Nosso Recomeço (Nova Versão)

82°

Rocco

Pego Lorenzo da cadeirinha e coloco ele de pé em cima da mesa.

— E começa Lorenzika em campo, a torcida do Flamengo vai a loucura... — deslizo os pezinhos gordinho dele com meias pela mesa — Lorenzika pega a bola, dribla o adversário e corre pro gol... aparece outro, mas Lorenzika é mais rápido, ele dá uma rasteira, chuta a bola e... Goooooooool de Lorenzika! — levanto os braços dele comemorando.

Levanto Lorenzo pra cima rodando no ar. Ele olha pra mim e abre o maior sorrisão banguelo, as bochechas gorda. Essa era a primeira vez que eu via Lorenzo dá um sorriso.

— Tu é camisa 10 meu fiel. — eu ri junto com ele.

— Espera. Eu tenho que tirar uma foto dele sorriso. — Giovanna disse toda boba, pego o celular e quando foi tirar a foto Lorenzo fez um bico — Vai filho, sorri.

— Lorenzika tava comemorando o gol, agora o momento já passou.

— Lorenzika, é? — ela riu olhando pra minha cara — De onde você tirou isso?

— Nome maneiro pô. — dei Lorenzo a ela e peguei minha camisa que tava jogada no sofá.

— Vai sair?

— Na boca. Guto foi fazer uma entrega fora, vou ver como tá as coisas. — pego a chave da moto — Tu vai ficar em casa?

— Sim.

— Não demoro. — dou um beijo em Giovanna e saio de casa.

Pego a moto e dou partida direto pra boca. Hoje chega carga nova e Guto foi fazer uma entrega fora, um de nós dois tinha que receber, então vou voltar pra boca, mesmo que seja por algumas horas. Assim que chego na boca, deixo a moto na rua.

— Eae patrão, voltou de vez? — um noia perguntou sentado na calçada.

— Nunca sai. — falei.

— Tô ligado. — ele sorriu mostrando os três dentes na boca.

Balaço a cabeça negativamente e entro. Vou direto pra minha sala, abro a porta e vejo Tico todo jogado na cadeira, com fone de ouvido e o boné escondendo o rosto, filho da puta tava dormindo.

— Acorda vagabunda! — dou um tapa na cabeça dele. Tico acorda assustado, quase cai da cadeira.

— Caralho, Rocco. O que tu tá fazendo aqui cara. — ele disse se ajeitando na cadeira.

— Essa porra é minha, normal eu tá aqui. — o encarei — Tá achando que minha sala é quarto?

— Eu tava descansando minha beleza se é isso que você quer saber. — colocou o boné.

— Que beleza? Tu parece um filhote de barata.

— Isso é inveja.

— Inveja? — eu ri.

— Eu sou um sucesso Rocco. Olha esse corpo, esse rostinho de bebê. — apontou pra ele mesmo — 0 defeitos.

— Então aproveita esse rostinho de bebê e vai cobrar os noia, quem sabe eles pagam quando ver a princesa que tu é. — apontei pra porta. Nunca vi uma pessoa com a autoestima tão boa quanto Tico.

— Tenho uma sugestão melhor. Já que tu tá aqui vamo falar de um negócio sério. — ele não saiu como eu mandei, Tico puxou a cadeira e sentou na minha frente.

— O que? — perguntei sem interesse, ele ia falar de todo jeito mesmo.

— Tu não acha que tá na hora de aumentar meu salário não? — perguntou com a cara mais cínica — Eu deixou tu pensar.