócios na cidade e ninguém vai suspeitar de nada. Negócios bom é claro! - Assenti sentindo um frio na barriga e sorri.

- Vai ser interessante. - Ele me olha com o jeitão dele.

- Você nem faz ideia! - Sorriu maliciosamente e depois me observou. - Por que você ainda está de vestido? Não vai me dizer que está com vergonha do Benjamim. - Eu ergui uma sobrancelha tentando parecer a velha Lorenna, mas senti meu rosto esquentando.

Anjo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora