Cap. 55

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O dia passou bem rápido, não teve muitas operações comigo e com Jake, ficamos bem tranquilos em relação à isso. Agora estou na sala dele, conversando com o mesmo. Depois de muita conversa, observo que Jake coloca a mão levemente sobre a testa e fica no computador. Não foi só isso, o mesmo abriu a gaveta da própria mesa, tirando de lá uma cartela de comprimidos, destacando um.

— Dor de cabeça? — assente. — Jake, isso não é normal. Todo dia é a mesma coisa, não acha que deveria consultar um médico?

— Não é nada demais. — coloca o remédio na boca e logo após bebe o copo de água em sua mão.

— Nunca vi alguém que tem dor de cabeça todos os dias, toda hora.

— Vejamos que eu sou o primeiro.

— Jake, é sério! Eu não estou brincando, pode ser algo grave. Nunca passou pela sua cabeça algum problema de saúde?

— Depois vemos isso, não estou com cabeça para nada.

— Percebe-se. — reviro os olhos.

— Vamos, o Delegado já nos dispensou.

— Uhum.

Entrelaçamos nossos dedos e saímos do Batalhão. Entramos no carro dele, já que ele que me trouxe, seguindo viagem. Jake demonstrava não estar muito bem, colocando as vezes a mão na testa num sinal vermelho, se ajeitando melhor no banco, parecia realmente estar incomodado. 

— Jake, fala logo, o que sente?

— Nada, só uma dor de cabeça mesmo.

Resolvi não ficar tocando muito nesse assunto, ele odeia, e poderíamos gerar uma briga. Mas que eu estava preocupada, estava, e muito. Ao chegar em sua casa, entramos, nos deparando com uma figura desagradável.

— Traga-a mais vezes, Jake. — risos. — Essa gostosa merece ser apreciada.

— Por mim. — responde normalmente, já que estava sem paciência e se segurando para não se estressar.

Subimos para seu quarto, ele deitou na cama e me puxou para perto de si.

— Vou comprar alguma coisa para comer, quer ir comigo?

— Não, estou muito cansada, vai lá.

— Cuidado, viu. — se refere ao seu "pai".

— Uhum. — me dá um beijo e sai logo em seguida. Fico um tempo mexendo no celular, vendo algumas notificações, depois percebo que a porta ficou aberta. Se levanto para fechar a mesma, quando sou surpreendida por uma pressão maior vindo do outro lado, me impedindo de completar a ação.

— Então quer dizer que seu namoradinho te deixou aqui, sozinha... — dá uma risada sarcástica.

— Cai fora!

— Não mesmo. — empurra a porta de uma vez, me fazendo cambalear para trás.

— O que você quer comigo? — o olho com desgosto.

— Você. — para muitos, parece que ele é baixinho, feio, fraco, mas é totalmente ao contrário. Ele é super forte, do tamanho de Jake, muito bonito, só é essa pessoa terrível por causa das bebidas.

— Olha...

— Fica caladinha. — me prensa na parede, me impossibilitando de se mover em qualquer região. — Tão gostosa... — aperta minha coxa com força. Eu queria poder fazer alguma coisa no momento, defender minha identidade, mas era impossível.

Algumas lágrimas rolavam sob meu rosto, mas nada gritante. Eu consegui me conter. Ao final de seu "aproveitamento", sinto um forte chupão no lado direito do meu pescoço, me causando um grande incômodo. Ouvimos o barulho da porta lá de baixo, e rapidamente ele corre para o quarto ao lado, que creio eu, seja o dele, enquanto eu sequei o rosto molhado e me sentei de novo na cama, voltando a mexer no celular.

— Volteiii. — entra animado e apenas sorrio de lado. — Trouxe alguns salgados, tem de tudo, não sei o que você gosta.

— Coxinha. — dou graças à Deus por ter algumas dentro da sacola.

— Porque seu rosto está vermelho? Seus olhos? — vixi, ferrou.

— Uma conhecida faleceu. — invento uma desculpa.

— Nossa, que pena. Meus pêsames, amor. — me dá um beijo na testa.

Logo lembrei do chupão. Que saco!

— Vou no banheiro, já volto. — entrei no mesmo e fiquei olhando o lindo e maravilhoso roxo que aquele infeliz deixou no meu pescoço. E agora? Nem tenho maquiagem, odeio. O que vou fazer? Apenas coloco o cabelo em cima e volto para o quarto.

Jake Dornan On (O Capitão)

Alguns dias depois...

Passou-se exatamente uma semana depois daquela breve discussão entre eu e Jade, e até então está tudo bem conosco. Talvez até melhor que antes, essa garota só chegou para termos certeza do nosso amor um pelo outro. Eu e Jade só não estamos tão próximos agora por aquela fase dos aprendizes já terem passado e agora voltamos com a mão na massa novamente. Até que eu estava com saudade disso tudo, essa pressão. Não que seja totalmente saudade, e sim, um estranhamento por não viver aquilo durante uma semana. As investigações que eu e Lucca estavamos fazendo sobre os pais das meninas acabaram, pelo menos, enquanto não arrumarmos as provas de volta.

Agora estou no Batalhão, outra dor de cabeça terrível atacando. Acabei de chegar de uma operação estressante, onde tivemos que fazer várias coisas que não estavam no plano, tudo improvisado. E aqui estou eu, no meu escritório, tentando fazer um relatório. Isso mesmo, tentando. Minha barriga começou a doer de repente, mas nada que fosse desesperador. Pelo menos, não até o momento.

— Jake... — aquela voz doce ecooa sobre o meu escritório. Com muito esforço consigo olhar para ela. — O que houve? Está pálido... Jake, não acredito que não comeu de novo? — vem até mim e segura meu rosto com as duas mãos, me olhando profundamente.

— Eu comi sim. — respondo com uma cara desagradável.

— Então porque está com essa cara de dor? Com a mão na testa? Dor de cabeça de novo?

— Sim, mas não é nada demais. — reviro os olhos.

— Se não fosse nada, você não estaria desse jeito. Cansei de ver você falando que não é nada demais. Já cheguei a acreditar nisso, um dia.

— Acredite, eu estou... — do nada uma forte pontada na região da barriga ataca.

Mordo os lábios para tentar esconder a imensa dor que sentia, mas Jade me conhecia, sabia que tinha algo de errado comigo.

— Aaahh... — envolvo meus braços contra a barriga, tentando abafar a dor. Se levanto quase cambaleando e vou para o sofá que ali tinha, me deito e começo a se revirar no mesmo.

— Jake! — ela chega até onde eu estava, desesperada.

A dor só aumentava, parecia que estavam tacando pedras e mais pedras na mesma. Ou se não for o suficiente, tacando facas! Eu segurava minha barriga com as duas mãos, forçando-a, com a esperança dessa terrível dor parar, mas de nada adiantava.

Jade Williams On

Isso me desesperava, ele se revirava como se estivesse numa situação de vida ou morte, e o pior é que Jake só chora se algo realmente o tocar, e agora, ele está chorando. Ele reclamava de dor demais, chorando, com as mãos na barriga, tentando conter a dor, mas parecia não adiantar. O que eu faço? Nunca aconteceu nada parecido perto de mim.

Resolvi tentar alguma coisa, quem sabe ajuda. É horrível ver alguém importante para você nessa situação, parece que ela está entre a vida e a mort... Peraí, e se Jake estiver???

O Capitão 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora