28°

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Rocco

Giovanna veio em passos rápidos na minha direção e me abraçou, senti até um pouco de dor mas não me importei com isso, eu também tava precisando desse abraço.
Senti seu perfume suave e segurei seu rosto, dando um beijo suave, ela sorriu e eu também. Só essa mulher pra me fazer sentir bem quando eu tô todo fudido e cheio de dor.

Ela se afastou um pouco e me olhando com um brilho diferente nos olhos. A primeira pessoa que vi antes de apagar e a primeira que vi assim que retomei a consciência.

Mas agora ela tava com o rosto inchado, olhos vermelhos e chorando.
Porra, se tem uma coisa que odeio é ver ela chorando, principalmente se for por minha causa. Bate um bagulho ruim do caralho no peito.

— Tá tudo bem. — peguei a sua mão e dei um beijo — Não chora pô, assim tu me quebra. Tô de boa.

E ela sorriu, deixando seus olhos fechadinhos no rosto que estava mais vermelho que seu cabelo.

— Foi ruim, agoniante e desesperador te ver deitado imóvel nessa maca e respirando com ajuda dos aparelhos.

— Eu te prometi que ia voltar, não prometi? — ela assentiu — Só tive uns imprevistos, não pude fazer isso no mesmo dia mas tô aqui. Eu nunca te deixaria sozinha, solta no mundão, curtindo a vida sem mim.

— Bate até um alívio ouvir você falar essas coisas chatas, mostra que está bem. — apertou mais forte a minha mão.

— Relaxa princesa, tô de volta na área. — falei e ela sorriu — Tô muito tempo nessa bagaça?

— Quatro anos em coma.

— Quê? — quase gritei, logo veio o arrependimento com a dor que senti no peito.

— Não faz esforço. — ela não me deixou levantar — Não foram quatro anos, é brincadeira. Fica deitado e se calma.

— Não brinca com essas paradas não porra. — deitei novamente.

— Dois dias que está aqui. — falou rapidamente.

— Tu ficou o tempo todo? — trouxe ela pro meu lado de novo.

— Cheguei ontem pela manhã. — passou a mão no meu cabelo —  Acabei esquecendo, tenho que chamar a Paula. — apertou um negócio vermelho — Leonel também está aqui ele chegou de viagem e veio direto pra cá.

Só foi ela terminar de falar que alguém abriu a porta. Paula entrou no quarto e já veio pra cima de mim colocando aquela luz nos meus olhos.

— Ele acordou agora? — perguntou pra Giovanna.

— Sim.

— Eu tô aqui, chupa charque, posso responder. — falei e a Paula bufou. Quem vê esse mulherão, nem imagina que ela é a maior sapatão desse morro.

— Como está se sentindo? — ela perguntou.

— Melhor impossível. Levei dois tiros, tá sabendo? Tô me sentindo ótimo, depois disso vou pular carnaval.

— Vamos realizar alguns exames. — ela disse anotando alguma coisa na prancheta.

— Não vou realizar nada não, só me dá alguma coisa pra essa dor passar, nem me movimentar eu posso que dói. — falei.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora