87°

7.7K 491 63
                                    

Rocco

Corro até o homem que tava tirando JK e o ajudo, colocamos o corpo dele deitado no chão. A chuva caia forte, isso limpava um pouco o corpo de JK sujo de fumaça. Olho bem pra ele deitado no chão, o rosto de JK tava muito machucado parecia que tinha levado uma surra, a camisa rasgada dava pra ver o corpo dele queimado, era como se a pele tivesse saindo.

— Pega o carro, trás logo essa porra! — gritei aos vapor que tavam curiosos olhando pra JK.

— Tem que levar ele pro hospital. — o homem que tirou JK tentava levanta-lo — Onde fica o hospital? Aqui tem hospital?

— Quem é tu mesmo? — Guto puxou ele pela camisa — Aqui do alemão tu não é.

— Não, não sou! Tem levar Ivan pro hospital, ele não tá bem! — falou exaltado.

— Tu é da maré? — perguntei olhando pro cara, ele também tava ferido mas nada comparado a JK.

— Sou, mas não tô envolvido nisso não. — apontou pra clínica — Eu vim porque...

— Leva ele pra boca, não deixa ele sair de lá. — mandei.

Guto assentiu arrastando o cara.

— O que? Não! Tem que levar Ivan pro hospital. — ele ainda tentou se soltar pra vim até JK, mas Guto não deixou e o levou embora.

Lagarto parou o carro perto onde eu tava com JK e desceu, Tico abriu as portas traseiras e coloquei JK dentro junto com Lagarto.

— Menor e Tico ficam aqui, dêem um jeito nisso, levem quem tá precisando de cuidado pro hospital. — avisei entrando atrás com JK.

— Deixa com nós. — Tico disse indo ajudar os moradores machucados.

Lagarto deu partida acelerando tentando desviar dos curiosos que estavam saindo pra rua ver o que tinha acontecido. O carro do bombeiro entrou no morro e foi na direção da clínica. Lagarto dirigiu rápido, em questão de minutos ele parou em frente ao hospital e saímos, ele entra pra chamar algum médico e tiro JK do carro.

Um coroa de jaleco sai do hospital junto com dois enfermeiros carregando uma maca.

— Foi explosão? — o médico perguntou colocando um negócio de luz nos olhos de JK.

— Foi. — falei.

— Vocês são a família?

— Sem perguntas ladrão. O seguinte é que ele ficou no meio do fogo por muito tempo inalando fumaça, faz alguma coisa rápido!

— Esperem aqui. — disse levantando JK pra dentro.

Entrei no hospital junto com Lagarto acompanhando o médico, eles entraram em uma sala que era proibida nossa entrada e ficamos esperando no corredor.

— Isso tudo... essa explosão, foi pra acabar com a vida de JK?! — Lagarto falou pensativo sem ter certeza.

Eu também tava com esse mesmo pensamento, não tinha outro motivo a não ser JK morrer queimado, pra os capangas de Judas fazer isso. Eles podiam aproveitar a confusão e invadir o morro, mas não fizeram.

— É o que tudo indica. — falei passando a mão no cabelo molhado.

— Caralho... — ele sentou em uma das cadeiras do corredor — Se não fosse aquele homem a gente nem ia saber que JK tava lá dentro, ele morrer queimado. O cara é da maré, mas se arriscou pra salvar JK. Por que?

— Não faço ideia. — balanço a cabeça negativamente, eu realmente não fazia.

Meu celular começa a vibrar e pego o mesmo vendo o nome de Giovanna na tela, não deu pra atender porque a ligação caiu. Na tela tinha mais de dez chamadas perdidas e na cabeça veio logo a cena de Lorenzo chorando, ele tava tão assustado.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora