Capítulo 11

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Nada além do beijo doce e maravilhoso aconteceu. Como sempre, Barry foi um perfeito cavalheiro. Meu corpo entrou em chamas depois daquele abraço que eu tanto precisava. Mas logo disse que precisava ir para casa, pois estava tarde.

Ele foi bastante compreensivo, tanto que quando perguntei se ele acharia ruim se eu o visitasse novamente dia seguinte, ele abriu aquele sorriso único e falou que nada o faria mais feliz. No fim das contas, fui embora sem sequer tomar o refrigerante que ele me ofereceu.

Depois daquele momento mágico que vivi com Barry no aniversário dele, fui para casa e me deitei para dormir. O sono teimou em aparecer. A imagem dele face a face comigo, o gosto de seu beijo, o seu perfume, a trilha sonora perfeita, tudo ficou na minha mente por algumas horas até eu conseguir dormir.

Acordei na manhã seguinte bem cansada. A princípio achei que o que aconteceu na noite anterior havia sido um sonho, mas logo me dei conta de que aquilo realmente aconteceu. Abri um sorriso ao me lembrar.

Me sentei na cama e olhei pela janela. Dava para ver o telhado da casa de Barry. Fiquei com vontade de ir até lá, mas precisaria de um pretexto para sair de casa. Imaginando se meu vizinho fosse gostar de me ter lá novamente, me levantei para ir até a janela.

Quando cheguei lá, olhei para a casa dele e por um momento meu coração quase parou. Vi Barry em frente sua casa conversando com uma garota de não mais que vinte e oito ou trinta anos. Ela estava sorridente, alegre, toda "dada". Usava um penteado chanel curto, muito bonito, e um vestido pouco acima do joelho, com as costas nuas. Era uma moça muito bonita, e por um instante pensei já tê-la visto.

Barry pareceu estar feliz também na conversa. Comecei a me perguntar quem era ela, afinal, ela era familiar. Quando a garota se aproximou um passo do professor Vercetti e o tocou no rosto com ternura, fazendo-o sorrir, senti meu sangue ferver.

- Ah, filho da puta... – sussurrei sem querer.

Troquei de roupa o mais rápido que pude. Tirei meu pijama de ursinho e vesti uma calça jeans e uma camiseta que estava apertada, mas vesti assim mesmo, afinal foi a primeira que vi e eu estava com pressa.

Me olhei no espelho só para ter certeza de que minha cara não estava inchada e meu cabelo não estava tão bagunçado. Depois de ajeitar meus cabelos com as mãos e tirar as remelas dos olhos, calcei um par de sandálias qualquer e saí batendo o pé do quarto.

Mamãe estava na cozinha e não viu quando eu passei. Abri a porta com calma para não ser notada por ela e saí. Atravessei a rua pisando firme, mas tentando colocar um sorriso simpático no rosto, mas na minha cabeça, eu só queria saber quem era aquela vagabunda e por que o safado do meu vizinho estava todo sorridente pra cima dela depois da noite anterior.

Ao me ver se aproximando, Barry sorriu. A moça que estava com ele se virou e me viu também. Ela me olhou com curiosidade e um sorriso até bonito, mas na hora minha vontade era quebrar aquele rostinho angelical e arrancar todos aqueles dentes brancos perfeitos.

- Bom dia! – falei tentando não parecer tão ríspida.

- Bom dia, Julliene – disse Barry.

- Olá? – falou a garota.

- Oi – respondi um tanto seca.

Ficamos em silêncio por um tempo. Meu vizinho tentava entender a situação e apenas me olhava. Eu queria que ele me abraçasse na frente dela e mostrasse que tínhamos algo. Não que tivéssemos exatamente, mas tínhamos tido, e seria legal ele reconhecer isso na frente daquela mulher!

- Então... – falou a moça olhando para Barry.

Levantei as sobrancelhas e olhei para o professor Vercetti, que sorriu e coçou a barba:

Uma Rosa Para BarryOnde histórias criam vida. Descubra agora