Epílogo

2.3K 125 6
                                    

Dois meses depois... (Terça) 20/02

Cecília Williams On 17h32

- Cecília?

- Oi, amor. Aconteceu alguma coisa?

- Não, só liguei mesmo para ver como você tá e... Sei lá, deu vontade. - risos.

- Ah, eu estou bem. O Benjamin mexe bastante, até demais. - dá uma fraca risada.

- Hum... Mas fora isso está tudo ok?

- Sim. Já está voltando para casa?

- Ainda não. Preciso fazer uma operação de última hora. Creio que antes das 20h00 eu estou em casa.

- Então tá, né. - respondo frustrada.

- Te amo muito, sabia?

- Também te amo muito.

- Tenho que ir, mas quando eu chegar nós se falamos direito, ok?

- Tudo bem.

Encerramos a ligação ali mesmo. Eu estava na cama, mexendo no celular. Resolvi buscar alguma coisa para comer e ficar lá por baixo mesmo, na sala, provavelmente.

Mais tarde... 19h28

Comecei a sentir algumas pontadas na barriga. Até aí tudo bem, pensei que era só o bebê chutando. Mas foi cada vez piorando. Joguei o celular no sofá e coloquei as mãos no rosto. Eu tenho certeza que vai passar, sempre pa... Aaaahhh, meu Deus. Respirei fundo e peguei o celular ao meu lado. Disquei o número de Jade. Demorou para ela atender. Eu já estava chorando, a dor era cada vez mais intensa. Fui andando devagar por conta das pontadas. Me sentei no chão, ao lado do sofá, para mim, poderia melhorar, já que eu estava num local mais gelado. Não teve mudança nenhuma.

- Alô? Cecília? - depois de quase cinco chamadas ela atende.

- Ja... de? - minha voz sai falha.

- Cecília? Onde você está? O que está acontecendo?

- Eu...

Jade Williams On

A ligação caiu. Olhei para um determinado lugar e paralisei. Entro no carro, jogo a minha mochila no banco de trás e vou para casa. Como era perto do Batalhão, de certa forma, cheguei rápido. Desliguei o carro e entrei correndo para dentro da casa. Ao abrir a porta eu vejo Cecília com a mão na testa, ao lado do sofá. Corro até ela.

- Cecília, o que está sentindo?

- A bolsa... Estourou. - faz cara de dor.

- Ok, cadê a bolsa da maternidade?

- Em cima do berço. - respira fundo. - Aaaahhh. - chora mais ainda.

Subo as escadas correndo, entro no quarto do Ben, coloco a bolsa no ombro e vou atrás dos nossos documentos. Abro a bolsa de Cecília, pego os dela e logo após os meus.

- Você consegue me acompanhar até o carro? - ajudo ela a se levantar.

- Acho que sim. - diz com dificuldade.

Acompanho ela devagar até o carro. Deixo ela no banco do passageiro, dou a volta e sento no banco do motorista. Ligo o carro meio atordoada, embora esteja fazendo tudo certo. Ela gritava, dava até desespero. Imaginei a sua dor. Chegamos ao hospital, mesmo enfrentando trânsito no caminho. Acho que uns vinte minutos depois, isso por que desviei de carros, entrei em ruas que cortavam caminho...

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora