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Giovanna


A semana voou de tão rápido que passou, semana essa que eu só fiz duas coisas: comer e dormir. Isso era tudo que eu sentia vontade de fazer esses dias, mas hoje seria diferente, pois ia ser o meu primeiro pré-natal, agora mesmo estou me preparando para ir com Rocco.

Coloco todos os meus documentos na bolsa, pego minha nécessaire e faço uma maquiagem básica pra esconder meu rosto de sono, pelo reflexo do espelho vejo Rocco andando de um lado para o outro pelo quarto.

— Porra! — ele xingou, chutando uma caixa de papelão que estava com algumas roupas que eu não uso mais — Tu viu minha camisa? — perguntou.

— Essa que está jogada no seu ombro? — falei o óbvio.

Ele pegou a camisa que estava no ombro, vestiu e andou pelo quarto olhando seu relógio de pulso. Pôs a pistola na cintura, olhou seu relógio de pulso novamente. Foi até o banheiro, voltou, colocou as chaves do carro no bolso e olhou seu relógio de pulso.

— E as chaves do carro, tu viu? Acho que perdi. — rodou o quarto todo procurando.

— No seu bolso. — falei. Ele já estava me deixando tonta com esse arrudeio todo.

Rocco tocou os bosos e pegou as chaves.

— Tá pronta? — perguntou.

— Sim, mas você não. — virei o encarando — Deixa essa arma em casa, não precisa levar isso.

— Quer que eu leve a fuzil? — me encarou com as sombrancelhas arqueadas.

— Não. — falei — Não precisa levar arma, estamos indo em uma clínica.

— Ninguém tá vendo, nem dá pra perceber. — disse ajeitando a pistola na cintura, realmente não dava pra aparecer mas ainda sim é desnecessário.

Bufei e voltei a fazer minha maquiagem, depois peguei minha bolsa vendo se eu não tinha esquecido nada, sempre acabo esquecendo algo.

— Vamos. — Chamei Rocco e saímos do quarto.

Descemos as escadas indo até a garagem, entramos no carro e ele abriu o portão pelo automático. Rocco deu partida descendo o morro e peguei meu celular, fiquei trocando mensagens com as meninas no grupo.

Mas Rocco com sua inquietação estava me deixando nervosa, ele olhava seu relógio de pulso a cada segundo, xigando quem estava na rua, até mesmo os cachorros.

— Rocco, para o carro. — falei e ele me encarou por alguns segundos.

— Por que? — encostou o carro — Tá com enjôo?

— Não estou com nada, mas você precisa relaxar. — segurei sua mão entrelaçando nossos dedos — Se acalma. — sorri.

Ele suspirou tirando a mão que estava no volante e passou no rosto.

— Tô nervoso, ansioso... sei lá. — me encarou e sorriu.

— Eu sei. — sorri junto — Tenta relaxar, é só uma consulta o bebê não tá nascendo.

— Desculpa. — segurou meu rosto e me beijou — Vou tentar, juro.

Sorri entre o beijo e nos separamos com um selinho.

Ele deu partida novamente mas dessa vez um pouco mais calmo, minutos depois estacionou em frente a clínica e saímos do carro. Ele me puxou mais pra perto e me abraçou de lado para entramos.

Formos até a recepção e a Paula estava anotando alguma coisa em sua prancheta, enquanto falava com a senhora do outro lado do balcão.

— Posso ajudar? — a senhora da recepção perguntou e a Paula nos olhos.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora