Nosso Recomeço (Nova Versão)

68° Bônus

Letícia

"... Ela tinha a pele branca, rosto fino, olhos claros e o cabelo ruivo, mas entre todos esses detalhes o mais importante estava na barriga.

Rocco chamava ela de: Giovanna.

Eu sinto muita, muita, muita raiva só em lembrar que ela tava grávida! E sinto mais raiva ainda em pensar que essa maldição que ela carrega pode ser filho de Rocco.

Rocco...

Ah, meu único amor.

Hoje é mais um dia que ele não veio me visitar. Mais um!
Isso tudo depois que essa mulher apareceu. Tudo está girando em torno dela, tudo está ligado a ela.

E pra isso acabar...

Eu tenho que acabar com ela!"

Fecho meu diário com raiva, coloco  em cima da cama e caminho até a janela vendo o dia lindo que estava lá fora e eu sem poder aproveitar.

Rocco não me deixa sair, não me deixa passear, não me deixa fazer nada. Ele mudou. Rocco não era assim, antes eu tinha liberdade de fazer tudo, agora nem sair dessa casa eu posso.

Ele me abandonou aqui nem falar nada, não tava vindo mais me ver, sumiu sem dá nenhuma satisfação, notícia... Nada! Simplesmente não veio mais.

Eu tentava passar o tempo fazendo anotações no meu diário, a greve de fome não funcionou, nem mentir que eu estava doente. Chegou um ponto que isso não afetava mais ele.

Isso tudo depois que aquela mulher horrorosa apareceu fazendo um escândalo e atrapalhou nosso momento de amor.

Eu não podia deixar as coisas desse jeito, tinha que fazer alguma coisa... e fiz!

Assim que escutei o barulho de carro chegando, fui até a janela com um sorriso no rosto pensando em Rocco, mas o sorriso logo se desfez quando vejo Teco sair do carro.

Sempre ele.

Voltei correndo para o quarto brava, eu precisava sair daqui e resolver as coisas do meu jeito. Foi quando lembrei da barra de ferro que tinha embaixo da cama, em fração de segundos peguei a mesma e fui para sala, fiquei em silêncio atrás da porta. Esperei Teco entrar, ele chamou meu nome e foi aí que bato com a barra de ferro na cabeça dele.

Teco caiu no chão desacordado.

Eu sorri com a cena dele estirado no chão.

Teco sempre entrava aqui desprotegido só com uma arma na cintura. 

É um idiota.

Com um pouco de dificuldade puxo ele pra dentro de casa e fecho a porta. Viro seu corpo pra cima e pego a arma que está na cintura dele. Alguma coisa cai do seu bolso. Pego o pequeno frasco de boa noite cinderela, vejo que na mão esquerda ele está segurando um pano.

— Ele ia usar isso comigo... — falei sem acreditar, enquanto segurava o pano úmido — Por quê? Rocco não ia deixar nada acontecer comigo...

Levanto rápido do chão e coloco a arma na minha cintura, a blusa cobre assim ninguém ver. Pego o boa noite cinderela com o pano, e a chave da casa junto com a do carro. Abro a porta e corro pra fora.