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Maratona 3/7

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Giovanna

Rocco entrou, sem ser convidado e revirei os olhos fechando a porta. Voltei minha atenção pra ele que estava parado no meio da minha sala com aquela cara fechada que eu já tinha desacostumado.

— Posso ajudá-lo, senhor? — perguntei formal.

— Não vem com as tuas gracinhas não, namoral. — disse bravo.

— Ué, o que foi que eu fiz? — coloquei as mãos na cintura.

— O que tu fez. — ironizou. — Tu acha certa sair do morro mostrando os peitos?

Sorri, mas um riso totalmente sem graça.

— É sério isso? — perguntei — Os peitos são de quem? Meu.

— A arma é de quem? Minha.

— Vai me matar? — o encarei.

— Tu não, mas não me responsabilizo pelos nego que te olhar.

— Veio aqui atrapalhar meu sono pra isso? Era só ter mandando uma mensagem. — tentei passar, mas ele segurou meu braço impedindo minha passagem.

— O que foi dessa vez? — perguntei.

Rocco pegou alguma coisa no bolso da sua bermuda, não mostrei o menor interesse em saber o que era, até que ele mostrou a minha correntinha.

— Onde tava? Achei que eu tivesse perdido na rua. — tentei pegar, mas ele negou.

— Vira. — disse. Virei-me e afastei o cabelo colocando o mesmo de um lado do ombro.

— Onde achou? — perguntei.

— Tava caída no meu quarto. — colocou em meu pescoço, senti meu corpo arrepiar com seu toque — É importante? Sempre te via usando isso.

— Sim, era da mãe. — falei — Essa foi a primeira vez que o tirei e isso só aconteceu porque o perdi. Obrigada. — sorri, tocando o pingente.

— De boa. — esfregou o cavanhaque propositalmente pela minha nuca me deixando inquieta.

Senti a respiração quente e profunda de Rocco na curva do meu pescoço e um beijo molhado que ele deu me causando uma sequência de arrepios.

Eu já estava entregue em suas mãos, se não fosse o meu celular tocando e me trazendo de volta a realidade. Afastei-me de Rocco tentando regularizar minha respiração, ainda pude ouvir sua risada, mas dei atenção.

Pegue o meu celular, vendo que era um e-mail do diretor do hospital, dizendo que recebi um aumento. Arregalei os olhos, sabendo o valor, meu salário aumentou de uma maneira absurda.

— Colfoi? — Rocco perguntou.

— Nada... Quer dizer, meu salário aumentou. Tipo, aumentou muito.

— Hum.

— Não preciso disso tudo. — balancei a cabeça negativamente — Nem deve ser meu acho que foi engano.

— E tu vai reclamar de dinheiro? Se não quiser gastar guarda.

— E ainda ganhei folgas. — voltei minha atenção ao celular.

— Vai reclamar também?

— Não estou reclamando de nada. — bufei — Aliás, as folgas de quase um mês chegou em boa hora.

— Por quê?

— Posso ir visitar meu pai na Argentina. — falei — Irei viajar.

Rocco gargalhou.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora