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Giovanna


Ele quase me atropela por está em alta velocidade e ainda quer gritar comigo como se estivesse certo?

— Ah, vai a merda! — falei brava — Você tá pensando que é quem? O motoqueiro fantasma? Tem crianças brincando na rua, seu idiota.

Ele me fuzilou apenas com o olhar, senti um frio na espinha.

— Tu tá pensando que é quem aqui na minha quebrada? Baixa a porra do tom filha da puta! — disse totalmente Ignorante, seus dedos ficaram branco de tanto que ele apertava na moto demostrando sua raiva.

— Quem é você mesmo? Alguém importante? Desculpa, faço a mínima idéia. — sorri falso, joguei o cabelo de lado e sai andando.

Cara louco.
Quem ele tá pensando que é?

Vejo Guto vindo na minha direção. Ele abre os braços e vou até o mesmo lhe dando um abraçou apertando.

— Fala aê cuca. — disse rindo me fazendo revirar os olhos.

— Então tu conhece? — o infeliz da moto perguntou de cara fechada pra Guto.

Achei que ele tivesse indo embora.

— Minha prima. — Guto me abraçando de lado.

— Dá o procedê a essa porra. Vou deixar porque tô vendo que é da tua ré. Essa aqui é minha favela, sem querer subir asa pra cima de mim se não quiser eu mermo corte fazendo ela cair em dois tempos. — falou serio em tom de ameaça — Se gosta de falar, fala sabendo que dá próxima vai ser cobrada.

— Tô ligado. — disse Guto. Ele ligou a moto e saiu voando na maior velocidade como se não tivesse ninguem na rua, depois a errada sou — O tu fez em mizera?

— Eu? Nada. — digo tirando o cabelo do rosto — Ele que é todo Ignorante, mal educado.

— E o dono disso aqui. — apontou com a cabeça pro morro.

— Por isso mesmo, ele deveria dar exemplo e tratar as pessoas bem. — falei mesmo — Mas eu vou continuar viva, né?

— O cu trancou, né fia. — gargalhou.

— Cala a boca. — bufei.

— EI! — Gaby gritou vindo na nossa direção — Perdi o barraco?

— Nem teve, como foi que você perdeu? — eu disse.

— Fofoca voa, tá todo mundo sabendo que tu bateu de frente com Rocco.

— Cadê Gabriel? — Guto perguntou pelo filho.

— O filho é teu, tu não sabe eu vou saber? — Gaby retrucou recebendo um tapa na cabeça que Guto deu — Tá na quadra Guto, na quadra jogando bola. Menor levou ele, você sabe que  Gabriel só vive lá.

Guto pegou a chave do meu carro e entramos os três. Ele foi dirigido bem devagar, tinha crianças brincando na rua, elas se divertiram sorrindo pro vento. Melhor época da vida é a infância, não tenho dúvidas. Se eu pudesse voltava no tempo voltaria pra aproveitar tudo e mais um pouco.

— Faz anos que te chamo pra vim passar um tempo no alemão e você não aceita, mas é só sua amiguinha fazer o convite que você vem, né sua piranha. — disse Gaby do banco de trás.

— Falta de tempo. — inventei uma desculpa rápido.

— Deixa de ser mentira. Só vivia postando fotos em boate, restaurante e shopping com aquela sua amiga lá. — falou se referindo a Adriana e eu sorri — Falta de tempo, sei.

— Que amiga é essa? — Guto perguntou.

— Uma piranha gostosa. — respondeu Gaby.

— É gata? — ele me olhou esperando uma resposta.

— Muito. — confirmei.

— Tenho interesse.

— Acho que ela não tem interesse em você não. — fiz pouco caso.

— E quem não tem? — perguntou ofendido — Logo eu, um gostoso desses.

— Coitado. — Gaby resmungou me fazendo sorri — Você também, Gio.

— Eu o quê? — encarei ela.

— Ficou mais bonita, antes parecia um continente. — disse e Guto gargalhou.

— E você que só tinha dente! Parecia um coelho. — falei — Não ri não, Guto. Você parecia um elefante.

— Parecia um orelhão. — Gaby disse e foi nossa vez de sorrir.

— Acaba com essa conversa aí. — Guto falou parando o carro.

Descemos e o mesmo mostrou sua casa, e a minha que fica ao lado dá dele. Eu tinha dito que nao precisava ser uma grande, afinal eu moraria sozinha. Só Adriana que poderia vim passar uns dias aqui, isso quando eu não estivesse na casa dela. Mas acho que Guto não ouviu isso muito bem porque a casa tem de tudo, não falta nada.

Ele pegou minha mala e trouxe pra dentro de casa, Gaby foi logo fuçar pra ver se tinha algo pra ela.

— Ow. — Guto disse chamando minha atenção — Não fica batendo de frente com Rocco não, mantém distância que é melhor. Ele poderia ter feito algo com tu se eu não tivesse chegado.

— Não vou, fica tranquilo. — eu disse e ele assentiu.

Guto nem precisa me falar uma coisa dessas, até parece que eu ia ter algum tipo de contanto com aquele cara.
De pessoas do tipo de Rocco que se acha o rei do mundo, eu só é quero distância.

Nosso Recomeço (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora