Cap. 15

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Após pegar todas as malas no carro e trazer para dentro de casa, se sentei no sofá e comecei a mexer no celular. Lucca e Matheus estavam arrumando a casa, e eu não fazia questão nenhuma em ajudar. Não foi eu que dei a ideia de vir morar aqui... O cachaceiro estava no banheiro, vomitando, pra variar. Pode parecer estranho, até para mim, mas ainda fico pensando no futuro do Batalhão. O que será daqui para frente sem a Jade? Cara, ela era sensacional!! Sorte de quem a teve agora. Tá, mas agora terei que dar o meu máximo e fazer os outros darem o melhor deles.

Confesso que morar aqui vai ser fácil. Na verdade, um desafio. Morar numa casa onde não irei ter a mesma privacidade e paz interior como eu tinha no meu apartamento, não irá ser nada fácil. Ao mexer nas redes sociais apareceu uma barra com algumas pessoas que eu possa conhecer, foi aí que vi uma garota de óculos escuros, sorrindo, aparentemente feliz. Era ela. Jade. Nossa... Nunca parei para ver se ela tinha redes sociais ou não, mas já que agora eu sei, vou dar uma stalkeada. Entrei em outras fotos dela e vi que ela havia postado recentemente ela estava fazendo uma self com alguns garotos e garotas, bem apresentáveis, também feliz, assim como todas as outras fotos. Estavam na quadra do Batalhão de lá, vestidos com o uniforme, preparados para uma nova ação, pois estava escrito "Na vitória ou na derrota, vocês sempre poderão contar comigo💞".

É, agora é eles que podem contar com ela. Mas agora é bola pra frente, o que passou, passou, e agora é foco no presente.

Jade Williams On

Já faz quatro dias que estou no BPF. Minha reação todos esses dias? Felicidade! Somente felicidade. Eu não poderia estar mais feliz. As pessoas daqui me acolheram e me trataram com educação sem ao menos me conhecerem pessoalmente. Não que as pessoas do BPM não fossem assim, mas... Sei lá, essas parecem mais. Ainda não me acostumei muito com o cargo de capitã, mas tem muita gente me apoiando e gostando do meu trabalho. Essa mudança foi boa para mim. Sempre é bom renovar a alma, e acho que foi isso que me aconteceu.

Embora terem passado somente quatro dias, já fiz muitas amizades e estou segura de mim mesma. Me sinto em casa. Nesse tempo que estou aqui, já aconteceu muita coisa. Prendemos um político corrupto, aprendemos uma carga ilegal de 15k de cocaína dentro de um caminhão e passageiros que estavam carregando cargas à cima do limite permitido em um aeroporto de Brasília, e também uma operação no banco central. Que Deus ajude que venha mais e mais.

— Jade... — olho para trás e vejo Fernando vindo até mim.

— Oi, Fernando. — sorri. — Aconteceu alguma coisa?

— Não. Quer dizer... Eu só queria... Er... Fiquei sabendo que você tem folga depois de amanhã... Topa sair comigo? — parecia nervoso.

— Ah, claro. Na verdade nem eu estava sabendo dessa folga, mas vou ver certinho e te dou a certeza mais tarde, ok?!

— Ok, pense com carinho. — sorriu logo se retirando.

Fernando é muito bonito, mas se a intenção dele é algo à mais que nossa amizade, infelizmente não terá isso em mãos. Não quero um relacionamento agora, e também não acho que Fernando seja a pessoa certa para mim. Agora quero pensar mais no Batalhão, me dedicar mais ao trabalho e tentar sempre ser alguém melhor do que sou.

Brenda narrando:

Quando soube que Jade tinha se transferido para a Polícia Federal de Brasília, ficando longe de nós, fiquei sem chão. Cecília sabe tanto quanto eu, o quanto Jade era importante perto de nós. Mas agora temos que aceitar que ela está realizando o sonho dela, sendo uma policial importante, e à cima de tudo, capitã. É, ficamos sabendo do novo cargo dela. A gente está muito feliz pelas conquistas que ela obteve em tão pouco tempo, aliás, torcemos muito pela felicidade dela. Ela sempre mantém contato comigo e Ceci, praticamente não mudou muita coisa na nossa rotina. Todos os dias ela nos liga ou faz videoconferência, permitindo sabermos das novidades e cada detalhe de sua caminhada nessa nova jornada.

Esses dias eu estava saindo da sala do delegado e me deparei com duas figuras olhando para mim na maior cara de pau. Mas eram lindos demais!!! Dei um sorrisinho sem graça e saí andando. Depois ainda encontrei eles no portão, parecia até perseguição. Cecília também viu eles esses dias, assim como eu, achou eles maravilhosos. Eles lembravam o capitão... Será que são parentes? Conhecidos?

2 dias depois...

— Vamos logo, Cecília!

— Tá, calma...

— Calma nada, você falou isso à meia hora atrás!

— Maninha, cê tá muito ESTRESSADINHA.

— Quem vê pensa que não quer ver aqueles deuses gregos. — reviro os olhos.

Finalmente ela termina de tomar seu café da manhã e fomos para o carro. O caminho estava até que tranquilo, sem trânsito, facilitando a ida para o BPM. Saí do carro e após dar a volta no mesmo, para entrar pelo portão, vi uma cena muitooooo engraçada. Meu Deus, peraí, vou morrer de tanto rir. Cecília saiu correndo do carro, entrando no Batalhão, mas como no começo do Batalhão era paralelepípedo ela tropeçou no próprio pé e caiu, batendo a cabeça no chão. Mano, eu tô rindo e não é pouco. Logo me recomponho quando vejo os deuses gregos vindo até nós para ver se Cecília estava bem.

— Você está bem? Precisa de ajuda? — um deles pergunta.

— Peraí, cuidado, sua testa está sangrando... — o outro maravilhoso informa.

Eles ajudaram ela a se levantar, dando a entender que ela estava tonta, e à levaram para a enfermaria.

— Nossa, o que aconteceu? — a Dr. Adriana pergunta com cara de espanto.

— Ela tropeçou no estacionamento e bateu a cabeça nos paralelepípedos. — digo entrando na sala e eles me olham.

— Vocês são...

— Gêmeas. — Cecília informa com a mão na testa e uma cara desagradável.

— Uau. — ficam surpresos.

— Vamos ter que fazer alguns exames para ver se está tudo bem...

— Não, não há necessidade. — Cecília reclama.

— Melhor ouvir a doutora. — um deles avisa tocando nos ombros dela e falando em seu ouvido.

— Tá! — revira os olhos.

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora