Cap. 99

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- O que mudou enquanto estive fora? - saímos do abraço e nos olhamos.

- Hoje, Diego e eu, fomos chamados para voltar naquela empresa, sabe? Leonardo Antonnie, lembra dele?

- Sim, mas para quê?

- Até então não sabíamos. Quando chegamos lá ele chamou uma mulher e segundo ele, ela explicaria o porquê estávamos ali. Quando eu à vi... Cara, era minha mãe. - sorri.

- O que? Sua mãe? - abro a boca, totalmente surpresa.

- E adivinha o que ela me disse?

- O que?

- Que meu pai na verdade não era meu pai.

- Ãn?

- É, parece que meu pai é o Leonardo Antonnie.

- O QUE? - boto as duas mãos na boca.

- Pois é. Diego disse que quando minha mãe falou isso eu desmaiei e vim parar no hospital, por isso fiquei sabendo agora.

- E o que você tinha?

- Nada demais. Depois te explico.

- Ainda não estou acreditando que sua mãe na verdade está viva e que seu pai é o Leonardo. Mas você já falou com eles depois de vir para cá?

- Não, eu não passei pela sala de espera. Acabei de levar alta e vim correndo.

- Entendi. Nossa, eu estou tão cansada, sabe?! O que eu mais quero é ir para casa e dormir.

- O que aconteceu nesses dias que você esteve sequestrada?

- Eu não dormi direito, apenas umas três horas, e olhe lá. Não comi nada, apenas água, e era forçado, faziam isso para eu não morrer, já que eu me recusava a comer aquela comida de esgoto que me ofereciam. Aline sempre judiava de mim, tanto verbalmente como fisicamente, assim como seu "homem".

- Esses hematomas estão bem feios. Quando você chegar em casa eu vou cuidar de cada um deles até cicatrizaram bem, até porque, vou cuidar de você como se fosse de vidro. - risos. - Ei, e essa história de um tal de Louis, seu irmão é? - fecho a cara.

- Adotivo. Louis nunca foi como um irmão para mim. Ele sempre me bateu, me fazia se sentir mulher antes da hora...

- O que quer dizer com " me fazia se sentir mulher antes da hora"?

- Bom, é uma longa história. Mas e aí, como esteve esse tempo todo? - sorrio sem mostrar os dentes para ele não ficar tão desconfiado e curioso, eu realmente não queria falar sobre isso agora.

- Ah, pior impossível. Nunca me senti tão vazio com a sua falta.

- E nem um beijo eu ganho por ter voltado?? - risos.

Ele dá aquele sorriso lindo, perfeito e maravilhoso e começa um beijo lento. Quer dizer, no começo. Ele foi ficando mais quente e intenso, se não fosse por uma certa pessoinha entrarem na sala.

- Opa, desculpa atrapalhar o beijo do casal.

- Lydia!!!! Quanto tempo!! - abro os braços e ela vem correndo me abraçar.

- Menina, tu quer mesmo matar a gente do coração, né? Parece que não tem sentimentos. - revira os olhos.

- Me desculpa. - risos. - E aí, como vão as coisas no BPF? Estou morrendo de saudade do pessoal.

- Ah, Fernando, Bruno, todos perguntam de você o tempo todo. Principalmente esses dias que fiquei aqui.

- Sério? - sorrio. - Estou morrendo de saudade dos meninos.

- Só avisando que eu ainda estou aqui, hein. - Jake se pronuncia. Olhamos para ele e rimos.

- Enfim, mais tarde eu venho te visitar de novo, aliás, tem mais pessoinhas lá fora.

- Tudo bem. - digo antes da porta bater.

- Quem é Fernando? - pergunta com a cara amarrada.

- Calma. - risos. - Um amigo do BPF.

- E quantos outros?

- Alef, Bruno, Sebastian, Luciano e Leandro.

- Muitos amiguinhos para pouca paciência. - revira os olhos.

- Falando de ciúmes e até agora só me deu um beijinho. - faço biquinho.

- Não seja por isso. - vem até a cama com um sorriso malicioso no rosto. Se sentou ao meu lado e então começamos mais um beijo. Talvez, bem provavelmente, tenha saído melhor que o primeiro. Pelo tempo, quem sabe. Esses dias que fiquei fora, sem Jake ao meu lado foram os piores. Não pude sentir seus corpo quente aquecendo o meu, não pude me sentir segura com seus braços firmes por volta da minha cintura, nem acordar ou dormir com uma última palavra dele. O beijo foi parecido com o nosso primeiro (de todos), quente, gostoso e com gostinho de quero mais. A saudade é um inimigo que ao mesmo tempo, acaba sendo uma amiga. Sabe aqueles beijos depois de anos, meses, ou dias? Então, ela sempre ajuda nessas ocasiões.

Jake Dornan On (O Capitão)

Um tempo depois o médico pediu para eu me retirar. Acabei encontrando com... Enfim, ainda não me acostumei com os novos nomes. Se olhamos e sorrimos, era estranho.

- Er... Será que posso te chamar de filho? - meu pai pergunta.

- Claro. - sorrio. - E será que eu...

- Pode. - sorri. - Claro que pode. - nos aproximamos para um forte abraço. Não sei porque, eu chorei. Olha que eu não sou de chorar fácil, apenas por um bom motivo ou uma pessoa especial para mim. Nossas camisas já se encontravam um pouco molhadas na região do ombro em que o rosto um do outro estava ocupando. A verdade é que era difícil conter as lágrimas para uma notícia tão boa. Pelo menos para mim, não sei para meus irmãos, mas só de saber que aquele cara chato, alcoólatra, não é meu pai, dá um alívio grande no coração. Ainda mais em lembrar que o seu verdadeiro pai é honesto, trabalhador, e hoje tem uma grande empresa por causa do seu próprio mérito. É, suponhamos que eu tenha pesquisado um pouco sobre ele após a operação.

- Meu filho, você não sabe como foram duros esses anos que não pude ver você e seus irmãos. Sem poder levá-los para dar um passeio, brincar com vocês, dar presentes para vocês... - me abraça mais apertado.

- Não foi sua culpa. - digo com os olhos fechados, ainda no abraço.

- E eu? Como fica? - ouço a risada dela.

- Ciumenta. - Leonardo solta uma gargalhada e abre o braço direito para ela se encaixar no mesmo. Assim fazendo.

- Meu filho, como é bom te ver de novo... - passa as mãos por meus cabelos.

- Sim, mãe.

O médico que ficou responsável pelo caso de Jade não deixou eu ou qualquer outra pessoa dormir ou visitar Jade depois. Segundo ele, a mesma precisava passar por mais alguns exames, como de sangue, entre outros. Eu, minha mãe e... Meu pai, fomos para meu apartamento. Ah, claro, Lucca e Matheus também. Eles gostaram do apartamento, logo depois de comerem alguma coisa eles foram embora, deixando claro que voltariam no outro dia. Aceitei, até porque eles não deixaram de trabalhar só porque descobriram que são nossos pais. Eu não vejo a hora de Jade voltar para casa, talvez para a gente aproveitar o tempo que perdemos... Quem sabe.

- No que está pensando?

- Eu? - assinto. - Na verdade eu estou... Feliz, sabe?

- Sim, mas pelo o que?

- Consegui mudar o pensamento de Cecília.

- Sobre...

- Sim, meu filho. - sorri.

- Então quer dizer que... - arregalo os olhos.

- Sim, ela não vai mais abortar. Tudo bem que ela ainda não se acostumou com a ideia de gerar uma criança e nem de amar uma, mas parece que o primeiro passo já está completo.

- Que bom, meu irmão. - se levantamos dos sofá's e nos abraçamos. - Fico feliz por isso. E espero que você seja um bom pai, viu? E que nem faça ela sofrer.

- Não vou desapontar ninguém.

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora