O primeiro dia de aula chegou rápido e, junto com ele, toda aquela alegria de primeiro dia de aula que, confesso, eu também sentia. Naquele último ano letivo, eu estava em êxtase, pois sabia que ao término das aulas, dali a dez meses, eu iria me mudar para alguma cidade grande e fazer faculdade.
Eu queria ser jornalista e já estava procurando pelas universidades que pudessem me aceitar. Dentre as que eu me interessei, estavam a de Los Angeles e de Ohio, mas a que eu mais desejava era a de Nova York. Além de ser excelente, ficava a pouco mais de três horas da casa de mamãe e eu poderia visitá-la com mais freqüência. Mal podia esperar pela chance de fazer uma entrevista.
Como de costume, nos últimos dias antes do início das aulas, recebi um cronograma de onde seriam minhas aulas. Felizmente, Mandy e eu iríamos ter quase as mesmas aulas, diferente do ano anterior, quando tínhamos apenas metade das matérias em comum. Duas matérias eu teria com Connor, o que eu considerava quase um alívio, pois desde que me recusei a sair com ele no fim de semana que meu irmão nos visitou ele estava muito chato.
Assim que cheguei à escola no primeiro dia do ano letivo, vindo de ônibus com Mandy, revimos a maioria dos nossos colegas e conversamos por alto sobre as férias de verão. Quando o relógio marcou oito e cinquenta, nos preparamos para entrar na escola.
Ao passarmos ao lado do estacionamento, olhei para os carros estacionados e um deles me chamou a atenção. Um Maverick preto antigo, mas muito bem cuidado. Parei e fiquei observando o carro.
- Jully, está tudo bem? – perguntou Mandy.
- Aquele carro ali – apontei para o Maverick – é do meu vizinho.
- O gótico?
Achei graça do comentário dela.
- Não sei se ele é gótico... Mas sim, ele mesmo.
- O que ele faz aqui?
- Não sei, desde aquele dia em que ele deu carona com meu irmão, não falei com ele.
- Ah, sei lá, ele deve conhecer alguém da escola. Vamos logo, a gente vai se atrasar.
Deixando meus pensamentos sobre Barry de lado, caminhei com Mandy para o primeiro período.
Quando ele acabou, Mandy foi para uma direção e eu para outra, pois aquele segundo período teríamos matérias diferentes. Caminhei pelo corredor despreocupada quando, ao virar em um corredor, trombei com alguém. Caí sentada e derrubei meus livros. Não me machuquei, mas com o susto, pensei em xingar. Mas quando levantei os olhos, vi o senhor Vercetti parado na minha frente.
- Oi... – falei assustada.
- Senhorita Mitchell, me perdoe – falou ele constrangido – por favor, deixe-me ajudá-la.
Barry estava usando o mesmo padrão de roupas de sempre. Usava uma calça jeans preta com uma camiseta preta e, por cima, uma camisa social de mangas curtas, também preta. Estava calçando aquele mesmo par de sapatos social e usava o mesmo boné estilo antigo. Ele esticou a mão e segurou a minha, me colocando de pé.
Normalmente eu não reparo nesse tipo de coisa, mas o toque dele era tão suave e firme ao mesmo tempo. Sua mão não era como a mão de meu pai, por exemplo, grossa e com calos. A dele era macia, delicada, quase uma mão feminina, mas com a força de uma mão masculina ao segurar a minha.
Assim que me colocou de pé ele se abaixou e pegou meus livros enquanto eu ajeitava minha roupa.
- A senhorita se machucou? – perguntou ele com sua voz grave e rouca.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Rosa Para Barry
RomanceCansada de sua rotina, Jullienne Mitchell vivia na esperança de ter uma reviravolta em sua vida. Quando Barry Vercetti chega à cidade, a última coisa que ela imagina é que aquele homem intrigante fosse ser o estopim para essa grande mudança. Dividid...