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Giovanna

Não importa quantos minutos passassem, eu não conseguia tirar a ligação da cabeça. Aquele homem falando, era como se... Isso não saia da minha cabeça.

Levanto do sofá e caminho de um lado para o outro pela sala, olho para o relógio na parede e marca 11:48. Rocco ainda não voltou e se eu continuasse andando de um lado para o outro desse jeito até ele voltar iria enlouquecer.

Bufei irritada e caminho até a cozinha, preciso fazer alguma coisa pra me distrair, pelo menos por agora. Ficar nervosa não me faz bem, não faz bem para o bebê.

Aproveito que as dores nas costas deram uma amenizada e decido fazer o almoço. Abro a geladeira e tiro o frango, deixo descongelando pra fazer um frango xadrez, enquanto coloco o arroz pra cozinhar e pego os maracujás pra fazer o suco. Tudo vai ficando pronto, conforme as horas vão se passando. Isso é bom, me faz distrair a mente e não pensar besteira.
E isso funciona, pelo menos até ouvir o barulho da porta sendo aberta e minutos depois Rocco aparece na cozinha, ele me abraça por trás dando um beijo no meu pescoço.

— Preciso falar com você. — virei pra frente o encarando.

— Guto deixou o pestinha com nós. — ele coçou a nuca, parecendo perdido.

— O quê? — perguntei sem entender.

Mas ele não precisou responder, porque logo Gabriel entrou na cozinha arrastando a mochila no chão.

— Tô com fome, tia. — disse fazendo uma carinha de cachorro que caiu da mudança.

— Você sempre tá. — falei, ele sorriu achando graça.

— Tem comida boa?

— E existe comida ruim?

— Existe, tia Gaby sempre faz.

— Vai lavar as mãos, o almoço já está pronto. — falei tentando segurar a risada. Gabriel fala cada coisa.

E assim ele fez, correu pro banheiro pra lavar as mãos.

— Era ele o problema? — perguntei a Rocco que estava do meu lado.

— Era, arrumou confusão na quadra por causa de jogo. Guto saiu com Adriana, mas antes mandou Tico deixar ele aqui, mas tu sabe como Tico é ele deixou o pestinha na quadra.

— Voltei! — Gabriel disse balançando as mãos molhada e enxugou na toalha de mesa.

— Não faz isso, no banheiro tinha uma toalha pra você enxugar as mãos. — avisei.

— Tá no alto, não alcanço. — deu de ombros, sentando em uma das cadeiras.

— Já fez. — resmunguei.

— Esqueci minha chuteira na quadra, posso ir pegar?

— Não, tu não vai jogar aqui dentro, ia quebrar tudo. — Rocco negou antes que pudesse falar.

— Eu sei jogar muito, sou o número dez no time.

— Dez, sem o zero. Tu não joga porra nenhuma, é um perna de pau.

— Rocco! — chamei sua atenção — Não fala assim, ele é só uma criança.

— Tenho que mentir?

— Tem que falar a verdade, principalmente pra mim. — o encarei.

— Que papo é esse?

— Quero sobremesa, tem chocolate? — Gabriel perguntou interrompendo nosso início de conversa.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora