64°

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Rocco


Minha vontade era ficar com Giovanna nesse apartamento, só nós três, bem longe de todos os problemas que tá cercando nossa vida ultimamente. Mas eu não poderia ficar, tinha que voltar pro morro ainda hoje, minha vontade era levar Giovanna comigo mas eu tinha que admitir que aqui era mais seguro pra ela por enquanto.

Fecho a porta do apartamento dela e caminho até o apartamento da frente, antes que eu bata na porta Lagarto abre. 

— Tem quantas câmeras aqui? — perguntei.

— Nesse andar, 15. — deu de ombros.

— As câmeras é só aqui fora, não quero nenhuma no apartamento de Giovanna. 

— Sou tarado não. — ele abriu mais a porta, vejo alguns computadores mostrando as imagens das câmeras — Pode verificar se quiser.

— Tá de boa. — falei — Como tá as coisas aqui?

 — Tudo tranquilo. — disse — E lá no morro? Teco disse que teve invasão dos vermes.

— Teve, e foi por causa das câmeras que a tropa conseguiu colocar os vermes pra correr, as câmeras mostrou eles subindo.

— Foram instaladas pelo melhor. — se gabou.

— Tenho outra serviço pra tu. — falei chamando sua atenção.

 — Qual o b.o dessa vez?

— Encontrei Giovanna na praia falando com um cara... — ele me interrompeu.

— Tu falou que ia encontrar ela, por isso não desci junto pra praia, eu só tava seguindo tuas ordens. — disse rapidamente.

— Escuta o resto porra. — ele levantou as mãos em sinal de rendição — Encontrei Giovanna na praia falando com um cara, perguntei quem era ela falou que é um conhecido, quero que tu descubra quem ele é.

— Tu acha que ela mentiu?

— Não sei, mas ela ficou nervosa e isso é difícil de acontecer. Giovanna não saí do sério por nada, tem mais coisa nessa história que ela não quis contar.

— Entendi. — disse — O que tu sabe do cara?

— O nome dele é Leonardo, o rosto tu descobre.

— Isso é pra quando? 2070? Tu imagina quantos milhões de Leonardo tem no Rio de janeiro? 

— Esse é teu trabalho, se vira. — caminhei até o elevador.

— Ele tava de carro pelo menos? — veio atrás — Anotou a placa?

— Tava. Mas se ele for mesmo de Santa Catarina o carro deve ser é alugado. — entrei no elevador.

— Obrigado, ajudo muito. — disse irônico. 

— Fica de olho. Não Giovanna fora desse apartamento, ela tá proibida de sair. — avisei antes que as portas fechassem.

Aperto o botão do território, não entrou mais ninguém no elevador, melhor assim. Nesse apartamento só tem gente fresca do nariz em pé. Desço no terrio, pego meu carro e dou partida de volta pro morro, sempre atento o caminho todo. No asfalto pode acontecer de tudo.

Durante o caminho aparentemente tranquilo, ligo pra Cléber, o policial corrupto que passa informação, ou melhor, passa. Porque parece que ele esqueceu do nosso acordo e não falou sobre a tentativa de invasão. Marco nosso encontro no mesmo lugar de sempre.

Chego na entrada do morro e subo direto indo para o lava jato abandonado, paro o carro de propósito onde o sol tá mais quente, fico dentro mesmo esperando. 

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora