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Rocco

Tinha passado mais de um mês do incêndio na clínica, esse tempo serviu pra criar estratégia pra invasão na maré e principalmente pra JK se recuperar, ou pelo menos tentar. Ele ainda não tá bem, um mês é pouco pra ele se recuperar totalmente, deveria tá de repouso descansando. Mas quem disse que ele quer? Se dependesse só de JK com uma semana ele já tava indo atrás de Judas.

— Vai ser hoje mesmo né Rocco? — JK perguntou pela terceira vez, enquanto colocava munição na pistola.

— Vai, porra! Já falei que é hoje. — digo sem paciência.

— Só tô querendo confirmar. — deu de ombros.

— Já conformei! — o encarei. Ele levantou os braços em sinal de rendição – ou pelo menos tentou – e voltou a ficar calado.

— Tu tá muito estressado Rocco, quer uma aguinha de coco? — Ítalo perguntou arrastando um galho de coqueiro.

— Tu pegou isso onde?

— Tem um coqueiro na casa da rua de baixo. — Tico disse mexendo o canudo no coco — Tá docinha a água.

— Os dois filhos da puta tão roubando coco? — olhei sério pra eles.

— Dois não. Três! Menor tá no meio. — disse assim que menor entrou segurando um coco — E não foi roubo, o noiado que mora na casa é gente boa, ele deu.

— Dar ele não deu, foi uma troca... — Menor deixou no ar.

— Nem continua, não quero me estressar com as merda que vocês fazem. — mandei e Menor se calou.

— Quer água de coco JK? — Ítalo perguntou pegando um canudo — Tu precisa se hidratar.

— Virou minha mãe agora?

— Tô tentando de ajudar tocha humana.

Tico deu uma gargalhada alta, que se engasgou com a água de coco. Menor bateu nas costas dele tentando ajudar.

— É por isso o inferno existe, pra levar gente igual vocês. — Guto saiu da sala rindo.

— Se tu não quer, eu tomo. — Ítalo sentou tomando água de coco.

— Eu falei que não queria? — JK colocou a pistola de lado — Me dá um aí, o maior que tiver.

Ítalo deu um coco a ele. Pego meu celular que tava em cima da mesa e saio da minha sala deixando eles pra trás, depois que JK falou que Ítalo era de confiança ele deixou de ser suspeito, e logo se enturmou, ele não tem muito juízo mas é gente boa.

— Vou levar Adriana pra casa dos pais, não quero que ela fique sabendo da invasão pela gravidez. A manhã ela tem uma consulta, não quero que fique nervosa. — Guto falou quando me viu — Tu não quer mandar a Gio ir com Adriana? Ela leva Lorenzo e volta amanhã de tarde. Menor levou Gaby e Camilla pra casa da mãe no asfalto junto com Carol.

— Giovanna não vai querer ir. — Ajeitei o boné na cabeça — Ela vai saber da invasão, não tem como esconder isso dela.

— E tu tá esperando o que pra falar? Porque de noite a tropa pra maré.

— Tô indo agora, achei melhor não falar de manhã pra não deixar ela nervosa.

— Ela sabe o endereço, se quiser é só ir. — ele disse entrando no carro.

— Tu conhece Giovanna, sabe como ela é teimosa. — ele assentiu. Guto deu partida indo embora e fiz o mesmo.

Deixo a moto na rua e entro em casa, vejo a bagunça com os brinquedos de Lorenzo tudo espalhado pelo chão. Escuto a voz de Giovanna vindo da área da piscina e vou até lá, vejo ela sentada na borda na parte rasa e Lorenzo perto dela brincando na piscina.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora