Cap. 11

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Jade Williams On

Coloquei meu uniforme e fui até a quadra. Antes dessa ação, eu havia visto o currículo de todos. Estudei cada um. Tipo, a quanto tempo está no Batalhão, qual foi sua conduta até aqui, suas habilidades, operações que mais gostam de fazer e etc. Foi difícil escolher cada membro para a operação. Sinceramente, todos eram excelentes!! Mas como eu tinha necessidade e pouco tempo, escolhi os meninos (Que eram os melhores) e alguns outros policiais.

— Pode entrar. — sim, eu tinha uma sala só para mim. Se eu gostei? Eu adorei!!!! Nunca estive mais satisfeita. Essa vinda para São Paulo, esse novo Batalhão, e agora, eu de capitã... Me fez muito bem.

— Olá, capitã Jade Williams. — Sebastian zoa.

— Ai ai... — risos. — O que você quer?

— Só queria avisar que as viaturas e os policiais já estão lá fora.

— Opa, então vamos lá. — fecho a porta e vou para frente do Batalhão.

Vi Alef no banco do passageiro e os meninos atrás. Fico meio desintendida e eles dão risada.

— Quem vai dirigir? — pergunto.

— Você... — os meninos reviram os olhos e começam a rir mais ainda.

— Meu Deus... — entro correndo e sinto o volante nas minhas mãos. Que sensação boa.

— Já dirigiu antes? — Bruno zomba da minha cara.

— Não que eu me lembre. — minto e eles ficam quietos.

Bom, eu confesso que até que fui bem. Parei o carro numa esquina e os meninos ficaram olhando minhas ações.

— Ah, até que você foi bem para uma primeira vez dirigindo... — Sebastian fala, já descobrindo que eu sabia dirigir.

— Por que parou? — Alef pergunta.

Saio do carro e vou correndo atrás do bandido.

Alef On

Ficamos no carro, só observando as ações de Jade. Após ela sair da viatura, ela some do nosso ponto de vista. Estranhamos mas permanecemos no mesmo lugar.

"Se vocês não saírem da viatura agora, eu juro que meto uma bala no crânio de cada um." — Jade fala no rádio, assustando a todos.

Demos risada e saímos da viatura.

• Jade Williams On

Assim que falei aquilo no rádio, os meninos apareceram para me acompanhar na ação. Mandei um rádio para os outros, falando que eu estava próxima do bandido e que estava prestes a pegá-lo.

— Ja... — pow. Dei um tiro de raspão na perna do sujeito e ele cai no chão tentando conter o sangramento, que não era muito. — Nossa... — Fernando fala.

Algemei ele, os meninos o colocaram no porta-malas e fomos ao encontro dos outros policiais à umas três ruas de onde estávamos.

— Capitã Jade Williams, pegamos um dos sujeitos. — informa uma mulher da minha idade, mais ou menos. — Faltam dois.

Frente a frente com essa moça, algo me chama atenção atrás dela. Pow, pow. Foi o som que minha .40 emitiu na hora. A moça se assustou com minha atitude e olhou para trás, vendo os dois bandidos caídos, tentando ajudar um ao outro. Todos olham fixamente para mim, como se nunca, nenhum policial, tivesse feito essa ação. Mando alguns policiais algemarem os sujeito e eu e os meninos vamos para a viatura.

— Eu estou sem acreditar até agora. — Sebastian se pronuncia.

— Acredito que alguém já tenha feito isso, certo? — pergunto para eles.

— Não mesmo! — Bruno responde firme.

— Mas isso é uma operação tão fácil... — arregalo os olhos.

— Não é àtoa que a senhorita virou capitã. — Fernando diz como se fosse óbvio.

— É, eu acho que sim. Mas ainda não acredito que eu possa ser a melhor entre milhares do Batalhão de vocês.

— Acredite, você é. — Alef afirma com toda certeza.

— Vamos ver... — digo depois de alguns minutos em silêncio.

Chegamos na viatura e novamente eu fui dirigindo. Chegamos no Batalhão uns quarenta minutos depois e o delegado nos parabenizou e falou que agora uns outros policiais ficariam responsáveis pelos sujeitos.

Depois de receber muitos elogios e manter uma conversa breve com cada policial e o delegado, fico com uma baita fome. Só para terem uma ideia, era umas 04h30 da manhã.

— Lidya, você sabe onde tem algum barzinho ou lanchonete que esteja aberto?

— Que isso, menina. — dá risada. — Aqui no Batalhão tem uma lanchonete. Vem comigo, eu te mostro onde é.

Passamos por vários e vários corredores e só então, chegamos na lanchonete. Ela era bem bonita. Não era igual uma cantina, era uma lanchonete mesmo. A diferença é que ela ficava atrás do Batalhão, mas não deixava de ser uma lanchonete apenas para os policiais. Lidya permaneceu comigo ali, aproveitando para comprar um X-burguer. Acabei escolhendo uma coxinha (Muito saudável para a madrugada).

Ficamos conversando e comendo os nossos lanches. E claro, dando muita risada dos comentários que Lidya fazia de cada policial, da sua história aqui no BPF, entre outras.

— Você é uma comédia! — falo enquanto dava risada de mais um comentário dela.

— Sabe, acho que vamos nos dar bem aqui. O Batalhão estava precisando de pessoas assim como você. Que faz seu trabalho, mas não deixa de ser alguém legal. Normalmente eles são chatos. — faz careta.

— No BPM eu tinha só alguns amigos homens e minhas duas irmãs. O resto era tudo invejoso. Todos queriam ser eu.

— Deve ser chato, por um lado, ser boa como você. As pessoas ficam desejando coisas negativas para você... — Lidya imagina.

— Isso é cem por cento verídico. Pode ter certeza.

— Me conte mais sobre você... Sou uma amiga confiável. — risos.

— Bom, não tenho muito o que dizer. Meus pais foram baleados pelos cinco traficantes mais procurados do Rio de Janeiro, aos meus oito anos de idade. Desde então, fui criada por uma tia. E novamente, alguns anos depois ela também foi baleada por esses mesmos bandidos. Não sei se você sabe, mas sou trigêmea. — ela arqueou as sobrancelhas, surpresa. — E eu e elas ficamos com essa sede de vingança. Estudamos bastante, ficamos cientes de nossa escolha, fizemos a prova e passamos na primeira oportunidade. Morava numa casa com apenas um quarto com três camas, uma cozinha, a sala e um banheiro, com elas. Tenho alguns amigos no Batalhão, mas eles não aceitaram eu vir morar aqui e me transferir. Então, agora, só posso dizer que tenho um. Aquele que me apoiou e me insentivou na vinda para cá.

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora