Cap. 58

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A madrugada inteira fez um calor danado, e o ventilar ficava na sala, e então eu e as meninas fomos dormir lá. Resumindo, estou quebrada. Literalmente. Nem comi nada, acordei quase atrasada, fui direto para o Batalhão.

— Jade, operação. — olho para o lado morrendo de sono e vejo o Major.

— Ok.

— Jake não veio?

— Ué, ele não está aqui?

— Não, até pensei que ele veio com você.

— Não... — estranho.

— O Delegado me falou sobre a consulta dele.

— É, os resultados vão sair semana que vem.

— Você acha que é algo grave?

— Não sei, eu queria que não, mas a situação dele não parece ser nada boa.

— Eu também, mas vamos orar por ele e esperar os resultados. — assinto. — Ah, já que o capitão não está aqui você pode substituir ele.

— O Delegado autorizou?

— Ele que mandou avisar.

— Ata, obrigada.

— A operação trata de um assalto marcado às 12h00 no banco central. Escolha policiais fortes, necessários para tais ações. Não podemos perder esses sujeitos.

— Ok. Mais ou menos quantos soldados?

— Uns vinte e dois.

— Ok.

Vou para a quadra informá-los sobre a operação e escolher os soldados. Subo no palco, chamando a atenção de todos.

— Boa tarde. O capitão não pôde comparecer, não sei o que houve com o mesmo, mas como ele esteve passando mal esses dias, relevamos. Estarei o substituindo à pedido do Delegado.

[...]

Apenas esperamos eles entrarem no banco. Após essa ação deles paramos as viaturas bruscamente na frente do banco, sem nos esconder, sem desligar sirenes. Entrei com os meninos apontando nossas armas, vendo todas aquelas pessoas deitadas no chão e aquelas criancinhas com medo daqueles grandes armamentos. Fui mal informada, não tinham somente uns cinco sujeitos. Estavam ali presentes mais de dez. Como mesmo assim estávamos em número maior, continuamos a operação. Era tiro atrás de tiro, sem tempo para pausas, sem conversa, sem diálogo. Vi que três atendentes estavam sendo reféns dos bandidos, olhei para Max, que logo entendeu o recado e começou a atirar em direção ao sujeito armado. Era inacreditável como eles conseguiam se esquivar de cada um. Apareceram mais uns três bandidos, nos deixando a questão de como ou quantos ainda virão.

Os tiros não paravam. Praticamente todos os vidros do ambiente já estavam quebrados ou trincados. Os policiais podem parecer seguros apenas com um colete à prova de balas, mas não, já tinham vários policiais feridos. Sim, feridos, mas não que eles desistiram. Subi na mesa, na qual ficavam as atendentes, e comecei a atirar no pé de todos os bandidos ali no local. Porém, parecia que eles nunca acabavam. Enquanto tinham uns dez desde a última vez que falei, agora tem um pouco menos que o dobro. Mas claro, não entregarei essa operação de mãos beijadas à esses traficantes.

— SOLTA ELA, AGORA! — falo ao que estava fazendo mais uma de refém, chamado a atenção de todos.

— VEM FAZER. — sorri.

Apenas miro minha Pistola PT100 - Taurus em seu ombro e vejo o mesmo cambaleando e soltando a moça. Dou sinal para ela ir para fora, onde teria policiais prontos para acudi-lá. Enquanto isso, eu e outros policiais, incluindo os meus amigos, tentávamos combater aquele bando de traficantes. O que não foi muito difícil para mim. Em apenas nove tiros certeiros, de cara, meus alvos foram detidos. Caíram no chão, gemendo de dor e me xingando de todos os nomes. Os outros policiais aproveitaram a minha demonstração  e começaram a atirar nos outros sujeitos. Quando estava prestes à acertar o próximo e último sujeito, ouço um disparo vindo de outra arma. Antes de ver de onde vinha, ou quem atirava, sinto uma forte perfuração na batata da perna esquerda. Coloco a mão no ferimento que já sangrava horrores, mas acabo me desequilibrando e quase caindo da mesa.

