Cap. 105

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"Cecília está bem triste com Lucca."

"Eu estou é com raiva"

"Policial é preso"

"Flagrado com grande quantidade de drogas na bolsa"

"Vem por aí muitos anos de prisão..."

Não...

Não...

Não...

Não...

Isso não está acontecendo. Não com o Lucca. Ele não seria capaz. Não o meu Lucca. O meu irmão. Nãooooo, com o Lucca nãoooo!!!!!

- Jake Dornan, por favor, comece a dizer sobre a última vez que viu o seu irmão e como ele se encontrava.

Olhei para a sala, era a do Delegado. O que? Por que eu vim parar aqui? Como? Ai, minha cabeça. Lembro que... Aquele soldado me parou e contou sobre, e depois... Bom, acho que me chamaram para depor. Eu estou tão desligado que não estou raciocinando direito. Meu Deus, como assim o Lucca? Eu sei que não, eu sei que com ele não.

- Jake Dornan? Comece, por favor. - o Delegado chama a minha atenção.

- Er... Eu... Eu vi o Lucca, er... Vi ele fazendo uma, na verdade... A operação, uma operação... Hum... No alemão, eu acho... - respiro fundo. - Ele.... Depois eu vi Lucca... Se despedindo. É... - respiro fundo novamente. - Ele se despediu. Até de mim. Lucca estava indo embora... Sem a bolsa. - encaro as pessoas na sala. - Er... Ele ainda ia pegar a bolsa no vestiário, disse que eu já poderia ir, para não se preocupar com... Ele ia à pé mesmo. - seguro as lágrimas. - Ele... Estava alegre. Bem alegre. Ia ver a namorada mais tarde. - sorrio. - Lucca falou que iria passar na floricultura. Segundo ele... Fazia tempo que não comprava flores para ela. Ele se encontrava normal. Com boas intenções. Não seria... Capaz. - olho para o Delegado seriamente. - É isso.

- Está bem, Jake. Está dispensado.

- Só... Pensem bem. - solto algumas lágrimas, olhando para os quadros atrás do Delegado. - Meu irmão nunca faria uma coisa dessas. Eu vejo para onde ele vai e com quem fala. Ele nunca seria um criminoso. - me levanto sem pensar duas vezes e saio da sala.

- Para tudo tem sua primeira vez, Jake Dornan... - aquele soldado que me informou diz na irônia quando passo por ele.

Respiro fundo e me viro para trás, encarando frente a frente aquele sujeito.

- Foi você, não foi?

- Eu? - risos. - O que? Acha que seu irmãozinho nunca iria para o mal caminho só porque é da Polícia Militar? - faz biquinho. - Parece que nem tudo é como esperamos.

- Meu irmão nunca faria isso, até porquê é da Polícia Militar e nunca pensou em infringir alguma lei.

- Como tem tanta certeza disso?

- Conhecendo bem o meu irmão. E sei que vocês não iam com a cara um do outro desde que se viram pela primeira vez. Ou pensa que eu não vi quando deu um soco bem no rosto, na boca dele, para ser mais exato. - dou uma risada sarcástica. - Ou quando fez ele perder o horário dele arrumando o próprio armário, que você quebrou com um chute, para não ir para a operação que o mudaria de cargo? Ah, tem também aquela vez que você rasgou a farda dele, se lembra? Ou eu vou ter que desenhar tudo que você já fez para ele desde sua entrada aqui no Batalhão? Seu ódio para ocupar o respeito e o amor de todos com Lucca e o meu poder nesse lugar é tanto que você não sabe esconder entre as mãos. Mas não se preocupe, se não for o meu irmão, será eu, que irei fazer vingança. Ou então, quem sabe nós dois juntos depois que, claro, eu arrumar provas sobre o que você fez e ele ser solto. - dou-lhe as costas.

- Boa sorte, será uma tarefa difícil, irei esperar deitado. - debocha.

- Sério? Olha, nessa altura do campeonato eu tomaria cuidado e olharia para os lados para ver se alguém está ouvindo, aliás, está começando a mostrar quem realmente é dentro do Batalhão da Polícia Militar, claro, se você não souber onde está pisando. - viro para frente e quando ia comecar a andar eu olho para o lado. - Uma dica? Espere em pé. Num piscar de olhos você vai estar com vontade de correr das algemas. - sorrio com sarcasmo.

Jade Williams On

Depois que Jake saiu por aquela porta eu não consegui dormir mais. Sei lá, talvez insegurança, medo, ou drama. Fiquei mexendo no celular, já que Cecília estaria dormindo e eu não queria acordar ela apenas para ficar conversando e ouvindo meus dramas. Em meio à várias notícias, uma me chamou muito a atenção.

"Na tarde da terça de ontem, 20, um policial da polícia militar foi encontrado com uma grande quantidade de drogas na mochila. Nada indica que foi armação, ou algo do tipo. Ele foi encaminhado para a Delegacia do estado, onde fez seu depoimento, e levou pena de pelo menos seis anos. O policial que se chama Lucca Dornan, de quase vinte anos de idade, irmão de Matheus Dornan e, Jake Dornan, o Capitão do Batalhão da Polícia Militar, os três irmãos trabalhavam no mesmo Batalhão... [...]"

Dei um pulo da cama, peguei uma peça de roupa simples, como estava calor eu coloquei uma saia rodada rosa clara e uma blusinha de renda branca. Ah, e de sapato eu peguei uma sapatilha branca. Nem pensei direito se estava bom ou não, eu só queria ver Jake. Ele deve estar acabado com a notícia. Deixando claro que eu não acredito nem um por cento que tenha sido o Lucca, conheço ele muito bem, foi uma armadilha. Peguei minha bolsa, coloquei minha farda, minhas botas, minha boina, fechei, botei nas costas e saí de casa às pressas. Deveria ser umas três e meia da manhã. Agora as peças de encaixam. Tá explicado porque Cecília estava tão calada, brava, triste, perdida nesses sentimentos. Entrei no carro e fui direto para o Batalhão. As ruas estavam quase vazias, sem muitos veículos, muito menos pessoas.

Cheguei, deixei o carro na rua e entrei às pressas. Eu vi o tanto de investigadores que entravam e saíam daquele vestiário. Ou aqueles que conversavam com os seguranças, ou com o Delegado e o Major... Peraí, o foco é o Jake.

- Brenda, onde você está?

- Estou em frente à sala de arquivos, com o Diego, Ítalo, Jonas e Jake.

- Jake?

- Sim, por quê?

- Como ele está?

- Pior impossível. Quer falar com ele?

- Não, já estou indo para ir.

- Mas você vai sair de casa só para vir para cá?

- Eu já estou aqui. - digo óbvia e encerro a ligação.

Vou andando e olhando para os lados, vendo a movimentação que o Batalhão estava pelo acontecimento de ontem à tarde. De longe vi meus amigos e fui correndo abraçar o Jake. Sem dizer nada, sem perguntar nada, sem fazer nada, ele apenas retribuiu. Se afastei, segurei em suas mãos, olhando bem no fundo de seus olhos.

- Como você está?

- Ah, péssimo. - limpa o rosto que deveria estar molhado. - Vai ser difícil provar a inocência do Lucca.

- Mas quem armou isso?

- Isso eu quero resolver sozinho. Esse cara é um pilantra, ele odeia Lucca e eu, e já que meu irmão não está aqui para ter vingança, eu vou ter a minha. Mas e você? É louca de vir sozinha? E se algum dos sujeitos que te sequestraram te virem e fizerem algo com você novamente?

- Eu só queria te ver. Saber como você estava. Pode ter certeza, isso também me pegou de surpresa.

- Mas...

- Eu estou dizendo a verdade. Tomei cuidado, estou aqui, não estou? Então apenas pense nisso e mais em nada. Ah, oi pessoal. - olho para cada um e os cumprimento.

- Jade, Jake está certo, você deve tomar mais cuidado... - Diego repete

- Gentee, eu estou bem. - reviro os olhos. - Não é sempre que eu saio por ai de madrugada, tá?!

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora