Capítulo 6

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A semana seguiu normal, na medida do possível. Por mais que eu voltasse de ônibus para casa com Connor e Mandy, o clima ainda não era dos melhores.

Vi o professor Vercetti algumas vezes, mas apenas de relance, não chegamos a conversar. Mas sempre que o via ele estava sendo o gentleman que Mandy me alertara.

Na sexta-feira saí da escola e fui para casa. Felizmente Connor ia sair com uns amigos e não pegou o mesmo ônibus que Mandy e eu, o que tornou a viagem mais agradável. Desci do ônibus e estava caminhando até a porta quando ouvi o telefone de casa tocando. Corri para conseguir atender. Ouvi a voz de mamãe.

- Jully, que bom que você está aí! – falou ela.

- Acabei de chegar, mamãe. Aconteceu alguma coisa?

- Seu pai e eu estamos na Kuehn Motor pra comprar o carro, mas eu esqueci o papel da hipoteca na gaveta da escrivaninha e o vendedor disse que a gente precisa dele. Você não quer trazer pra gente aqui?

- Vou procurar ele e levo. É naquela concessionária perto da A & W?

- Isso, nela mesma! Pega um táxi, a gente paga quando você chegar aqui, isso tem que ser rápido porque a loja fecha em menos de uma hora! Você tem... – notei que mamãe ficou muda, provavelmente aguardando o vendedor dizer o tempo que eu tinha – Vinte minutos? – retomou ela – Jully, querida, rápido!

- To indo – falei rapidamente e desliguei.

Corri até a escrivaninha e abri a gaveta. O documento que mamãe falara estava logo em cima dos demais, dobrado. Desdobrei o papel para ter certeza de que era aquele mesmo o papel que eu precisava e, ao me certificar, corri em direção á porta, jogando minha mochila em cima do sofá.

Ao sair peguei meu celular para procurar um telefone de um táxi. A internet não estava ajudando em nada, provavelmente eu iria demorar vinte minutos só para apanhar um maldito táxi. Então uma música me chamou a atenção. Vinha do outro lado da rua, da casa do professor Vercetti.

- É, ele falou que se eu precisasse... – falei baixinho antes de guardar meu smartphone e correr até a casa do professor.

Bati na porta uma vez e repeti a batida em menos de cinco segundos, tentando mostrar o quanto eu estava apressada. O senhor Vercetti abriu a porta com um olhar preocupado e curioso. Ele estava vestindo uma bermuda e uma camiseta sem manga.

- Senhorita Mitchell?

- Olá, professor Vercetti... – falei sem graça.

- Algum problema?

- Mais ou menos... Meus pais precisam que eu leve esse documento para eles na Kuehn Motor, perto da saída norte da cidade para a compra daquele carro que eu te falei, sabe?

- Sim, eu me lembro – falou ele apoiando o braço forte no umbral da porta; a visão dele daquele jeito era no mínimo interessante, mas tentei me ater à minha preocupação, ignorando seu perfume que era muito bom, admito.

- Pois é, e eu tenho... – peguei o celular para ver a hora – dezessete minutos para chegar lá...

O professor Vercetti olhou em seu relógio e franziu a sobrancelha:

- É, não é muito tempo, senhorita Mitchell...

Respirei fundo e tentei não imitar muito o Gato de Botas do Shrek:

- Será que o senhor pode me dar uma carona? Quer dizer, um táxi vai demorar demais até pra chegar aqui...

- Claro, sem problemas – falou ele prontamente – eu só vou me trocar e já vamos, não vai levar mais que um minuto. Entre, por favor – concluiu ele se afastando da porta.

Uma Rosa Para BarryOnde histórias criam vida. Descubra agora