Capítulo 5

147 20 12
                                    


Passei aquele fim de semana sozinha em casa. Mandy estava em Detroit com Jeff e não quis atender as ligações de Connor. Estava muito irritada com ele e preferi deixar a cabeça esfriar.

Naqueles dias eu cheguei a pensar que eu pudesse estar exagerando. Talvez, eu pensava, se eu tivesse conversado mais com Connor a gente poderia se entender e em uma próxima vez ele fizesse o sexo oral direito. Talvez ele pudesse até ter um desempenho melhor na cama também. Mas de qualquer forma, deixei a raiva falar mais alto que aquela idéia de arrependimento.

Como minha amiga estava fora, teria que esperar para poder desabafar com ela até segunda-feira, mas no domingo a noite ela pediu por mensagem que eu pegasse as tarefas na segunda porque ela não iria para a aula. Frustrada por ter que esperar Mandy para desabafar, cogitei até faltar à aula dia seguinte, mas mamãe iria achar muito ruim.

Durante a aula, na segunda-feira, evitei Connor o máximo que eu pude. O segundo período eu iria ter com ele, mas me sentei longe. Falei que estava ainda irritada e que preferia ficar só naquele dia, o que era verdade. Ele respeitou, mas sei que não foi porque eu pedi, mas porque ele queria passar a impressão para os amigos dele que era ele quem estava me dando um gelo. Nem liguei, fiquei foi feliz por ele me deixar quieta.

Ao término das aulas iríamos pegar o mesmo ônibus, como de costume, mas eu ainda estava querendo evitá-lo. Então preferi ficar dentro da escola um pouco mais de tempo, enrolando na sala até o ônibus sair. Quando vi pela janela que meu transporte já tinha saído, peguei minhas coisas e comecei a caminhar para casa.

Estava ainda na frente da escola, àquela altura praticamente deserta, quando ouvi um motor potente roncando perto de mim. Me assustei com o barulho e olhei para ver quem era. Tive uma sensação boa ao ver o Maverick preto de Barry Vercetti parando do meu lado.

- Quer uma carona, senhorita Mitchell? – perguntou meu vizinho.

Cogitei recusar para espairecer um pouco mais, mas também poderia chegar em casa mais rápido e curtir preguiça por mais tempo no meu quarto. Sem falar nada, olhei para os dois lados da rua e entrei no carro dele.

- Obrigada – falei.

- Sem problemas – disse ele sorrindo.

Como de costume, estava vestido todo de preto e com seu clássico boné antigo. Seu carro tinha o estofado todo de couro preto e, no retrovisor interno, um sache de odor pendurado deixava o carro muito cheiroso. Era bem confortável.

- Perdeu o ônibus? – perguntou ele educado enquanto acelerava o carro.

- De certa forma – respondi sem graça.

- Às segundas, terças e quintas eu saio daqui nesse horário. Se a senhorita quiser uma carona nesses dias...

Sorri sem graça.

- Obrigada, mas foi apenas hoje que eu tive um pequeno problema.

- Tudo bem. De qualquer forma, quando precisar de uma carona, estou à disposição.

- Está bem – respondi ainda sem graça.

Ele reparou que eu fiquei desconfortável e coçou o lado esquerdo do rosto com a mão direita, como fez no corredor da escola quando nos falamos no primeiro dia de aula.

- Me desculpe, estou sendo inconveniente.

Me senti mal com aquela frase.

- Não, não, de maneira nenhuma... Eu é que peço desculpas, estou com alguns problemas pessoais e...

Uma Rosa Para BarryOnde histórias criam vida. Descubra agora