O Capitão 1 (Concluído)

Cap. 62

Se apoiei na cabeceira da cama e à trouxe para mim, deixando se deitar em meu peitoral. Pude ver melhor seus roxos nas pernas, nos braços, no rosto... Aquilo de algum jeito me fez chorar. De raiva. Raiva de não ter sido capaz de perceber isso antes. Raiva dele. Raiva de tudo que eu poderia ter evitado e não evitei. Ela soluçava alto, desesperada. Fiquei fazendo cafuné nela, mas de nada adiantava.

— Ei, calma, você está tremendo... — toco em seu braço. — Vem.

Se levanto e puxo ela para vir comigo, eu precisava tirar ela daquele lugar. Comecei a pegar minhas coisas no guarda-roupa, coloquei tudo em duas malas, até que rápido, peguei meus sapatos, o que era meu, e saí do quarto.

— Para onde você vai?

— Qualquer lugar longe daqui. — informo segurando em seu braço. Lembro que ela está praticamente sem roupa, tiro o maior moletom que tinha na mala e visto nela.

Descemos as escadas, vendo Lucca num canto da sala todo machucado e Matheus no outro. Mas não vejo aquele homem.

— Cadê ele?? — já sem forças Lucca aponta para a porta. — Deixo Jade no sofá e vou até Matheus. — Vocês dois vão ir comigo! Não quero mais vocês pisando nessa casa e nem mantendo contato com esse cara. Estão ouvindo? — assentem meio enfraquecidos. Ajudei eles a se levantarem, os guiei até o sofá, tranquei a porta, fechei as janelas e subi para pegar as coisas deles. Desci de novo, dessa vez com umas quatro malas. Levei eles para o carro, liguei o mesmo, e comecei a procurar algum lugar para dormir, nem que seja num hotel.

— Vamos pra minha casa, você não vai achar um hotel ou algum lugar para passar à noite uma hora dessas.

— Nem que seja um hotel, temos que sair daquela casa. Vocês estão bem? — pergunto ao olhar eles no retrovisor e eles apenas assentem.

Dei mais algumas voltas por aí, enfim, achando um hotel.

— Já volto.

Saio do carro e entro na recepção do hotel para pegar informações do mesmo.

— Boa noite, no que posso ajudar? — um atendente pergunta atrás do balcão.

— Olá, boa noite. Estou procurando um quarto, poderia me informar sobre um?

— Deixa eu ver no sistema quais estão vagos... — ele dá uma rápida olhada nos arquivos do hotel e volta seu olhar para mim. — Tem mais treze quartos. Qual seria seu gosto?

— Um quarto com umas três camas, mais ou menos.

— Tem um quarto com três camas, televisão, banheiro...

— Ok, quanto custa a diária?

— $210,50.

— Quero reservar.

— Nome?

— Jake Dornan.

— Ah, você é o...

— Sim, trabalho no BPM.

— Idade?

— Vinte e dois.

— Quantas pessoas?

— Quatro.

— Mas...

— Uma é namorada.

— Forma de pagamento?

— Dinheiro.

Reservei o hotel por dois dias, por enquanto, e voltei para avisar sobre ela à Jade, Lucca e Matheus. Peguei as malas aos poucos, levando-as para o quarto.