60°

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Giovanna

Rocco vai em alta velocidade é como se ele tivesse presa em chegar rápido no seu destino, o que me deixa ainda mais apreensiva. Ele não para em nenhum momento pra ver se tem algum atrás, apenas continua em alta velocidade.

Continuo o seguindo, até que ele para em uma rua deserta e esquisita, parece uma parte distante da área movimentada do morro, não tem crianças brincando na rua nem comércios abertos.
Eu entro em uma área de mato que é suficiente pra esconder meu carro e observar Rocco com clareza. Vejo que tem mais duas motos no local.

Não demora muito e logo Guto e Teco aparecem juntos. Rocco desce da moto e se aproxima eles, principalmente de Guto, os dois parecem estar discutindo algo e Teco tenta acalmar os ânimos.

Rocco parece se acalmar um pouco e se afasta, ele se aproxima da entrada da casa e faz sinal para que Guto e Teco fiquem. Rocco entra na casa e fecha a porta logo em seguida, enquanto os dois permanecem do lado de fora.

Finalmente saio do carro fechando a porta devagar sem fazer barulho, espero um pouco pra ver se aparece mais alguém, mas isso não acontece.
Tento me manter o mais calma possível, não por mim, mas sim pelo bebê.

Em um certo momento Teco se afasta um pouco para atender o celular, é nessa hora que saio de perto do carro indo até a entrada da casa. Quando Guto me vê fica branco, parece que ele deu de cara com um fantasma.

— O que tu tá fazendo aqui? — ele perguntou assustado.

— Eu vou entrar e descobrir de uma vez por todas o que Rocco tanto esconde. — falei tentando ser o mais firme possível — E não é você que vai me impedir.

— Não vou. — ele disse me deixando surpresa — Não achei certo te esconder, mas quem decidiu assim foi Rocco. Agora não posso te proibir de entrar, se tu chegou até aqui.

Não consigo lhe responder, na verdade não sei o que falar. Apenas caminho em passos rápidos até a entrada, mas antes de chegar na porta Teco segura meu braço me impedindo.

— Não posso deixar tu entrar. Desculpa mas só tô cumprindo ordem. — ele disse sem jeito.

Olhei para sua mão em seu braço e logo em seguida pra Guto. Teco faz a mesma coisa e Guto balança a cabeça confirmando. Ele demora um pouco, mas finalmente solta meu braço.

— Fica calma, não tira conclusão precipitada. Pensa no teu filho. — Teco disse antes de sair, isso me deixa ainda mais nervosa.

Meu coração estava acelerado e minha garganta seca. Ficar calma é tudo que mais quero nesse momento, não sei o que pode ter de tão horrível nessa casa, mas o medo me consome.

Abro a porta e entro na casa olhando ao redor, observo uma casa normal sem nada fora do lugar. Não vejo ninguém, mas escuto a voz de Rocco vindo de um dos cômodos, vou seguindo sua voz mas paro no lugar assim que ouço uma voz feminina.

Não pensa besteira Giovanna, não pensa. Não pensa besteira...

Repito na minha cabeça como se fosse um mantra.

Fico parada um pouco longe da porta do que imagino ser um quarto lutando comigo mesma para entrar ou não. Parece que não tenho mais o controle dos meus pés, meu coração tava apertado como se algo ruim fosse acontecer.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora