Capítulo 9

115 17 10
                                    

Quando a aula acabou naquele dia eu fui para o ônibus mais uma vez sozinha, já que nas próximas duas semanas e meia Mandy iria ficar até mais tarde para ajudar com os detalhes do baile. Infelizmente eu teria que lidar com Connor no ônibus.

Porém, quando saí do prédio da escola, vi um grupo de alunos em volta de um carro perto do estacionamento. Estranhei aquilo, pois não era normal de se ver. Quando me aproximei do carro, reconheci aquele BMW. Era o carro de Lou, amigo de Barry.

Inconscientemente abri um sorriso curioso e comecei a procurar por ele. Então vi quando ele saiu do prédio carregando uma pasta e caminhando na direção do carro. Parei perto do carro para ficar no caminho dele com a esperança de que ele fosse me ver. E deu certo.

- Jully! – exclamou ele contente ao me ver – Como você ta, garota?

- E aí, Lou! Eu to bem, e você?

- To ótimo!

- Veio fazer o que aqui? – perguntei confusa.

- Na verdade eu vim atrás do Barry. Tenho uns documentos aqui que ele precisa assinar, e como minha esposa está me esperando em Rochester para pegarmos um vôo em pouco mais de duas horas, achei que seria mais rápido se eu pegasse ele aqui, mais perto da saída da cidade, sabe?

- Hum, ele sai mais cedo ás quartas-feiras – falei.

- É, vou ter que ir até a casa dele de qualquer jeito. Quer uma carona, garota?

Olhei para o carro e depois para o ônibus escolar. Óbvio que eu iria preferir o BMW! Acenei e segui ele em direção a seu carro. Ele desligou o alarme á distância, o que afastou os curiosos. Logo entramos em seu carro e seguimos sentido sul pela North Section Avenue.

- Há quanto tempo você e Barry se conhecem? – perguntei.

- Desde sempre, eu acho – falou ele em meio a risos.

- Ele me falou do negócio de vocês.

- É. Meu pai e o pai dele eram sócios em uma pequena joalheria. Quando o pai dele morreu, meu pai assumiu o negócio pelo menos até que ele pudesse assumir legalmente. Quando meu velho bateu as botas, dez anos atrás, assumimos juntos.

- Legal. Vocês parecem ser bem próximos. Quero dizer, independente do negócio.

Lou riu.

- Barry é o tipo de cara que não se aproxima das pessoas com facilidade. Ele é muito na dele, fica mais isolado, retraído, mergulhado naqueles quadros deles... Você já viu algum?

- Não tive a chance ainda – respondi frustrada.

- Se preocupa não, ele ainda deve te mostrar.

Aquela frase me deixou curiosa.

- Por que diz isso?

- Ah, menina, se ele se ofereceu para te ajudar é porque de alguma maneira ele gosta de você e de sua família.

Tentei esconder um sorriso satisfeito.

- E mais, ele falou do nosso negócio, ele não é de falar sobre isso com ninguém, pelo menos não com facilidade – completou ele.

Lembrei que no jantar em casa ele só falou que tinha uma rede de lojas, mas não citou de que eram as lojas. Ele só foi falar para mim alguns dias depois.

- Eu gosto dele, ele é bem legal – falei á vontade – parece fácil lidar com ele.

Lou grunhiu e sorriu ao mesmo tempo.

- Até é, mas nessa época do ano ele fica anti-social que só ele.

- Que época do ano? – perguntei confusa.

Uma Rosa Para BarryOnde histórias criam vida. Descubra agora