Diego On

Jade fez uma cara de dor. E isso não foi o pior, quando a mesma colocou a mão em seu machucado, acabou se desequilibrando. Ao ver que Jade ia cair da mesa, largo minha submetralhadora no chão e corro até ela. Fazendo-a cair em meus braços. Ela tremia bastante, e o tanto de sangue que ela derramou nessa mesa não é algo bom de se ver. Jade se encontrava quase inconsciente, bati de leve em suas bochechas, tentando de alguma forma chamar sua atenção e mantê-la acordada, mas isso estava se tornando cada vez mais impossível. Ela gemia baixinho, ainda trêmula, eu tentava acalmar a mesma, mas nada adiantava. Nessa hora nossos amigos entraram no local normalmente, até verem a cena de Jade em meus braços e virem correndo até a gente.

— O que aconteceu com a minha irmã?? — Cecília corre até nós.

— Ela levou um tiro na batata. Está ficando fraca, inconsciente. Temos que levá-la à um hospital rapidamente.

— Jade... — Brenda toca em seu rosto.

— Jonas, Max, e Hugo, levem os presos para as viaturas junto com os demais policiais. Nathan, Cecília, e Brenda venham comigo.

Saímos do banco, chamando a atenção de todos que se encontravam ao lado de fora. Chegamos na viatura que estávamos, coloco Jade no banco de trás, junto à Cecília e Nathan, enquanto Brenda vai ao meu lado.

— Jade, falta pouco, mantenha-se acordada. — digo.

— Está... Doendo... — informa com a voz falha e suando frio.

— Já estamos chegando.

Ao chegar no hospital, estaciono a viatura na frente do mesmo, Nathan pega Jade no colo e à carrega para dentro do local. Se posicionamos enfrente à mesa da recepção e logo fomos atendidos. Entramos na sala que a enfermeira nos informou ser a de cirurgia e deixamos jade em cima da cama. Ela ainda estava acordada, mas quieta, suando. Seu uniforme já se encontrava todo manchado de sangue, e aquele médico nunca chegava. Olha, só foi falar nele que o mesmo apareceu.

— O houve?

— Ela levou um tiro na perna.

— Ok, vou dar uma anestesia para a retirada da bala. — ligeiramente ele pega uma agulha ainda lacrada numa caixinha em cima do lavatório, um potinho minúsculo de anestesia, logo caminhando até Jade e aplicando. Jade deu meio que uma esquivada, mas conseguiu tomar a anestesia. O médico falou que era melhor deixar a anestesia agindo por um tempo, antes de começar qualquer procedimento arriscado. Ficamos conversando, enquanto o tempo passava. O doutor se aproximou de Jade, tocou em cima de sua perna, perguntando se ela ainda sentia a mesma. A resposta obviamente foi negativa. Ela estava com uma cara cansada, parecia estar com sono. É, eu acertei. Jade virou para o lado e fechou os olhos lentamente.

— Doutor, ela pode dormir? A anestesia foi geral?

— Não, mas em meio à todo esse tempo que ficou com a bala dentro do corpo, ele acabou gastando energias tentando se proteger do indivíduo. Seu corpo aqueceu, e então ela desmaiou.

— Mas ela vai acordar normal, né?

— Sim, é só questão de tempo. Até seu corpo produzir mais energia.

Vimos todo o procedimento. Foi igualzinho ao Jake naquela operação da invasão. O médico pegou o bisturi, fez um corte mais profundo, assim, retirando a bala com uma pinça grande. Logo após ele costurou a região, o que podemos chamar de pontos, e pediu para que ficassemos esperando sua melhora lá fora. Tenho que avisar o Jake. Primeiro vou ligar para Lucca e saber o porquê ele não veio hoje, depois, se não for algo grave, falo do estado de Jade.

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora