Capítulo 71

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- Não há problema algum em ser negro, branco, verde, lilás. O problema é o preconceito que certas pessoas têm e passam para os filhos. – Bruna falou olhando para o casal, a voz dela era carregada de magoa – Vivemos em um mundo onde há muita miscigenação de raças. O meu filho é o único negro daqui da escola, mas o que tem de mal nisso? Rejeitar uma criança por causa da cor é crime. – ela encarou os pais dos meninos – Vocês conhecem o sentido da palavra amor? – ela negou com a cabeça com um sorriso cínico nos lábios – Pergunta idiota a minha não é mesmo? É obvio que não conhecem. Porque se conhecessem ensinariam seus filhos a amar o próximo, respeitá-lo. Eu AMO essa criança, AMO infinitamente o MEU filho. Nunca o olhei de alguma forma diferente porque ele tem uma cor diferente. O amor de um pai e uma mãe é imenso. Não tenho preferência por nenhum filho como a maioria dos pais têm, eu amo cada um dos meus filhos incondicionalmente, independente dele ser adotivo ou não, branco ou preto. Vocês são pessoas sem coração, incessíveis e... - Amor... - Cala a boca Neymar, me deixe terminar! – ela olhou com raiva para aquelas duas mulheres - Me digam vocês – ela olhou um a um enquanto as lágrimas escorriam – tem ao menos noção do que é amar uma criança independente da posição social, raça ou cor? Não devem saber, pra vocês é mais cômodo fingir amar os filhos perfeitos, corrijo-me, que acreditam serem perfeitos, mas são cruéis, carregados de ódio e racismo. De algum lugar devem aprender tais malcriações não é? Oh, eles ficam com as babás! – ela bateu palmas – a culpa é delas. - Bru... - Já te mandei calar a boca Neymar! – ela gritou irritada - Essas pessoas necessitam ouvir tudo o que não desejam. Mexer com um filho meu é a pior coisa que poderiam ter feito, assinaram suas sentenças de morte. - Belo discurso! – Vitória bateu palmas. – Me emocionou, tocou lá no fundo do meu coração. – disse irônica, voltou o olhar para a diretora – Eu exijo que esse menino seja expulso. Não podem tolerar um negro inserido em uma escola tão conceituada.

- Estou de acordo com a Vitória. – Leticia se pronunciou – Essa mulher fala da boca pra fora, mas deve sentir nojo e vergonha desse moleque... - Bruna nada falou e a única coisa que se ouviu foi o barulho do tapa que ela deu na rosto de Leticia, que com a força chegou a virar o rosto. Os olhos de Bruna estavam escuros de raiva, ela olhou para Vitória que deu dois passos para trás. - Lavem muito bem a boca para falar do meu filho! – Bruna deu de dedo na cara da mulher, ela falava raivosa - E a senhora não ouse colocar palavras em minha boca. Essa escola deveria vetar pais que tem o pensamento tão pequeno, com mães com o cérebro menor do que um grão de arroz. - Ou esse menino sai da escola, ou tiro o meu filho daqui! – Vitória falou com arrogância. - E eu o meu! – Letícia empinou o nariz.

Eu nasci para amar você (2º temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora