Tirei a farda e o colete a prova de bala, limpei o ferimento com a farda e amarrei a blusa no braço para estancar o sangue. Fiz questão de eu mesmo algemar aquele ladrãozinho de merda. Levei ele para a viatura e fechei o porta-malas. Entrei de volta no banco e fiquei dando conta das ações dos outros policiais. Após todos se recomporem e tudo voltar ao normal, tiro a farda do meu ombro e visto. Ela estava manchada de sangue, mas normal, para o meu trabalho é normal ver sangue nas fardas, então acho que ninguém se encomodaria com isso. Os meninos entraram na viatura e eu fui dirigindo outra vez.
— Tem certeza que está em condições de dirigir? Está... Sangrando novamente. — informa.
— Tenho, foi de raspão. Só deu uma leve ardência, nada demais. — respondi sem tirar o foco da estrada. — Logo mais, para de sangrar.
Chegamos no Batalhão, cuidamos dos presos e cada um foi para um canto. Entrei na minha sala, fiquei vendo alguns arquivos da operação de hoje, mas eu estava muito cansado. O braço sangrando também não ajudava muito nas minhas ações. Fui até a sala do delegado, expliquei o ocorrido de hoje de manhã e pedi para sair mais cedo, deixando Diego cuidar dos outros casos. Entrei no carro, fiquei alguns minutos parado e derrepente me veio uma forte tontura e um suor excessivo. Fui até o hospital mais próximo e fizeram um curativo no ferimento do braço direito. Depois fiquei soro, algo que eu odiava, pois me causava ânsias. Após sair daquele hospital, fico muito sonolento. Como o condomínio não ficava tão longe, a viagem foi rápida e tranquila. Apertei os botões do elevador, já não me aguentando em pé, logo parou no meu andar e eu acabei pegando no sono, no sofá mesmo.
• Lucca Dornan On
Hoje tivemos aulas de tiro. Se eu gostei? Não. Óbvio que não. Eu sei muito bem atirar, não sei porque ficaram com dúvidas disso. Ah, Lucca, é para seu aprendizado... Já aprendi tudo que deveria aprender, não sei porque ainda não estou participando de operações como meu irmão e os demais policiais. Agora deve ser umas 17h da tarde, estou morto de cansaço, de tanto mirar num boneco de madeira e atirar. Avistei Matheus num outro espaço, fazendo um outro tipo de tiro (o que ele tinha dificuldade) e percebi que ele já tinha terminado e estava apenas se despedindo dos policiais. Cheguei nele e bati em seu peito.
— Vamos?! — perguntei.
— Sim, estou bem cansado. Só vamos falar com o delegado, né?! Avisar que já estamos indo embora.
— Uhum.
Fomos andando até sua sala, mas algo nos chamou atenção. Na porta da sala do delegado havia uma garota de mais ou menos uns dezenove anos, cabelos loiros dourados, mais ou menos até sua cintura, que por sinal, tinha uma forma única. Seu corpo era bem desenhado ( e que corpo...) Isso, é ela de costas. Quando ela se virou eu quase caí duro no chão. Que linda...
A mesma percebeu nossos olhares nela e deu um sorriso sem graça. E que sorriso...
— Nossa, que linda. — falamos em uníssono e se entreolhamos dando risada.
Finalmente entramos na sala do delegado e avisamos que já estávamos de saída. Ele concordou e foi o que nós fizemos.
— Deixa eu dirigir! — empurro ele, o impedindo de entrar no carro.
— Saí da minha frente, seu arrombando! — me empurra.
— Para de ser viado! Me dá logo essas chaves e me deixa dirigir.
— Eu não vou dar essas chaves. Pode abaixar tua bola.
— Matheus, você dirige todos os dias! O que diabos custaria você deixar eu dirigir? — reviro os olhos.
— Seu fígado. E vejamos que seu fígado não esteja em mãos agora. — me empurra para o lado e tenta abrir a porta do carro. — O que que foi, Lucca? — pergunta quando me ponho de frente a fechadura do carro.
— Eu quero dirigir!
— Você está bêbado? Vou ter que falar outra vez que... — seu olhar para em alguma coisa atrás de mim, fazendo ele parecer vidrado e hipnotizado naquilo.
Assim que decido olhar para o que ele estava paralisado, me dou de cara com a visão linda e maravilhosa de hoje mais cedo. Meu Deus... O que esse anjo faz aqui na Terra? Ela sorri novamente e entra no portão do BPM.
— Pensando bem... Pode ir dirigindo. Eu acho que preciso de um descanso para os meus olhos. — digo ainda pensando nela.
— Agora quem não quer sou eu! Pode dirigir. — me joga a chave e eu a pego no ar.
— Eu não quero mais dirigir! — falo firme.
— Nem parece o mesmo de minutos atrás... — revira os olhos. — Pena que eu não perguntei. — debocha e entra no carro, no qual já tinha destravado.
— Você me paga. — bufo e entro no carro.
Porque pedi para dirigir? Esse trânsito não é do bem... E como eu sou uma pessoa de Deus, eu não deveria estar aqui. (Revirada de olhos básica!)
Chegamos no condomínio umas seis e meia da noite. Que raiva! Apertei o botão do elevador com a maior vontade do mundooo (sentiram a irônia?) O elevador parou no andar e então nos posicionamos na frente da porta do apartamento. Olhei para o Matheus, esperando ele abrir e o mesmo ficou olhando para a minha cara.
— Besta, abre logo essa porta!
— Se eu tivesse com a chave... — fala normalmente.
— Onde você deixou essas chaves? — fecho os olhos e respiro fundo.
— Ué, e eu que sei? Eu acho que... Vish... — me olha com um sorrisinho maroto. — Eu esqueci no carro...
— E o que você está esperando? — se sentei no chão, escostado na parede e olhando para a cara dele de uma forma óbvia.
Depois de mais ou menos uns dez minutos ele chega com as chaves. Abri a porta e nos deparamos com Jake dormindo no sofá com o braço enfaixado.
— O que será que aconteceu com ele?
— Não sei... Parece tiro de raspão. — Matheus responde.
— Estou morrendo de fome. — vou até a geladeira e pego um pedaço da torta que Sol havia deixado.
— Eu também quero. — informou.
— Você tem mãos? — assente. — Pernas? — assente novamente. — Então pega. — reviro os olhos.
— Aff, parece que tem TPM. — revira os olhos.
— E tenho. — sorrio com falsidade. — Tenho MPP.
— Que diabo é isso? — dá risada enquanto bebe mais um gole de seu suco de acerola.
— MUITO POUCA PACIÊNCIA! — pego a torta e vou para a sala.
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O Capitão 1 (Concluído)
RomanceJade Williams acabou de ser escolhida para substituir o Capetão do BPM, como prefere chamar. Um dos mais bem falados, sucedidos, e bem de vida naquele Batalhão. Junto com suas irmãs, gêmeas, lutou e conquistou a vaga mais cobiçada do Batalhão da Pol...