Capítulo 8

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No dia seguinte papai levou mamãe e eu até Rochester para comprarmos roupas no shopping. Sua vontade era estrear o carro, mas como eu estava precisando de um vestido novo e mamãe de casacos, não questionamos. Passamos o dia na cidade e só voltamos tarde da noite para Spring Valley, o que posso dizer que foi bom, pois não vi o professor Vercetti.

Domingo fomos de manhã para a igreja de São Ignácio, na esquina da Franklin com a Washington, como era nosso costume quando papai estava em casa. Almoçamos em casa e, de tarde, depois que eu tirei um cochilo no sofá da sala, papai quis assistir Maverick de novo, antes de devolvermos o filme para nosso vizinho.

Acabado o filme, eu estava pensando em Barry de novo. Para tentar afastar aqueles pensamentos errados da minha cabeça, decidi sair com Connor para lanchar de noite. Liguei para ele por volta de cinco horas e ele passou em casa ás seis e meia, depois que eu convenci papai a me deixar sair.

Fomos até o Subway, na North Brodway Avenue, em silêncio. Quando estávamos comendo, Connor puxou assunto:

- Fiquei feliz com a sua ligação.

- É, acho que eu fui meio grossa demais na sexta-feira. Como você está?

- De boa. Preocupado com a gente, para falar a verdade.

Ah, se ele soubesse a verdade toda...

- Eu te entendo, Connor, mas você tem que concordar que você tem dado muita bola fora de uns tempos pra cá.

- To ligado... Mas eu to tentando melhorar pra você, gata.

- Me ligando bêbado ás quatro da tarde em plena sexta-feira?

Ele baixou a cabeça e respirou fundo, de impaciência.

- Eu só tava com saudades, poxa... – falou ele.

- Eu sei. Você pode não acreditar, mas eu também sinto saudades de você.

Connor esticou a mão e segurou a minha, aproveitando que eu tinha soltado o copo de refrigerante:

- Então por que a gente não sai daqui e vai pra um lugar onde a gente possa ficar mais á vontade?

Soltei sua mão e me afastei um pouco mais dele:

- Não estou falando de sexo, Connor. Estou falando da gente conversar, passar um tempo de boa, talvez até ficar abraçado... Tipo quando a gente começou a namorar, sabe?

- Saquei... Quer ir lá pra casa, a gente fica na varanda, de boa, só conversando.

- Não, eu prefiro ficar aqui por enquanto, daqui a pouco tenho que ir pra casa, meu pai vai embora de manhã e eu quero passar mais um tempo com ele antes de ir dormir.

Ele concordou mais com conformismo que com aceitação e ficamos ali mesmo. Conversamos por um tempo até que por volta de nove horas pedi que ele me levasse pra casa. Meio a contra gosto dele nós fomos.

Chegamos logo em casa e ele me levou até a porta, talvez esperançoso de entrar, mas não dei bola. Ficamos de mãos dadas em frente a porta de casa por um minuto e eu dei-lhe um beijo rápido nos lábios, sem língua, para me despedir.

- Então a gente ta de boa? – perguntou ele.

- Acho que sim... Mas vai levar um tempo até voltarmos ao que era antes, se é que você me entende.

- Dizem que a melhor forma de se reconciliar é na cama – falou ele em tom de brincadeira.

- Não estou com vontade – falei tentando fingir que estava brincando – a gente se vê amanhã na escola.

Uma Rosa Para BarryOnde histórias criam vida. Descubra agora