13°

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Giovanna

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— O QUE TU TÁ FAZENDO AQUI?! — Rocco gritou, o que me fez ir um pouco pra trás sentindo minhas costas na parede. Ele segurou meu braço apertando forte, senti dor mas não deixei transparecer.

— Você não tá bem. — falei baixo sem desviar do seu olhar.

E o que ouvi em resposta foi sua gargalhada.
Mas não era de humor, era um som ruim, assustador.

— Eu? Eu tô ótimo! — apertou meu outro braço, parecia até que ele queria quebrar com as próprias mãos — Tô no paraíso. Na porra do meu paraíso! Não tá vendo?

Passei meus olhos pela sala que estava completamente destruída com vidros e cacos por todo lugar. A tv gigante que ficava na parede já não existia mais, as garrafas de bebidas estouradas no chão, junto com os porta retratos e todas as outras coisas reviradas.

— Eu posso te ajudar. — falei voltando minha atenção pra ele.

— Pode? — me sacudiu como se eu fosse um saco de batata me fazendo bater forte as costas na parede.

— Voc... — ele me interrompeu.

— EU NÃO PRECISO DE PORRA DE AJUDA! — gritou na minha cara.

— Sim, você precisa. Todo mundo precisa. — deixei minha bolsa cair no chão.

— Vai ganhar o quê com isso? A minha confiança? — apertou meu queixo me fazendo encara-lo — E depois? Vai me trair? É isso?

Ele tava transtornado.

— Não ganho nada. E sua confiança não me interessa. — falei com difícil sentindo minha bochecha doer — Só não quero me sentir culpada quando receber a notícia que você morreu e pensar que eu poderia ter feito algo pra impedir, mas não fiz.

— O Diabo já teve chance de me receber e recusou várias vezes, acredite. — disse entre dentes — Mas em troca, eu mando outras almas que não seja a minha, hoje vai ser a tua. — sorriu diabólico.

— Olha seu braço. — engoli em seco, ele levou seu olhar até seu braço vendo que eu falava das marcas de agulhas.

— A dor do prazer. — sorriu soltando meu queixo, massageie o local — Sai! Antes que eu te faça sentir essa dor também.

— É isso que você quer? — perguntei firme — Morrer por essa dor?

— Vai pra fora da minha casa! — ordenou — Antes que eu te mate aqui mesmo.

— Isso vai te fazer se sentir melhor? — perguntei, assim que ele pegou a arma apontando pra mim.

— SAI! —  começou a andar de um lado para o outro com a arma em punho.

— Você usou muitas drogas. — falei vendo seu estado descontrolado.

— Não, eu não usei drogas. A droga me usou. — apontou a arma pra minha cabeça — Ela me usou... — olhou pros lados perdido —  Me usou, me usou, usou, me usou... — ele ia repetindo baixo, bem baixo, sua voz saiu quase no sussurro, até que deixou a arma cair no chão.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora