Cap. 93

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- Louis... - alguém sussurra, parecendo fraco demais para falar mais alto. - Por favor...

- Cala a boca, antes que eu deixe ela sangrando mais do que já está.

Ficaram em silêncio por um tempo. Mais ou menos uns dois minutos depois ouvimos o início de uma briga. Chutes, socos, tapas, e por último, um chute ou empurrão que alguém bateu num móvel, talvez, e pareceu ter desmaiado. Uma respiração próxima do telefone nos deixa na tremenda curiosidade de quem seja. Era a respiração pesada de Jade.

- Jake... - dá uma breve pausa após sua fala. - Na verdade todos que estiverem aí. Eu estou bem. Não se preocupem. - respira pesado novamente. - Estou me acostumando com as pessoas que entram e saem desse quarto e já sei o que querem comigo. Eu vou sair dessa, acreditem. Um dos cinco principais traficantes da Penha e sua "fiel" ajudaram no sequestro. - respira algumas vezes seguidas.

- Jade, como você está? - Jake pergunta agoniado.

- Eu não tenho tempo. Eu só queria dizer que estou com saudades, logo mais estou com vocês de novo.

- A gente vai te tirar daí.

- Jake, você não vão conseguir me achar. Estou quase viajando.

- Pra onde?

- Eles vão... - um silêncio toma conta do ambiente. - AAAAAAAAAAAHHHHHHH!!!!!!! - um grito estridente de Jade e o som de algum cabo de eletricidade cortado causando choques, impacta nossas reações.

A ligação foi encerrada imediatamente.

Jake fecha ou olhos, abre-os em seguida, todos nós não acreditávamos em tudo que uma simples ligação causou.

- Calma, Jake, não faz nada com a cabeça quente. - digo.

Jake Dornan On (O Capitão)

- O plano vai ser o seguinte. - respiro fundo, detonado.

[...]

É, fazem exatamente dois dias desde aquela ligação que acabou comigo. Todos estão trabalhando pensando nisso, as meninas estão na casa de Jade, inclusive Lydia, Luana e Ana Paula, que são do BPF de Brasília. Eu não durmo direito esse tempo todo, minha preocupação é demais para deitar na cama e acordar apenas no dia seguinte. Eu precisava dela comigo, as buscas, nosso plano, não está dando certo nada. Nada está à meu, nosso, favor. Naquele dia havíamos rastreado o celular assim que a ligação foi encerrada, mas eles danificaram ou sei lá o que fizeram com o celular e não deu certo. O plano era esse, rastrear. Mas caso não desse certo tínhamos o Plano B. Iremos nos separar em determinados lugares. Como; na Penha, nos aeroportos próximos, e se for preciso, viajaremos para fora. Tudo isso, claro, com a autorização do Delegado. Ele não deixou de início, achou um absurdo, até porque ele já tinha décadas trabalhando para o BPM e nunca precisou seguir o plano de vários adolescentes. Mas eu dei minha palavra para ela, e vou cumprir com o prometido.

- O que foi? Mais uma dor de cabeça?

- Não, eu estou bem.

- Tá, então porque você fez essa cara de dor e colocou a mão na testa, se apoiando no vidro, se quiser eu leio até suas digitais do braço deixadas na janela.

- Se puder ser menos irônico eu agradeço. - sorrio sem mostrar os dentes.

- Por que será? - me ignora. - Porque Jake Dornan parou de tomar os remédios que deveria? Hum, provavelmente.

- PARA, MAX! VOCÊ SABE QUE NÃO ANDO TOMANDO TODOS PORQUE NÃO TENHO TEMPO E O QUE EU TENHO É PENSANDO NUM ÚNICO MÍSERO PLANO PARA TIRAR A MULHER DA MINHA VIDA DAS MÃOS SUJAS DE TRAFICANTES QUE QUEREM O PIOR DELA APENAS PORQUE ELA ESTÁ CUMPRINDO O DEVER DELA. E DAÍ SE ESTOU DORMINDO APENAS TRÊS HORAS POR DIA? E DAÍ QUE NÃO ANDO TOMANDO OS REMÉDIOS? E DAÍ QUE MUDEI? E DAÍ?? - minha cabeça lateja, fecho os olhos e os abro em seguida, respirando fundo.

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora