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Rocco


- Faltou energia. - falei pegando meu celular.

- Ah, sério? - ela perguntou na ironia - Nem percebi.

- Tu é uma mal agradecida do caralho! - felei sem paciência. Ainda estávamos no carro, escutei alguma coisa ser jogada, pela luz do celular vi Giovanna jogando as coisas da bolsa no colo e parecia procurar algo - Tá procurando o quê?

- Meu celular. - disse mostrando o mesmo, olhou alguma coisa balançando a cabeça negativamente - Ah, não. - bufou.

Um dos caras da guarda se aproximou, batendo no carro o que fez ela olhar no mesmo instante que eu.

- Tá de boa aí, chefe? - ele perguntou depois que baixei o vidro.

- Tá suave. Apagou tudo?

- Parece que sim. - disse, eu assenti fechando novamente. Olhei pra Giovanna, ela tava mexendo na bolsa novamente - Colfoi? - virei o boné.

- Minha bateria vai acabar e esqueci o carregador portátil em casa. - balança a cabeça negativamente.

- Ainda tá cedo. - falei vendo o meu que tava carregando - Bora? - ligo o carro.

- Espera. - me encara - Você sabe se Guto em casa?

- Ele saiu. Foi fazer uma entrega longe.

- E a Gaby?

- Sei lá de Gaby. - dou de ombros - Tás achando que sou o que pra saber da vida de todo mundo?

- Também não precisa ser ignorante! - fala brava.

- Já posso ir, ou a madame vai querer da vida de mais alguém? - perguntei ironicamente.

- Espera. - olhei pra ela - Quer dizer... fica aqui mais um pouco, só pra ver se a energia volta.

- Fazendo o quê de bom no escuro dentro do carro? - a encarei.

- Sei lá... - suspirou e me olhou - Tira esse sorriso malicioso do seu rosto.

- De boa. Eu fico. - ela respirou aliviada - Mas não aqui, bora pro meu quarto. - completei.

Ela me encara com as sobrancelhas arqueadas.

- Sabe de uma coisa? Liga esse carro e me deixa logo em casa. - falou bolada guardando as coisas de volta na bolsa - E fica sabendo que eu não queria tá aqui com você, eu só pedi pra você esperar pra ver se a energia voltava porque Guto não tá em casa, na minha casa não tem vela e eu não sei onde vende aqui no morro!

Giovanna balançava tanto as mãos que de repente a dela bateu na minha e eu segurei firme, apertei. Na hora ela parou e me encarou, a mão dela tava gelada pra caralho. Não era por causa da chuva, pois o aquecedor do carro tava ligado.

Ela nervosa, eu diria até que com medo, o que dava até vontade de ri. A mina é toda segura de si, fala o quer sem ter medo de ninguém pra agora eu descobrir que tem medo de ficar sozinha no escuro..

- Ow, fica aí que tu não tá podendo exigir nada não. - soltei sua mão, peguei meu celular, liguei a lanterna e dei a ela - Mas se for pra ficar, é melhor entrar. Ficar na sala, na cozinha, sei lá... Até dentro do banheiro se tu quiser.

Destravei as portas e saí primeiro abrindo a porta de casa, ela veio depois e entrou. Colocou a lanterna iluminando a sala, e o silêncio reinou.

- Vou lá em cima rápidão. - falei - Tu fica aí de boa?

Giovanna assentiu e eu subi indo até o quarto do meu coroa que tava com uma lanterna enquanto falava no celular com alguém, ele tava melhor que eu. Antes de descer, entrei no meu quarto e peguei o rádio mandando o papo ao vapor pra avisar a Guto quando ele chegasse, que era pra ajudar os moradores que tavam precisando, o mesmo disse que já tavam resolvendo tudo. Desci e encontrei Giovanna sentada no sofá.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora