39°

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Rocco

Peguei uma camisa no guarda-roupa e vestir. Coloco a pistola na cintura, pego o celular, a chave da moto e caminho até a porta do quarto, mas antes de sair olho pra cama vendo Giovanna. Ela ainda tava dormindo, o short tava mostrando a poupa da sua bunda, o rostinho amassado e o cabelão ruivo espalhado pelo travesseiro.

Ela é linda até dormindo.

Fecho a porta sem fazer barulho e desço as escadas, a mulher que limpa a casa tinha acabado de entrar.

— Bom dia. — ela disse — Posso começar?

— Pode. — falei — Tu só trabalha aqui?

— Sim. — me olhou assustada — Eu não fiz nada, juro, não mexo com ninguém pode perguntar aos moradores se tiver desconfiado. Seu avô me conhece, por favor, eu tenho filhos.

— Ninguém vai fazer nada contigo não. — falei — Perguntei porque quero que tu venha mais vezes na semana, como era quando meu avô ainda morava aqui, beleza? Minha mulher tá grávida não quero ela fazendo esforço.

— Tudo bem. — assentiu.

Saio de casa e pego a moto, desço o morro indo pra boca mas paro em frente ao bar do seu José vendo Teco e Guto na frente.

— Bom dia boneca. — Guto disse.

— Eu quero que tu vá, vá tomar no cu. — cantei.

— Me respeita, porra, sou pai de família. — sorrimos.

— Essa música é uma viajem. — Teco disse rindo.

Desço da moto e entro no bar sentando na mesa deles, o movimento tava grande das pessoas tomando café da manhã.

— Aê, seu José, traz aqui também. — falei.

— Cinco minutos levo. — ele disse voltando pro balcão.

— Faz uma hora que ele me disse isso. — Guto resmungou.

Demorou mais do que cinco minutos, mas, Seu José trouxe tudo e colocou na nossa mesa. Depois de matar a larica, Teco foi fazer seus corre, eu e Guto fomos pra boca.

Entrei na minha sala, peguei o caderno pra fazer as contas e me sentei.

— Não vou tá vindo aqui com tanta frequência. — falei.

— Tá querendo tirar férias, vagabunda? — Guto pegou uma caixa de munição pra separar.

— Nem é. — balancei a cabeça negativamente — Tu sabe que a gravidez de Giovanna é de alto risco, quero ficar mais tempo do lado dela.

— Tô ligado, tá certo. — disse — Esse momento é especial.

— É pra ficar de olho nela também, conheço Giovanna e do jeito que ela é não vai conseguir ficar de repouso como precisa. — falei — Ela é teimosa pra caralho, vai achar logo que eu tô tentando controlar a vida dela.

— Tu já tentou, mas nunca conseguiu. — disse.

— Também quero curtir a gravidez. — falei ignorando seu comentário — Ficar lado a lado acompanhando todos os momentos. É meu filho, não quero perder nada. — sorri de lado.

— Tu vai se a amarrar. — disse com um sorriso no rosto — Apesar da mãe de Gabriel ter sido uma puta, ela me deu esses movimentos únicos que são gravidez.

— Quero fazer parte de tudo, não perder nada. — falei — Não vou desaparecer daqui, ainda tem muita questão em aberto, mas o que me dá mais dor de cabeça eu posso resolver de casa mesmo sem me afastar de Giovanna.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora