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Rocco

Giovanna continuo ignorando minhas batidas na porta, mesmo eu pedindo pra entrar ela não abriu.
Giovanna é daquelas que age no momento, não vai pela razão de parar, sentar e conversar; Ela vai pela emoção, coloca o sentimento, o coração em tudo.

Eu só queria ver com meus próprios olhos  como ela tava, sei que peguei pesado tenho consciência disso, claro que tenho. Sei que não deveria ter falado aquelas coisas, mas na hora o sangue tava quente, fiquei cego e só caí na real quendo vi ela no canto da parede, vermelha por não consegui respirar.

Me odiei na hora, vendo-a daquele jeito por minha causa. Como eu pude machucar a única pessoa que consegue me trazer paz? Que me faz bem, que consegue tirar meus problemas e meus pesadelos com apenas um sorriso.

Aquele sorrisão lindo que ela tem.
O mesmo que ela deu ao viado dele cara. Quando vi o Zé ruela lá, cheio de sorrisinho pra ela, pedi o equilíbrio mental que eu nem tenho quando se trata dela.

Porque Giovanna pode ser a única que me trás paz, mas também é a que fode com meu psicológico de um jeito que não dá pra explicar. Quando me dou conta, já tô perdido, a mente longe e as atitudes erradas feitas com a cabeça cheia.

Não por mim, não me arrependo de nada... Mas por ela sim, Giovanna presenciou tudo, vi o estado que ela ficou, foi foda.

Essa deveria ser a hora que eu paro, penso que é melhor me afastar dela e chego a conclusão que o melhor é deixa-la ir, sair da minha vida e viver em paz.

Mas esse é o problema, eu não penso.

Não penso em ver ela com outro, vivendo com um cara, namorando, ficando, casando ou sei lá o quê. Só de imaginar ela fazendo essas coisas com outra pessoa já me bate uma raiva do caralho.

Meu celular toca no bolso da bermuda me trazendo de volta a realidade, pego o mesmo vendo o nome do meu avô na tela. Rejeito a ligação, ele já deve tá sabendo de tudo e só vai jogar as coisas na minha cara. Só não veio aqui ainda porque tá fora do morro, foi viajar. Tô afim de receber esculacho não, desliguei o celular.

▪   ▪   ▪

Peguei a chave extra que tenho guardada da porta do meu quarto e abro a mesma que ainda estava trancada. Giovanna deve tá querendo ficar sozinha, mas não vou ficar igual um maluco batendo na porta e ela me ignorando.

Entro sem fazer barulho, pensei que ela estivesse dormindo mas não tinha nenhum sinal dela. A cama tava desarrumada, a bolsa dela jogada de lado junto com o celular e o fone de ouvido. Pensei que ela estivesse no banheiro, mas não... Estava na varanda do quarto. Giovanna tava sentada em uma poltrona, ela abraçava os próprios braços e olhava direito pro céu vendo as estrelas dá noite. O cabelo amarrado no alto, deixava seu rosto molhado à mostra, ela tava chorando. Chorando baixinho, sem fazer barulho só deixando as lágrimas caír.

Bagulho ruim do caralho me deu quando vi Giovanna assim. Sem mais delongas me aproximei aparecendo em seu campo de visão. Ela se assustou, acabou dando um pulo da cadeira tratando logo de enxugar as lágrimas e manter uma pose de durona. Sua expressão mudou, agora não era mais aquele rostinho calmo e tranquilo de sempre... parecia que agora ela ia pular no meu pescoço a qualquer momento.

— Tem dois adultos aqui, dá pra sentar e bater um lero firmeza. — falei — Ficar me ignorando não faz nenhum sentido, não vai mudar nada.

— Agora você bater um lero firmeza? — perguntou com raiva e armagura no seu tom de voz — Poderia ter proposto isso antes de chegar no horário igual um louco e bater no meu colega de trabalho até morrer! Você matou ele! — me deu soco no braço, como se quisesse me fazendo sentir dor — Como pode está normal, sem sentir remorso?

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora